Saí daquele banheiro mais confiante. Mesmo com todos esses machucados, eu consegui ver um sentido na vida. O sentido é, independentemente de qualquer coisa, superar fracassos. Meio frio, não?
Entrei no quarto com um sorriso bem sincero, e vejo que o tal do Cadu não está mais lá. Porém, acho que ele deixou um bilhete em minha cama.
"Maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaath :v, tudo bem no banho né?! Bom, to te esperando lá em baixo, no pátio. Pra chegar é bem fácil, desce pro segundo andar e segue direto pro final do corredor, aí tu vê a porta escrita "pátio" e entra lá, to te esperando lá!"
Mas esse garoto não entende que não gosto de ser chamado de Math? Puta que me pariu. Como eu não tinha nada melhor para fazer, quer dizer, nada pra fazer, resolvi seguir o caminho e ver aonde eu ia parar.
Ao entrar pela porta, me deparei com um enorme lugar aberto, cheio de árvores e pessoas conversando. Vi alguma coisa me acenando, era o tal do Cadu, junto de mais 4 pessoas. Pensei se deveria me aproximar ou não, mas né, tive que ir.
- Maaaath! Ai meu deus eu ainda soco esse menino. - Esses são Felipe. Apontou para o único garoto além dele, que era alto, pele clara e cabelos pretos, parecia preocupado com algo, e mexia no celular. - Beatriz, mas pode chamar de Bea. Apontou para uma baixinha que tinha feição fofa, usa óculos e, pelo jeito, sempre sorri. - Oi Math! Se pronunciou, mas o seu Math não me incomodou. - Isa e Esah, por favor, não confunda! Uma é Isabelle e outra Isadora! Isabelle é de altura média, olhos azuis, cabelos claros e usa óculos também, já Isadora tem um "look" mais gótico, cabelos pretos, a que mais gostei no momento.
- Oi. Não, não consigo ser mais amigável que isso. Acho que todos percebem e vêem meus machucados.
- O que aconteceu? Bea aponta para meu olho, mostra preocupação.
- Digamos que... Problemas familiares. Ela me passou confiança, espero não estar fazendo as mesmas burradas de sempre...
Ficamos a tarde toda conversando, quer dizer, eles ficaram, eu observava e respondia algumas perguntas. A noite dizem eles que temos liberdade para sair, então resolveram ir à uma casa de show próxima, e eu acompanhei, como não havia nada melhor pra fazer...
Cadu PoV.
Estamos à caminho de uma casa de show, mais conhecida como balada né kkkkkkkk, mas okay. Já falei que esse Matheus é um gato? Ele tem esse jeito meio suspeito e isso é apaixonante. Meu senhor. Já tenho meus planos para seduzir o boy magia.
- Ei Math. Ele me olhou como se fosse me matar. - Quer uma outra roupa emprestada? Afinal não vai ir assim de velório pra uma balada né?
Ele se olhou de baixo a cima, e acabou aceitando. Corri para o meu armário e peguei uma roupa que já tinha escolhido a muito tempo : Uma camiseta regata branca, um colete preto, calça jeans preta apertada e um all-stars preto de couro. Um perfeito gato.
- Você realmente acha que não estou ridículo com isso? Perguntou pela milésima vez, arrumando o colete a cada dois minutos.
- Você está um gato! Aposto que as menininhas cairão matando. Dei ênfase em "menininhas" para ver a cara dele, porém, como ele é mais misterioso que a Área 51, não demonstrou nada.
Nisso, a porta se abriu lentamente e vimos o resto do "bonde" entrar.
- Vamos? Falaram juntos.
E agora a operação SDBMA51 (Sedução do Boy Magia Área 51)começa!
Isabelle PoV.
Já entramos na balada, mas como sou meio distraída, já me perdi do povo. Ri comigo mesma, e me escorei no balcão de bebidas.
- Alguma coisa menina linda? Me virei e vi o bartender, que era bem feio, com uma cara muito safada e que me assustou.
