Not Gay

twelve

N/a : Desculpem pelo atraso. Leiam as notas finais, por favor.
Ps. To morta com a mídia.

With love.
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- Azul. E a sua?

- Verde, definitivamente. E talvez vermelho também.

Logo depois de tomarmos o chá, minha mãe entrou no quarto avisando que a escola tinha suspendido as aulas, até a neve derreter. Existe coisa melhor?

Harry fez uma rápida comemoração que envolveu me abraçar, e não sou eu que vou reclamar. Depois de conversamos mais cedo, ele se soltou um pouco. Acredito que aquilo o estava perturbando mais do que a mim. O que nos leva a agora, ele deitado com a cabeça no meu ombro enquanto jogamos um jogo de Q&A.

Harry já havia me perguntado a minha sobremesa favorita, o que eu mais odeio, e minha cor favorita também. Minhas perguntas pra ele foram exatamente iguais, nunca tive muita criatividade.

- Do que você tem medo? - perguntei, querendo deixas as perguntas mais interessantes. Cor favorita? Fala sério.

Harry ficou tenso, mas sorriu forçado. Eu sei quando você sorri forçado, idiota. Harry é uma daquelas pessoas que só pela postura e pelo olhar você já sabe o que se passa, então isso nunca vai ser um problema pra mim. E no momento eu posso dizer que ele não quer falar sobre isso.

- De nada, Louis. - ele disse tirando a cabeça do meu ombro e deitando no travesseiro.

- De nada? Mas nem da sua família? Não tem medo por eles? - perguntei curioso, o olhando.

- Eu não tenho família. Só a minha irmã e ela mora longe. Não conto minha tia como família. - ele disse com a maior naturalidade do mundo.

Fiquei triste por ele. Não ter pai e mãe, só uma tia ausente e uma irmã que mora longe.. É difícil de imaginar.

- Ah, bem, desculpe. - eu disse sem graça. Queria perguntar o que aconteceu com seus pais, ou porque sua irmã estava longe, mas não acho que ele me responderia.

- Tudo bem, Lou... Você quer saber o que aconteceu, não é? Eu posso ver isso nos seus olhos. Chegue mais perto.

Me aproximei e peguei sua mão enquanto ele falava. Sempre achei que segurar a mão de alguém era importante, porque passa o recado de : " estou aqui com você, fica tranquilo." Ele ficou tenso, mas depois começou a falar.

Ele me disse que seus pais tinham fugido, em um belo dia de novembro e que ele nunca mais os vira. Tinham - no deixado com sua tia e não apareceram no dia seguinte para busca - lo. Nem no outro, nem no outro. Depois de um ano, sua tia recebeu notícias da mãe dele, que estava na costa do Caribe, dizendo que estava tudo bem com eles e pedindo para ela "ficar de olho em Harry".O quão horrível é isso?

Harry relaxou visivelmente quando falou de como sua irmã tinha aparecido em sua vida, e de como tinha a amado quase instantaneamente. Contou que agora ela fazia faculdade de medicina, e que havia se mudado para morar mais perto da faculdade, para poupar tempo.

Harry não parecia triste ou magoado conforme ia contando. Ele parecia conformado.

Quando ele terminou de falar, eu o abracei. Bem apertado. E ele me abraçou também.

🌸

Depois do rápido momento de sentimentalismo, continuamos o jogo. Não queria deixar Harry desconfortável ou algo do gênero, logo agora que ele estava se abrindo pra mim. Resolvi deixar a pergunta sobre os medos dele de lado e pensei em outra.