Contra o Tempo

Capítulo 4 - Sonhos

Acordei, estava no hospital. A Jess tinha ficado comigo aquela noite, ela estava dormindo numa cadeira que parecia muito desconfortável ao lado da minha cama de hospital. Levantei a cabeça um pouco e a janela para o corredor. Não havia ninguém que eu conhecesse. Olhei pra agulha presa no meu braço, eram sedativos e soro. Acabei caindo no sono de novo.

Me acordo com a Jess me olhando, levo um susto pois ela olhava fixamente pra mim.

- Acordou dorminhoca!!! Tem alguém que quer te ver. - Jess

Esfrego meus olhos e a Jess sai do quarto. Vejo um garoto alto e de cabelos castanhos claros, minha vista não estava tão boa. Quando ele se aproxima vejo que é o Drake.

-Fiquei preocupado, quando soube que estava aqui. Queria ter vindo te ver antes mas não deixaram eu entrar. "Não estava no horário de visita". - Drake

- Eu estou bem melhor! Ah.....

- O que foi Kay você está bem?

- É que.... .....Muito obrigada por se importar comigo! - acho que falei um pouco alto demais.

- Que isso! Eu sinto que é uma obrigação me importar com você. Você é especial pra mim!

- Você também é muito especial pra mim!

Nem percebi e nossos lábios já estavam juntos. No fundo eu não queria que isso tivesse acontecido. Não queria o decepcionar em ocasião alguma, ele é especial pra mim e não quero que ele se machuque com o que pode a conter comigo, nessa busca para libertar o anjo. E se eu não voltar?! Eu irei deixa-lo sofrer ai por mim?! Eu não quero que isso aconteça! Eu não vou deixar que isso aconteça.

O horário de visita acabou, o Drake saiu do quarto e logo depois um médico entrou e falou que eu tinha que fazer alguns exames. No fim do dia, meu pai ficou comigo. Eu estava sem sono, mas queria dormir pra que as sombras não me irritando. Mas nunca tem jeito, de qualquer forma o quanto mais fraco e vulnerável você estiver, eles sempre o atormentaram. Eu consegui dormir, mas as sombras vieram e acordei em outro lugar.

~Onde eu estou?~
~Que lugar é este?~

Ouvi gritos, parecia,que alguém estava sendo torturado. Eu corri pra ver quem era e o que estava acontecendo. O anjo que eu deveria salvar. Ele estava tão fraco que mal conseguia levantar suas asas. Eu precisava ajuda-lo. Mas eu não sabia como fazer isso.
Eram várias sombras na porta e várias sombras torturando o anjo.
Peguei uma pedra não muito grande, e taquei no final do corredor. Parecia uma caverna com salas. As sombras da porta foram ver o que era, as que estavam dentro também ouviram e saíram rapidamente da sala.

-Parece que nossa brincadeirinha acabou. Por enquanto!

Esperei que tudo estivesse calmo pra criar coragem e ir até a sala onde estava o anjo. Corri até a sala mas ela estava trancada.

- Ei! - falei um pouco mais alto pra que ele me escutasse.

- V-Você v-veio!

- Não sei como, mas vim! Como faço pra abrir essa porta?

- N-no final do corredor vai ter um guarda sentado em uma cadeira. E-ele.... Ele guarda as chaves de t-todas as selas.

- E como eu faço pra pegar as chaves?

- Ele é cego, mas usa isso contra seus ''inimigos''. Ele consegue escutar tudo que está a sua volta. Ande devagar e sem fazer barulho, pegue a chave e me tire daqui. Lembre-se o silêncio é sua arma contra ele! Seja rápida temos pouco tempo.

- Okay!

Andei vagarosamente até o final do corredor. Tentei fazer o mínimo de barulho possível. A chave estava pendurada no lugar de colocar um cinto. Eu vi, ele não era uma sombra. Era alto, gordo e careca, usava uma armadura muito estanha. Ele sentava em uma cadeira no fim do corredor, parecia que sempre estava dormindo. Mas, só parecia. Se uma pequena agulha caísse no chão perto dele, ele ouvia. Suas mãos cheias de calos, não conseguia entender sua armadura. Correntes, ferrugem. Estava com muito medo, minhas mãos tremiam e eu não queria que fizesse barulho quando eu pegasse as chaves.

~ Pronto consegui agora é só voltar ~

Voltei lentamente até achar seguro correr até a sala onde o anjo estava e começar a andar mais rápido. Abri a sala, entrei e coloquei o braço dele em voltando meu pescoço.
Sai carregando ele. O anjo estava tão fraco, fiquei muito mal de não ter ido ajuda-lo antes. Talvez isso mudaria tudo.

Andamos até a saída escondidos, para nenhuma sombra nos encontrar. Passamos por lugares estranhos, uns tuneis mais subterrâneos que a caverna que estávamos. Quando conseguimos sair eu me aliviei.

- Pode se acalmar nós já saímos de lá!

- Eu sei! Agora eu quero saber de tudo. Esse "lance" de te salvar, aliás onde estamos?

- OK! Mas antes vamos pra um lugar mais seguro!

Ele me levou com cuidado para fora daquela caverna, e fora de lá era lindo. Existia uma floresta linda la fora.

Fomos andando rapidamente até um lugar distante e seguro. Chegamos em uma parte da floresta que ele dizia ser segura. Eu não sei o que aconteceu, ele só caiu no chão exausto. Ajudei ele ajudei ele a sentar. Sentei na frente dele, e quando eu ia falar percebi o quanto ele estava machucado. Seus braços estavam cheios de marcas de correntes e tinha cortes pelo corpo. Suas roupas estavam rasgadas.

- Você... Você está muito machucado! Porque fizeram isso com você? O que eles querem?

-Eles querem você!

- O que?! Mas porque? O que eu fiz?

-Não é o que você fez. E sim o que você é.

- Como assim, o que eu sou?

-A muito tempo os soldados das sombras procuravam por um anjo que curasse a "rainha" deles. Você era a única que podia fazer isso. Porque você é a escolhida. Na época você era muito pequena então eu tive que te levar para um lugar seguro e longe daqui. Então te levei pro outro mundo, onde seria difícil de te encontrarem. Mas por mero azar, os soldados das sombras conseguiram acesso ao outro mundo. E encontraram sua casa, a sorte é que você não estava la. Então tocaram fogo na sua casa.

- Então eu sou a escolhida?! É por isso todas essas vozes na minha cabeça. E essas coisas que eu nunca entendi.

-Nós temos pouco tempo. Então temos que ser rápidos. E você tem que ter cuidado. Agora vá, antes que seja tarde.

Tudo ao nosso redor começou a escurecer e eu não sabia o que estava acontecendo. Comecei a me sentir cansada, com sono e rapidamente adormeci sem saber o que havia acontecido.