Ligação.

77 5 11
                                    


"Hoje estou feliz porque sonhei com você, e amanhã posso chorar por não poder te ver mais... "-Chorão /Tiago.

Nina

3 semanas e três dias atrás.
Morro do Adeus.

Assim que saio, do táxi, vou subindo a rua , quase carregando meu melhor amigo e namorado Gael .
-Ei minha Ariel! Me es s s pe e raaa! -me chama um, Gael muito bêbado.
Essa noite não era pra acabar assim, era só uma festa surpresa, para comemorarmos , o aniversário dele .
-Não me chame assim!- eu falo em tom de ameaça, não gosto de ser comparada a Ariel( princesa da Disney) ela é bem mais corajosa que eu, não gosto de lembrar que sou fraca .-Ajuda, Gael ! Você pesa caramba! - eu falo em tom claro o bastante para ele escultar, afinal o mesmo, está alterado . Ele resmunga alguma coisa;não entendo.

É madrugada, mas, ainda se vê algumas pessoas, aqui só conheço Gael e sua Tia, Dona Luíza. Depois, de subirmos um pouco mais, avisto a casa de Gael .
-Seu graaaande, bêbado , sua casa está logo ali, faça-me o favor de andar mais rápido. Ainda tenho que atravessar uma cidade, pode-se dizer.- eu digo, irritadissa , pois já é madrugada, e moro quase do outro lado da cidade, não era esse nosso acordo, era pra termos chegado as 23:00 em ponto. E veja só, são simplesmente 3 da madrugada. Respira , respira, respira , respira.

Chegando em frente a casa, acho estranho dona Luíza , não ter acendido as luzes , procuro em minha mochila, as chaves da casa, se eu deixasse com meu namorado, essas chaves estariam perdidas, e só Deus ia saber onde. Encontro a chave.

Quando olho pro garoto, que é o mais idiota do mundo, vejo que o mesmo já se encostou na parede, tem as duas mãos nos bolsos da calça, as pernas esticadas e longas, com suas panturrilhas cruzadas, a cabeça encostada na parede, com o pescoço pendendo pro lado esquerdo, e sua camiseta t-shirt preta, que valoriza seu tronco, fazendo jus a suas horas de academia.

Quem passar por aqui agora, só verá um garoto bêbado e lindo, esperando alguém levá-lo para casa. Eu vejo um coração enorme, e uma mente tão brilhante, que me conquistou, um amigo pra toda hora, vejo minha família.

Esculto, um toque familiar, percebo que é meu celular tocando. Quem ligaria as 3:00 da madrugada!?. Afinal, só o Gael , tia Luíza e Agatha (Minha Vizinha de condomínio ) tem meu contato.
Resolvo atender.

-Alô?! - eu digo .
-Oie Nina! ...... É assim que prefere ser chamada....não é?! - diz uma voz, que faz meus pelos se arrepiarem.
Não respondo. Precinto algo ruim.
-Qual é, Nina! Nem pense em desligar, ouça ao menos ,do por que te liguei. Em? Que tal?!.- diz, uma voz grave, com sarcasmo, provavelmente um homem.

-O que quer ?- pergunto, estou curiosa e amedrontada. Gael nesse momento me olha. Acho que ele vê minha expressão temerosa, pois o mesmo parece um pouco mais "ligado".

-Nos diga onde está seu pai. É simples não!? Todos saem ganhando, Princesa. - ele diz, e percebo que tem mais gente envolvida, quando o mesmo fala "Nos". Ele ao menos pesquisou, minha vida?! Não, saberia o mesmo que, perdi o que poderia ser uma infância, não! Esse merda não sabe.
-olha aqui! - eu falo, perdendo a paciência.
-Senhor, se vocês, ouvessem ,ao menos pesquisado sobre mim, saberia que não fasso idéia de quem é meu pai - falo a última palavra, com amargura.

O Gael está tentando, se mover, não tem sucesso. Pelo celular esculto, um chiado, talvez algumas palavras em ... Russo?! Não sei dizer, ao certo. Olho o Gael o mesmo está, querendo... Minha mochila ?! Eu e Gael , muitas vezes nos comunicamos, só com o olhar. Ele assente, quando aponto minha mochila e . Dou ela a ele, quero saber o que vai fazer. Ele abre a mesma, parece mais, lúcido. Prorcura algo, enquanto ouço chingamentos, em meu ouvido, Gael me ensinou a chingar em outras línguas, russo foi uma delas, Gael pega um comprimido, enquanto percebo que ainda estamos aqui fora, Gael parece ter tomado, o comprimido com a água que levo sempre que saio.

