Capítulo 2

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Eu acordo com o barulho da porta batendo. Olho ao redor e não tem ninguém. Pego meu celular pra ver a hora e estou atrasada para a primeira aula. Ótimo! As garotas devem ter acabado de sair e como eu não sou uma figura muito simpática, elas acharam melhor não me acordar.

Me levanto e tomo um demorado banho, visto o uniforme que é uma calça frouxa azul e uma blusa Branca grande.

Amarro meus cabelos em um rabo de cavalo e vamos lá. Faço todo o caminho até o prédio onde fica as salas o mais lento possível até que chego à porta do laboratório de Química.

Eu entro e todos olham pra mim.

—Você está atrasada.-O professor que mais parece um cientista louco diz. Ele tem o cabelo bem ruim. Do tipo que já foi um cacheado sedoso um dia, mas por falta de cuidado, está quebradiço e cheio de pontas duplas. Ele tem olhos escuros e tantos pelos no corpo que o comparei na hora com Toni Ramos.

—Eu sei. —Dou um sorriso falso a ele.

—Que não se repita. Sente-se.

Vou até o único lugar disponível em uma bancada ao lado de um garoto e...

—Ah não, você?-Eu digo enquanto aqueles olhos azuis me encaram com um sorriso divertido no rosto. Agora posso ver que ele é até bonitinho. Tem covinhas e tudo. Ele não é aquele loiro apagado, como eu. Ele sem sobrancheas mais escuras que o cabelo, e a barba que cresce quase invisível parede ser da mesma cor.

—To começando a achar que você está me perseguindo. —Ele diz com um sorriso brincalhão.

—Não gaste seus neurônios pensando sobre isso. —Falo e ele levanta as sobrancelhas para mim.

—Os dois! Parem de conversar! Como eu estava dizendo antes, a pessoa que está na mesma bancada que você será seu parceiro o resto do ano.

Eu olhei pro garoto de olhos azuis e revirei os olhos. Não por ele ser meu par até o fim do ano, afinal, se tudo ocorrer como planejado, eu não vou ficar aqui tanto tempo assim. Revirei os olhos pois quando olhei para ele, estava bocejando como se estudar fosse a maior perda de tempo.

A aula termina e agora é geografia.
Entro na sala e percebo o garoto de olhos azuis entrando também. Mas será possível que ele faz todas as minhas aulas? E eu preciso saber o nome dele logo, pois chama-lo de garoto de olhos azuis é um tanto infantil. Talvez um pouco poético para os românticos, mas eu não sou romântica. Então é imbecil.

Após mais uma aula a campainha do intervalo toca. Então surge a voz da nossa querida diretora falando pra não fazer bagunça. Mal ela sabe que bagunça é meu nome do meio.

Eu entro no refeitório e pego minha comida. Olho em volta. Todas as mesas estão ocupadas. Vou ter que me sentar com alguém.

Eu vejo a Andreia de longe e ela acena pra mim. Vou a sua direção e sento-me à mesa dela.

—Gente essa é a Luna, a gente divide o quarto.

Na mesa tem dois garotos, a garota de cabelos pretos que eu vivo esquecendo o nome e uma garota de cabelos castanhos com uma mecha verde.

Todos me cumprimentam. Descubro que o nome dos dois garotos são Daniel e Ruan. Daniel é alto e têm os olhos e cabelos pretos, Ruan tem os cabelos castanhos e os olhos claros. E a garota de mecha verde é Cristina, do segundo ano.

—Então Luna, o que você quis dizer com "Não vou ficar aqui por muito tempo"?—A garota de cabelos pretos diz. Acho que é Laura o nome dela.

—Odeio essa escola, vou fazer de tudo para ser expulsa, mas parece que a diretora é amiga do meu pai e vai fazer de tudo para me prender aqui.

O filho da diretora - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora