lembro-me bem da primeira vez que te vi e de como me senti feliz, era uma noite de grande euforia. Faz dois anos que te gosto, que te quero e não, eu não esperei por você, na verdade isso nem passava na minha cabeça. Janeiro tá bem aí, mais um ano que eu sigo com isso preso na garganta, nas entranhas, no peito. Eu queria que pelo menos alguma coisinha ajudasse, que a gente se ajudasse, mas dar certo parece ser o ultimo plano do universo.
Ainda faltam dois meses, mas eu, eu já estou sentindo uma saudade desde agora. Eu não vou te ver, eu não vou esbarrar com você e nem vou evitar tropeçar em você no bar. Eu não vou poder contar do que sinto e nem do quanto te fiz especial. Mas eu sinto, eu sinto falta daquele contato intocável, daquele único que eu tinha, que era te fitar de longe e mesmo assim achar suficiente e me sentir feliz por estar respirando o mesmo ar que você numa noite qualquer.
Eu sinto falta de não poder ir no canto da minha casa em um final de semana e te ver no outro canto. Não te ver com aquela blusa vermelha que eu te achava a coisa mais linda, não te ver com um copo de cerveja mesmo, é , te ver me enchia não só os olhos. Pareço estar arrependida, que seja, mas eu nunca teria coragem suficiente pra te encarar mesmo, eu devo merecer passar por isso. Afinal, a culpa é toda minha. Mas queria que soubesse que de todas as coisas que eu quis, eu quis muito você.