Marcada para Morrer

-Capítulo 1-

Lexi estava sentada torta, com seus cabelos loiros e longos a medida da cintura presos em um pesado coque, com seus olhos extremamente verdes fechados, cochilando na poltrona vermelha do papai. Incrível como ela sempre reclamava de dores na coluna e continuava a sentar-se com uma postura ruim.

Eu, por outro lado continuava ereta, com os olhos fixos em nossa pequena televisão da sala. No noticiário da noite, aquela mesma baboseira de sempre, pessoas fúteis tentando inutilmente achar respostas para a imensa massa de pessoas que morriam todos os dias ao redor do mundo sem ter um motivo aparente, elas não tinham ferimentos, nem doenças, nem nada! Só...morriam.

Há um tempo meu pai havia sido mais uma vítima dentre os milhares de mortos. Aquilo me fascinava, não o fato de meu pai ter morrido mas sim a forma de como ele se foi, eu ao contrário de toda a sociedade tinha um pouco mais do que deveria de curiosidade, eu queria mais que tudo saber o que estava acontecendo.

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Minha mãe fritava alguns ovos com bacon para o café da manhã, ela desde o incidente (vamos chamar assim) com o meu pai vivia chorando pelos cantos da casa, mas sempre tentava esconder isso de nós. Tentávamos não aborrecê-la e fazíamos tudo o que ela nos mandava, apesar de serem poucas as vezes que ela nos pedia algo. Ela se culpava pela morte do papai, mas eu sabia que ela não tinha culpa, ninguém tinha culpa...

-Madisson, vire os ovos por favor!

-Lexi, venha logo tomar seu café ou irá se atrasar para a escola!

-Ai mãe! Minha coluna está doendo, não consigo ir pra escola hoje... Que pena!

-Também do jeito que você dormiu ontem!-retruco- parecia uma preguiça, toda torta.

-Haha engraçada você ein! Pena que eu estou falando com a minha mãe!

-Olha que eu vou te fazer cócegas sua malcriada!-abro um sorriso 

-Parem as duas e andem logo para não se atrasarem...

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Eu e Lexi pegamos sempre o ônibus das 7:10, nossa escola fica há exatos  dois quarteirões da nossa casa. Lexi está no sétimo ano e eu no terceiro do ensino médio. Entramos no pátio e me desvencilho de Lexi, dou-lhe um beijo na testa e vou ao encontro de Sidney, minha melhor amiga, ou melhor dizendo minha única amiga. 

Sidney é muito bonita, tem cabelos cacheados até a cintura, seus olhos tem cor de avelã e é branca como a neve. Se não a conhecesse bem podia jurar que todos os caras caem a seus pés, mas ainda bem que ela não é assim...

-Madisson! Até que enfim! Tenho uma surpresa pra você!

-Oi Sidney! Tá o que foi? -tento parecer animada, mas algo me tirou totalmente do foco.