Capítulo 02

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   Eu estava morrendo de sono quando desembarcamos no aeroporto La Guardia em Manhattan...

- Uaaau – Foi tudo que eu consegui dizer.

- Taxi! – Ouvi a voz de Alice ao fundo, enquanto eu admirava a velocidade com que as pessoas passavam umas pelas outras. Eu já estava impressionada e ainda estávamos no aeroporto.

   A cidade parece tão viva e ainda é tão cedo. Os primeiros raios de sol começam a iluminar os arranha-céus espelhados e se refletirem pela cidade fazendo uma mistura de cores que me deixava encantada. Os táxis passavam tão colados uns nos outros que eu soltava leves grunhidos parecia que íamos bater a qualquer instante. Alice estava se divertindo com o meu pânico.

- Não ria, a gente pode morrer! - Eu estava sussurrando como se aquilo fosse um segredo.

- A gente não vai morrer. Bem Vinda à Nova York! – Alice era praticamente uma Nova-iorquina, os pais dela se separaram quando ela tinha sete anos e ela ficou vivendo em Manhattan com o pai até os quinze anos, foi quando ele se casou de novo e ela decidiu que queria morar com a mãe no Brasil.

- Ai meu Deus é o Empire State! - Eu não acreditava, eu podia ver o King Kong se usasse a minha imaginação.

   Quando o táxi parou estávamos na 5th avenue em frente a um prédio enorme, com vidros escuros e com uma fachada imponente que deixava claro o padrão de vida das pessoas que moravam ali. O Pai de Alice estava em sua décima Lua de Mel com Hannah, madrasta de Alice no Havaí, então o apartamento era só nosso durante o fim de semana. Quando chegamos à cobertura as portas do elevador se abriram para um apartamento espaçoso com uma mistura de mobílias modernas e rústicas, acho que Hannah não entendia muito de decoração, mas ainda assim o local era lindo e nos fornecia uma visão privilegiada de Nova York.

   Colocamos as malas no quarto de Alice que era realmente espaçoso e tinha uma espécie de sala extra, era quase um segundo apartamento só dela.

- Você sabe que o nosso apartamento cabe todo nessa sala, não sabe? – Não pude deixar de me admirar.

- Deixa de bobagem Amanda, você fala como se o apartamento da sua mãe fosse menos luxuoso e nem vamos mencionar a mansão do seu pai na Espanha.

- Não falei da casa dos meus pais, falei da nossa caixa de fósforos. – Fiz questão de lembrar. Meu pai trabalhava na indústria farmacêutica e tinha filiais espalhadas por todos os cantos do mundo. O mais engraçado é que eu não conheço nenhuma delas. Minha mãe é a principal cardiologista e diretora do Hospital Do Coração, eles se separaram quando eu tinha dez anos.

- E essa é a casa do meu pai! – Alice acrescentou. Dei de ombros e fui tomar um banho.

   Tanto os meus pais quanto os de Alice tinham uma conta bancaria recheada. O pai de Alice era dono de metade de Nova York e a mãe dela ganhou uma boa indenização com o divórcio e ainda se casou com Jean-Cloud o dono de um dos melhores restaurantes franceses do Rio. Decidimos crescer por nossos próprios meios, o que gerou horas e horas de discussões com a minha mãe, principalmente quando ela viu o tamanho do nosso apartamento.

- AMANDAAA TUDO BEM SE EU PEDIR COMIDA CHINESA? - O grito de Alice foi ouvido por todos no prédio, tenho quase certeza.

- POR MIM TUDO BEM!! - Tive que gritar ou ela não ouviria. Com a fome que eu estava sentindo eu comeria a China inteira.

   Horas mais tarde satisfeitas e descansadas começamos a nossa maratona Em busca do mãos mágicas era assim que Alice chamava o tal escritor. Após minutos sendo aterrorizada pela proximidade com que os táxis se movimentavam em Nova York chegamos ao Javits Center um complexo imenso com vários estandes, auditórios, pessoas oferecendo livros, divulgando livros, divulgando mesas-redondas, pessoas vestidas de personagens. Cheguei a ver alguém de Harry Potter, mas perdi de vista, enfim era o paraíso da literatura. Achamos o local onde estava tendo a sessão de autógrafos de Black Rose o novo livro de Adam Hall que vi Alice ler como se sua vida dependesse disso.

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