"A ordem dos fatores não alteram o produto "

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Vamos ver o que Eva tem para nos contar....
***
Depois que Charlotte me contou seu plano infalível, por um instante imaginei se ela estava realmente certa, e se estivesse não queria dar um ponto de vitória para ela.
Minha maninha, tão diferente de mim. Charlotte era ruiva, olhos verdes, corpo à desejar, tinha todos os garotos que queriam, inclusive o garoto que eu era apaixonada na adolescência. Eu não me importava, era o jeito dela que fazia me sentir única.
Depois de sair do escritório do papai resolvi caminhar um pouco, queria digerir aquela história.
Fui até nosso jardim e sentei na grama, e fiquei relembrando de quando minha vida fazia sentido, nas bagunças de infância, ou até mesmo nas burradas que cometi. Se me perguntassem se eu estava arrependida de algo,eu responderia: Não!
Me levantei ao ouvir um barulho. Por mais que amasse essa casa, ela escondia muitos segredos. Ao entrar na mansão me deparei com Dorotéia olhando fixamente para a janela.
- Está tudo bem Dori? - perguntei.
- Sim Eva. Estava pensativa que perdi a noção do tempo. Já está ficando tarde, hora de crianças estarem dormindo. - Dorotéia aperta minha bochecha que chega a doer.
- Já estava indo dormir, só apenas dei uma caminhada para digerir essa confusão toda.
- Eva acho que isso é uma ideia maluca, mas você vai se sair bem querida! - Dorotéia me abraça
- Boa noite Dori! - digo me soltando dos seus longos braços.
Dorotéia era nossa fiel empregada, mas as vezes ela me assustava. E naquela noite ao deitar em minha cama, tive um pressentimento de que coisas ruins iriam acontecer.

-Bom dia Maninha! - diz Charlotte pulando na minha cama.
- Que horas são? - digo meio sonolenta
- Hora de você lavar esse rosto, tomar um bom banho, tomar um café reforçado e sair comigo para fazer compras!
- Você me prometeu não encher meu saco!
- Eu prometi? - diz Charlotte cinicamente
- Aham. - retruco
- Já havia me esquecido. E a propósito eu dirijo baby. - Charlotte saí do meu quarto pulando de alegria.
Queria ter essa disposição toda, eu ia ser bem feliz.
Levanto, faço minha higiene, tomo um banho e visto meu short jeans favorito, com uma blusa roxa e pego meu chapéu. Pronto, me sinto uma Divã. Não.

Charlotte me fez passar em várias lojas, compramos muitas roupas. Fora aos cinco ataques de paparazzi. Já estávamos cansadas de andar pelo shopping. Colocamos as sacolas na porta-malas e fomos embora. Estava perdida em meus pensamentos quando Charlotte me interrompe.
- Por que tão pensativa?
- Eu? - pergunto
- Claro Eva, desde que cheguei você está assim. Não fala muito, você não era assim.
- Bobagem, daqui a 4 meses me formo. E esta sendo muita correria.
- Eu já fui como você Eva!
- Pode aposta que não.
- Eu sempre gostei de estudar, mas achava que estudar poderia afetar meu psicológico.
- Nossos pais adoram você. - digo
- Não. Elas gostam de mim pelo fato do dinheiro, e é isso que importa para aqueles dois.
- Não é isso. Vejo o brilho nos olhos da nossa mãe quando lhe vê na TV ou até nas revistas, vejo o orgulho do pai quando alguém cita seu nome.
- Interesseiros! - afirma Charlotte
- Eu queria ser como você, sempre foi a socialite que toda garota sonhava em ser.
- Ah para! Eu sei que sou tudo isso querida! - Charlotte diz olhando fixamente para a BMW que não ultrapassava.
- Você não muda esse seu jeito.
- Não vou mudar. E se for pra mudar, vai ser para melhor.
- Espero que a vida lhe ensine que isso é errado.
- Ficar se gabando é errado?
- É! E já estou de saco cheio, você está ferrando meu psicológico. - digo para por fim nessa conversa.
- Calma baby. Como eu disse, já fui como você. Amava estudar, amo as exatas.
Dou uma crise de riso.
- Que foi? - pergunta Charlotte
- Você? Exatas? Livros? Escolas? - digo
- Sim baby. Amo exatas: A ordem dos fatores não alteram o produto. - diz Charlotte filosoficamente.
- Acabei de descobrir que minha irmã além de super modelo é nerd. - rimos juntas. Adora essa sensação de estar com Charlotte, era reconfortante.

Passamos o dia juntas, e ao final daquele dia, quando me despedi de Charlotte para dormir. Tive uma sensação estranha, que algo estava para acontecer. Só não sabia ao certo se era coisa boa

As IrmãsOnde histórias criam vida. Descubra agora