- Um copo de vodka, por favor. Arqueei as sobrancelhas e me afastei um pouco dele, me sentando em um dos banquinhos. A bebida chegou em dois minutos, junto com um sorriso escroto. Bebi tudo em um gole só, e fui pra pista. Uma versão remixada de Pound the Alarm tocava, e isso era bem dançante. Porém, senti algo me agarrando.
- Ei gata. Sussurrou. - Não grita que nada de mal te acontece.
Tentei gritar porém logo ele tapou minha boca e me arrastou pra um canto. Essas pessoas de balada são cegas??!
- Escuta aqui. Me prensou na parede. Avistei Matheus e ele percebeu meu olhar de desespero, graças a deus.
- ME LARGA! Gritei o mais alto que consegui, empurrando-o e correndo pra perto de Matheus.
Ele tirou um canivete de um dos bolsos, porém me escondi atrás do Math.
- Vaza. A voz de Matheus não parecia alterada. O cara riu dele e tentou cortar a veia do pescoço dele. Rapidamente ele abaixou e acertou um gancho no queixo do outro, que rapidamente foi ao chão.
Ele se abaixou, pegou o canivete das mãos do homem com um sorriso cínico.
- Não brinque mais de abusador, desgraçado. Cuspiu na cara dele, e levantou em minha direção.
- Tudo bem? Guardou o canivete, abracei-o na hora.
- Obrigado. Respondi sendo sufocada pelo colete. Ele demorou um pouco, mas retribuiu o abraço.
- Vamos achar os outros. Me soltou. - Essa noite começou muito mal.
Felipe PoV.
Aonde esse povo se meteu, ain.
Cadu disse que foi botar um plano lá em prática, Bea e Esah sumiram em meio a pista. E eu fiquei sozinho, como sempre.
- Felipe? Isa se aproximou junto do menino que conhecemos hoje, Matheus, eu acho.
- Por que não está dançando mulher? Vai se divertir. Respondi enquanto via Matheus quebrar algo que parecia com um canivete. - Que que é isso? Sabia que ele não era boa pessoa.
- Ele pegou isso de um cara que tentou ne abusar. Respondeu seca. Eu e minha mania de julgar os outros...
O resto da noite foi "tranquilo". Nós três ficamos parados ali, conversando, e os outros três só apaceram na hora de ir embora...
Chegando na escola, todos viram que Cadu estava pra lá de bêbado.
- Quer ajuda com ele Math? Bea perguntou meio alterada também.
- Eu acho que consigo levar ele. Coçou a cabeça.
- Tudo bem então, tchau povo. Isa e Bea saíram primeiro, e o resto foi saindo aos poucos.
Hoje, altas loucuras no sétimo andar...
Matheus PoV
Levar essa coisa pro sétimo andar foi MUITO difícil. Mas, enfim no quarto.
- Math... A mistura de um mundo de bebida era notável, seu bafo era gigante.
- Não me chama de Math. Bufei, enquanto "jogava" ele na cama, tirando seus sapatos.
- Tira minha roupa Math. Percebi que ele estava bem o suficiente pra ser oferecido.
- Se vira. Peguei uma toalha e fui tomar um banho. Eu merecia.
Saí com a toalha na cintura e abri o armário dele, procurando outra roupa. Bom, ele me deu liberdade. Vesti um pijama qualquer e me deitei. Quando estava quase dormindo, algo caiu em mim. Cadu...
- Oi Math. Esboçou um sorriso fraco. - Posso dormir aqui né. Se acomou em mim e dormiu novamente. Como a cama era grande, empurrei ele pro outro lado e fiz uma "barreira" com a coberta, não quero ser abusado de noite...
Talvez eu queira sim.
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Insuficiente.
Teen FictionO que você diria para um ser humano que com 15 anos já foi abandonado pelos pais, rejeitado pela sociedade e abandonado em um internato qualquer? Olhe o lado positivo? Não, no fundo você pensaria somente uma coisa dele: Insuficiente.