Capítulo 3: Greg

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Acordei em meu quarto, rolei na cama e olhei o relógio... 9:57, caralho, eu me atrasei para a caçada matinal. Entrei no banho e as palavras que a bruxa disse naquele dia não saíram da minha cabeça. "Você finalmente achou sua companheira..." Onde? Preferia ficar sem ela e não ter aquela dor terrível. Penteei o cabelo com meus dedos enquanto os caras entravam suados e sem camisa no meu quarto.

-Caralho, isso não é um pornô gay, saiam daqui!

-Vamo agarrar ele, Bruno?

-Não, Caio, eu dispenso, mas fique à vontade.- Caio revirou os olhos

-Bruno, como foi a caçada?

-Na verdade nós não sabemos. O Alfa escalou alguns de nós apenas, os outros foram reforçar a vigilância perto das fronteiras.

-Como assim, PERTO?

-Um pouco antes de acabar a reserva. Dentro do nosso território.

-Eu vou falar com ele. Não quero nenhum vampiro sequer colocando o pé na reserva. É da segurança da família que estamos tratando e eu não vou medir esforços.

-Cacete, irmão, relaxa um pouco. Foi só UMA vampira. Se aparecerem mais eu até dou razão para esse seu surto protecionista. Você é muito irritadinho.

Eu odeio vampiros. Nutri um ódio desde que vi meu pai morrer nas mãos de um desses miseráveis. Eles não amam, não tem piedade e não sabem o que é família. Aristocratas de merda. Nós lobos somos uma grande família. Não de sangue, mas quem entra na matilha vira família.

-Quando vai ser o meu turno?

-18h. Até meia noite, e você volta para casa.

-Passem na minha casa depois do almoço, ainda temos que ir no território deles.- Bruno disse

-Tenho até um plano.

-Quando você não tem um plano, Caio?- Rimos.

O almoço saiu muito cedo hoje, algumas mulheres estavam saindo para a ronda. Minha mãe só iria pela madrugada. Nós três fomos para a casa de Bruno e Caio, como sempre, levou bastante comida. Lilian, a companheira de Bruno se juntou à nós, marcamos a execução do plano para meia noite. Seria simples. Entrar, se misturar e descobrir tudo possível. E o mais importante, não causar problemas e nem deixar suspeitas.

Seis horas da noite, minha ronda começou e eu já estou na floresta. A noite está ótima para uma caminhada noturna, mas hoje meu dever é outro. Peço aos céus para ver algum movimento "vampiresco", mas nada. Kendra aparece do meu lado

-Hoje está frio, não?

-Você sabe que a gente não sente frio.

-A dor voltou?

-Não. Eu nunca havia sentido a presença de uma desgarrada. Será que meus sentidos estão me traindo?

-Não, Gregório. Provavelmente foi outra matilha de passagem.

-Kendra, eu estou com medo. Nunca tive ninguém a sério. E se eu não agradá-la?- ela bate com o cajado forte na minha cabeça.- Ai!!! O que foi?

-Você sabe que ela sentiu também. E que o destino de vocês é ficar juntos. Você só está inseguro. Nunca tinha visto um lobinho com medo assim...- Ela ri de mim. As bruxas, ao contrário de nós, não são imortais. Vivem até 500 anos mais ou menos. Kendra faz o tipo vovó. tem uns 300 anos, pra mais.

O resto da noite correu tranquila, nada demais. A tão esperada meia noite chegou e os caras vieram ao meu encontro. Corremos pela floresta úmida por causa da frieza e eu parei com os caras pensando ter ouvido algo

Olhos de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora