O TRIBUNAL DA SERPENTE

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                                                                 A ILHA MISTERIOSA

  Numa manhã de março de 1506, o navegador português João Alvernaz descobriu uma misteriosa ilha envolva em denso nevoeiro, no Oceano Atlântico.

“Como ninguém viu esta grande ilha antes de mim?”

O Capitão concluiu que era por estar encoberta por aquela incomum “cortina branca” e a existência de um inexplicável campo magnético naquele ponto do Oceano Atlântico, que interferia no funcionamento das bússolas: os ponteiros oscilavam sem parar, algo que o experiente navegador nunca tinha visto.

Não fosse o Astrolábio, que permitia o cálculo exato da rota marítima com base nos astros, e o profundo conhecimento em cartografia, o navegante teria ficado à deriva nas proximidades daquela intrigante descoberta.

A tripulação da nau, ao desbravar o interior do extenso achado, deparou com uma impressionante pirâmide habitada por serpentes najas, dispostas a matarem os intrusos que se aproximassem de seu estranho ninho.

Aquele extenso lugar, que poderia ser confundido com um continente, era inabitado há muito tempo; não tinha vestígio de humanos naquela terra fantástica.

                                                                   A PIRÂMIDE

   A pirâmide rústica de pedras encravada em meio à mata nativa era obra de alguma civilização adiantada. Somente um povo altamente capacitado construiria uma miniatura das pirâmides do Egito.

Naquela construção peculiar, que aparentava ter sido erguida em alguma época remota, os blocos se encaixavam perfeitamente. Não havia uma pedra fora daquele alinhamento.

Estava rodeada por areia, sem nenhuma vegetação, sequer rasteira. Árvores e plantas não avançavam sobre aquelas rochas bem recortadas.

Um calafrio percorre a espinha de Alvernaz ao se aproximar daquela enigmática pirâmide na floresta da grande ilha. Todos os seus pelos ficam arrepiados.                  

Das pedras daquela estranha construção geométrica, surgiam serpentes najas, ameaçando os intrusos que se aproximassem do seu ninho. 

                                                                     A ILHA NAJA

  Para não correr o risco de perder a vasta Ilha Naja, o rei de Portugal priorizou a sua ocupação.

A questão das najas teria que ser resolvida. Era um sério obstáculo para povoar o lugar.

As ferozes cobras não estavam dispostas a dividirem seu território com os humanos.

A existência daquela espécie de animal numa ilha tropical do Atlântico era intrigante. Najas eram comuns na Ásia, Oriente Médio, África. Como teriam aparecido ali? 

Quem iria morar num lugar distante e primitivo, povoado pela pior serpente que existia?

Tinha que ser descoberta uma solução para enfrentar a “Rainha das Serpentes” naquela nova possessão da coroa portuguesa.

Um pesquisador do mundo animal deu a solução para aquele desafio: todo bicho tem um predador natural. Para as serpentes, o inimigo natural é o ganso.

Esta espécie de ave é a predadora natural das serpentes, matando-as com bicadas na cabeça, com uma admirável agilidade.

Superada esta questão real, a Ilha Naja pode ser povoada. Cada pioneiro teve que seguir a determinação real de criar gansos.

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