Esculto finalmente uma respiração, em meu ouvido.
-Bem, senhorita Nina. Enquanto não lembra onde seu papa está, vou lhe dar um aviso, tem nesse momento, uma arma apontada pro coração do seu amado - acho que fiquei branca, olho pro Gael, e realmente tem um ponto vermelho, bem em cima de seu coração.
- Não se preocupe, querida! Ele morrerá, tranquilo, somos todos profissionais aqui!- ele diz,e solta uma risada, o desgraçado está rindo?!.
- Bay bay, Querida, espero que sua memória, já tenha melhorado daqui a dois dias- ele diz.
E eu finalmente reajo, pulo em Gael , meu celular está no chão, Gael parece assustado, e quando o mesmo tenta me segurar, já é tarde, eu só sinto uma dor aguda. E Gael gritando, não consigo abrir os olhos, é como se algo maior me puxasse , nunca fui forte, então me deixo levar, a dor persiste e acho que ouço alguém dizer, você é forte Nina! Resista!. Não resisto mais, e me agarro a escuridão.

Gael

Ainda não acredito que isso aconteceu! Aqui no hospital, onde fomos trazidos, pelo sub do morro.
Ele me divia uma. E agora, eu devo, a Ele minha vida.

Espero notícias de Nina, já fui a delegacia, faz 3 horas ,e ela continua na sala de cirurgia , minha Tia ainda não entendeu como isso aconteceu; nem eu.

Estou pirando aqui, ando de um lado a outro, esperando, esperando, esperando, que merda ! ,odeio esperar, odeio que isto esteja acontecendo.

As pessoas começam a me olhar torto, eu sei, devo estar horrível, meu cabelo uma bagunça de tanto passar, as mãos, olhos vermelhos da bebida , e inchados de chorar e roupa ainda com o sangue dela.
Merda! Merda! Merda! Mil vezes merda!

Sinto uma mão, em meu ombro e me afasto com o susto, me viro e vejo minha tia com olhos inchados, e um rosário na mão.

Ela me olha, e me sinto com 8 anos de novo. Ela me dá a mão, e eu a permito me guiar. Agora sentados, me aconchego em seu colo. Chorando, me lambro de um garoto, que também passou por ,esse colo, anos atrás... E agora Ele cresceu, e revive a história de novo , mas a heroína da vez , não é sua mãe.

Luíza

Me dói ver meu menino, nesse estado, ainda mais sendo seu aniversário, rezo pela minha Nina, não sei o que aconteceu, mas, sei que tudo vai dar certo, eu tenho fé.

**********************************
Enquanto isso, em um lugar não muito distante .

-Droga!! Se ela morrer, 6.8 você, já pode dizendo suas últimas palavras.- diz um homem, alto e com aparência, angelical, olhos cor d'água suaves, e cabelos loiros quase platinados.

Um rapaz alto, negro, nem magro e nem forte, o olha com súplicas.

- Eu não tenho culpa, senhor! Ela se jogou! Eu jamais poderia prever isso! Quem se jogaria daquela forma?! Eu... Eu.. Não posso morrer! Minhas filhas, senhor?! O que serão delas?! - o 6.8 diz, aflito.

O tal "Senhor" o olha friamente.
-Não se preocupe 68. Ainda tenho alguns contatos, com mercadores negros, ou.. Algumas das nossas casas de prostituição?! Preparariam elas, desde cedo que tal?! Seria ótimo não 6.8?!- depois de dito isso, dá as costas e saí andando, mas,antes que chegue a porta, avisa.
-reze para Nina sobreviver 6.8!. - dito isso, sai.
E o 6.8, sem ter ideia de como se rezar, se ajoelha... Ele não sabe, mas deu o primeiro passo.

*********************************

*Espero que estejam gostando!

Comentem, e opinem!

"Esse capítulo foi dedicado, ao Murillo!!"

Quase Sem Querer- Trilogia InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora