Capítulo 1: Os Crowleys

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Os raios de sol alcançaram o batente superior da grande porta de ébano, fazendo reluzir, apesar de um pouco empoeirado, grandes letras em dourado que formavam duas palavras: "Livraria Crowley".
A família Crowley era dona daquela livraria a muito tempo; muito tempo mesmo. O homem que fundou a Livraria Crowley chamava-se Hercule Crowley III, e ele o fez no século XVIII, ou seja: a livraria dos Crowleys existia à dois séculos. Porém, quem administrava a livraria agora era a geração do século XX.
O pai da família chamava-se Otto Crowley, a mãe Rosemary Crowley, o filho mais velho, de 19 anos, Edgard Crowley e a menina, de 15 anos, chamava-se Charlotte Crowley. O Sr. Crowley era um homem alto, possuía uma cabeça meio calva, com algum cabelo dos lados; essa falta de cabelo era suprida por uma longa e densa barba ruiva, que mais parecia um emaranhado de fios de cobre. O grande e pontudo nariz do Sr. Crowley, se sobressaía sobre seu rosto, fazendo com que as lentes do seu óculos fundo de garrafa parecessem apenas dois pontinhos brilhantes em seus olhos . A Sra. Crowley era alta como o marido, possuía longos cabelos ruivos e lindos olhos verdes; seu corpo bem definido e suas pernas torneadas, causavam inveja nas outras mulheres. Edgard, o filho mais velho dos Crowley, era magro e esguio, tinha cabelos castanhos e uma barba rala, usava óculos quadrados e seus olhos marrom escuro, quase negros, davam um ar sombrio em seus rosto pálido. Charlotte fugia dos padrões familiares, ao contrário dos pais e do irmão, ela era baixa; tinhas os cabelos como os da mãe e os olhos mais parecidos ainda. Outra coisa que diferenciava ela da família era a sua felicidade; Charlotte era uma menina alegre e transmitia conforto para as pessoas que estavam ao seu redor, fazendo com que todos que conversassem com ela desejassem ficar ao seu lado para sempre.
  A livraria Crowley era antiga e toda feita de madeira envernizada, por isso destacava-se entre as casas de pedra que a cercavam. Por dentro, a livraria era escura, mesmo com os lampiões de querosene queimando (sim, eles ainda mantinham lampiões na livraria), tinha um silêncio fúnebre e cheirava a mofo e coisa velha, porém, mesmo com todas as suas peculiaridades, a livraria era um lugar extremamente aconchegante.

A Família CrowleyOnde histórias criam vida. Descubra agora