Capítulo 3 - Grande Fúria

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Ao ver Amanda beijando Eduardo penso em três opções de revidar:
1) Puxar Amanda pelo cabelo e socar a cara dela.
2) Puxar Amanda pelo cabelo e socar a cara do Eduardo.
3) Ir embora em respeito aos familiares do Eduardo.
Opto pela terceira opção e saio andando furiosamente separando o "casal" Amanda e Eduardo, que percebem tamanha raiva que eu sentia. Eduardo me chama e tenta se movimentar para me impedir, nesse momento sinto uma força puxando meu cabelo no sentido oposto ao que eu andava, quando consigo me virar pra ver era Amanda, que logo começa seu escândalo falando coisas do tipo: "O que vc tem a ver com a vida amorosa do Eduardo?", tento ignorar e me viro novamente, é quando ela se aproxima e segura fortemente o meu braço dizendo:
- É difícil aceitar ser um zero a esquerda na vida do Eduardo? Que ele só te usa quando precisa e depois te joga fora como um copo descartável, que só te quer por perto na falta de alguém melhor... É difícil eu sei. - Ao ouvir aquelas palavras cuspidas da boca daquela cobra, meus olhos se enchem de lágrimas, e antes que eu pudesse pensar, a raiva tomou todo meu corpo e eu acertei um soco no nariz de Amanda, que logo me solta devido ao sangue começar escorrer. Guilherme aparece, ou melhor, surge das cinzas pra me tirar dali, e eu agradeço mentalmente por isso. Ao me virar e começar a caminhar foi impossível conter as lágrimas, seria aquilo verdade?
Ao chegar ao lado de fora ouço a voz de Ana me chamando:
- Bia, o que foi tudo aquilo? Porque vc tá chorando?
- Ana é tudo verdade? O Eduardo só me usa? -pergunto entre soluços, e vejo um rosto aflito em Ana Júlia.
- Ah Bia, vc sabe como o Eduardo é...
- Acho melhor vcs conversarem sobre isso amanhã meninas, tô com o carro do meu pai ali, vou levar a Bia em casa. - Guilherme interrompe. Me despeço de Ana e entro no carro, vamos em silêncio até chegarmos ao semáforo. Lá Guilherme quebra o silêncio perguntando:
- Quer conversar? Porque agora eu fiquei curioso em saber mais sobre essa história de vocês. - ele da aquele sorriso encantador e eu retribuo com um mais fraco.
Conto primeiro a história mais patética, a do beijo aos 10 anos. E depois completo:
- Uma vez Eduardo deu um fora nela por causa da Ana Júlia, e parcialmente minha. Mas ela sempre preferiu me provocar por eu sempre revidar, ela fez da minha vida um inferno e a da Ana Júlia não, não entendo o porque.
- Entendi o motivo da briga entre vcs, mas qual o problema de Eduardo ficar com a Amanda e o que te deixou tão nervosa na festa?
- Eduardo sempre viu e ouviu o quanto eu odeio Amanda e vejo isso como uma traição. Me irritou quando Amanda disse que eu sou um zero a esquerda na vida do Eduardo.
- E vc acha mesmo que é verdade?
- Eduardo é a pessoa mais difícil de se decifrar, ele não sente, não demonstra, é daqueles "de lua", dia legal, dia chato. Eu me acostumei com esse jeito dele, e pensava que era sua personalidade. Mas ouvindo essas palavras da Amanda, pode sim ser verdade. - Ele estaciona o carro na frente de casa e se vira pra me encarar, e diz:
- Sendo verdade ou não sempre achei ele um idiota - dou um tapa em seu braço como resposta e ele reclama - AI, era brincadeira. Mesmo com todos os ocorridos te agradeço por hoje. Vamos sair mais vezes né?
- Claro que vamos, agora eu preciso conhecer você um pouco, já que te contei minha vida quase. - ele ri maravilhosamente. O silêncio se instaura no carro e ele se aproxima até selar nossas bocas, nos beijamos por algum tempo, depois ele me abraça e diz:
- Boa noite Bia, sonha comigo. - eu fico um pouco vermelha e logo ele me dá outro selinho. Quando estava saindo do carro ele fala:
- Te mando mensagem amanhã, sem falta.
- Mas vc não tem meu número - respondo
- Quem disse? - e dá uma piscadinha. Fecho a porta do carro e ao entrar em casa falo pra mim mesma: - Sonharei com toda certeza.
No outro dia de manhã acordo com uma mensagem, dou um sorriso involuntário ao pensar que seria Guilherme, mas era Eduardo:
"Bia tá aí?"
Fico em dúvida se respondo ou não, mas digo seca:
""
"Bia me desculpa por ontem, não era minha intenção, não sabia que ficaria brava"
"Não sabia? Eduardo vc mais que ninguém sabe o que aquela garota faz pra acabar com a minha vida. Até espalhou que não sou mais virgem, não esperava isso de vc." - Posso até estar sendo exagerada e infantil, mas eu NUNCA ficaria com uma pessoa que meu amigo odiasse.
"Então vai ser assim?"
"No momento sim, estou chateada demais pra tomar decisões, quem sabe quando passar a mágoa possamos conversar."
"Quando passar pode ser tarde demais."
Sempre fui orgulhosa demais, e quando alguém me machuca a ferida demora cicatrizar, talvez porque eu faça ela demorar. Mas poxa, sou uma pessoa boa, faço bem a todos a minha volta sempre tentando ser simpática, mesmo não gostando de socializar gosto de mostrar educação, então não acho que mereço que os outros me apunhalem pelas costas, ainda mais Eduardo. Doeu falar aquilo, sim, mas por mais brava que esteja se segunda na escola ele agir naturalmente, será impossível resistir àqueles olhos castanhos com um sorriso maravilhoso, e eu estou torcendo pra que isso aconteça.

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