Capítulo 1

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Luna Santiago. Um nome temido por muitos, uma lenda em alguns lugares, em outros, proibido de ser dito. Minha vida nunca foi perfeita, mas eu estava fazendo meu nome aqui, estava acostumada. Passava de escola em escola, aprontando todas e fazendo com que todos me conhecessem. Essa dinastia era boa. Era a parte quase feliz da minha vida, mas agora com 17 anos, faltando apenas 1 ano para entrar na faculdade e legalmente, mandar em mim mesma, meus pais fazem a sacanagem de me mandar para um colégio interno. Tudo por causa de um mal entendido.

Desde pequena, meus pais nunca me deram muita atenção, achavam que podiam me comprar com coisas materiais. Mas eu não cresci sem amor. A única pessoa que me amou de verdade foi minha tia Carla, que morreu quando eu tinha 14 anos. Depois disso eu fazia coisas erradas para chamar atenção dos meus pais, mas eles apenas me colocavam de castigo, o que não adiantava, já que eu pulava a janela e saia.

Eu sempre tentava me convencer que meus pais não tinham tempo pra mim porque trabalhavam muito, mas após a morte da minha tia, eu percebi. Eles não gostam de mim e me maltrataram muito quando criança. Conforme eu fui crescendo e ficando cada vez mais revoltada, eu fui fugindo dos abusos deles, principalmente da minha mãe, ela sim nunca demonstrou um mínima de carinho por mim. As vezes meu pai né falava coisas legais, mas minha mãe fazia a cabeça dele demais. Além de eu ter sido uma gravidez indesejada, quando eu tinha 4 anos, minha mãe engravidou novamente. Dessa vez ela fez planos.

Eu estava brincando com minhas bonecas, quando escutei o bebê chorando. Ninguém estava por perto então eu fui ver o que meu irmãozinho queria. Quando eu cheguei, ele estava sufocando com uma sacola de farmácia. Ele estava roxo e quase não conseguia chorar. Eu fui até ele e tentei tirar a sacola, mas quando consegui, já era tarde. Ele estava morto.

Minha mãe viu a cena e achou que eu tinha o matado, pois eu estava com a sacola na mão. Ela me perguntou o que aconteceu e eu estava tão em choque que não consegui responder.

Algumas semanas depois eu expliquei a ela, mas sei que ela não acreditou e até hoje, meus pais pensam que eu matei meu irmão mais novo.

Minha tia foi a única que acreditou verdadeiramente em mim, ela morava conosco e foi ela que me ensinou tudo o que sei. Digamos que ela não foi uma boa garota na adolescência.

Ela me ensinou a abrir uma porta com apenas dois grampos ou um clipe de papel (com um recorde de menos de 5 minutos.). Me ensinou a abrir um carro com um cabide de ferro e me ensinou o prazer de viver. Ela era 17 anos mais velha que eu, morava conosco desde que eu me entendia por gente e eu sempre acompanhava suas aventuras desejando um dia ser como ela.

Em uma noite, eu e alguns amigos saímos na madrugada para invadir um prédio e subir no terraço. Não iríamos fazer nada, apenas subir lá e ficar olhando a vista, mas um segurança nos viu e fomos detidos. Era algo que fazíamos sempre e nunca chegamos realmente a ser detidos, foi uma surpresa para todos nós.

Meus pais me tiraram de lá e quando cheguei em casa, meu pai se exaltou.

Disse que eu não tinha mais jeito e todo esse papo de pai. Eu estava prestes a colocar meus fones quando ele falou a frase "Colégio interno".

Eu contestei de tudo que era jeito, mas ele me obrigou. Nunca vi meu pai tão sério e me perguntei se dessa vez não passei dos limites. Meus pais são muito bem vistos na sociedade, de vez em quando aparecem em alguma revista, e eu sou a ovelha negra que tira a imagem de família perfeita deles. Eles são pessoas horríveis. Minha mãe mais do que meu pai, se não fosse por Tia Carla, eu seria uma pessoa totalmente traumatizada, mas ela sempre me salvou dos meus pais quando podia.

Meu pai disse que conhecia a diretora há muito tempo e ela estava devendo um favor a ele. Então ele ligou pra ela e ela prometeu a ele que daria um jeito em mim.

O filho da diretora - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora