Naquela manhã eu acordei disposta a seguir meu pensamento: Respire e não perca o foco.
E não era porque eu tinha um teste de filosofia naquele dia que eu estava tão determinada a cumprir esse pequeno dilema criado pela minha mente, mas sim porque eu desejava que hoje fosse mesmo o melhor dia da minha semana.
Comprei o meu café na Peet's, sorrindo para a balconista após ela me desejar um amigável bom dia. Novamente eu pensei no meu exame que estava longe de mim a apenas três quadras. Fiquei em dúvida se eu caminhava mais devagar ou se chegava na Universidade e enrolava para terminar meu café.
Quando cheguei, guardei meu livro de leitura no armário e segui para a sala. O professor estava sentado sobre a mesa com uma perna balançando no ar. Ao notar minha presença, me olhou.
"Bom dia, senhorita Hunt."
"Bom dia." eu devolvi com um aceno, seguindo para meu lugar, não sem antes jogar fora meu copo de café.
"Bem, acho que já podemos começar." ouvi o senhor Thompson pronunciar.
Ele cuidadosamente puxou várias folhas que estavam lacradas por um pacote branco e grande, seguidamente os apoiando em um de seus braços. Endireitou seu óculos redondo no rosto, movimentando o pescoço de um lado para o outro a fim de relaxar. Ele parecia mais tenso que a turma. Um por um ele começou a distribuir os exames.
"Ei." meu ombro sacudiu. Pela voz eu reconheci: Dee, minha melhor amiga."Bom dia pra você." cumprimentei, virando para trás com um sorriso que me foi devolvido.
"Quer vir almoçar comigo e com Bryan hoje depois da aula?" a ruiva perguntou baixo.
"Hoje?" repeti meu tom em evidente desapontamento.
Dee captou minha voz, chegando mais perto para sussurrar:
"O quê aconteceu?"
"Tenho algo pra fazer depois da aula. Me desculpe, eu adoraria ir." lamentei.
"Bryan sugeriu comida árabe, vai ser legal." ela tentou. Eu olhei uma vez na direção do professor, antes de voltar a observa-la.
"Desculpe." murmurei.
"Não pode mesmo faltar?" insistiu. Neguei com a cabeça. Dee soltou o ar tristemente dos pulmões, dando levemente de ombros.
"Tudo bem, Ava." acariciou meu ombro, um sorriso compreensível no rosto. "Boa prova."
"Obrigada." agradeci educadamente. "Você também."
Não demorou muito para que o professor Thompson entregasse minha prova. A folha ainda quente contrastando com a frieza da minha mão suada. Respire e não perca o foco. Foi o que pensei antes de clicar na minha caneta.
(...)
O pequeno papel preso entre meus dedos me levou para uma rua calma e não muito distante da Universidade que, apesar de silenciosa, não aparentava ser um lugar perigoso. A grama pouco verde ainda enfeitava os jardins das casas e árvores altas estavam mais secas, folhas amareladas se espalhavam pelo chão enquanto outras viajavam no ar se deixando domar pelo vento do outono.
Olhei para o papel, e mais uma vez para a casa que me encontrava parada em frente. Segundo minha mãe, as letras escritas em caixa alta eram propositais para que eu não tivesse problemas em ler e encontrar a rua certa, pois não queria que eu repetisse o mesmo erro que da outra vez. O que propositadamente não foi um erro, no entanto.
HARRY STYLES
ADAMS STREET, 403A casa era pequena, um jardim pequeno com pedras da cor da calçada que levava o visitante diretamente à porta. Meu pé batia no chão enquanto eu esperava o objeto de madeira abrir, não havia como eu enxergar o lado de dentro, o vidro fosco empatava a minha vista.
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savant [h.s.]
Fanfiction"Ninguém é capaz de entender a mente humana completamente. Seja em explicar o fator que leve uma pessoa a ter determinado comportamento ou compreender seus desejos, sonhos e sentimentos. O seu ego, sua inteligência ou razão. Tudo é complicado, até m...