Don't open.

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Eu estava diferente naquele dia.
"E aí, Elizabeth, vamos sair hoje?"
"Tenho que estudar."
Havia acabado de me mudar, meu dormitório ainda possuía caixas espalhadas, e a cada vez que eu chegava da faculdade jogava um casaco diferente por cima delas.
"Tenho que parar com isso."
E comecei a colocar as coisas no lugar. Já estava cansada de ouvir as pessoas me convidando para sair e não poder, aliás, se eu não arrumasse tudo até o fim do primeiro semestre eu não arrumaria um namorado.
❇❇❇❇❇❇❇❇❇❇❇❇❇❇❇❇❇❇❇❇
Era tarde da madrugada e eu ainda estava abrindo as caixas, me perguntando o motivo de não ter feito aquilo antes.
Até que alguém bate na porta.
"Ninguém merece."
Senti algo esquisito ao tocar na maçaneta.
"Não abra."
Um arrepio passou em meu pescoço ao ouvir isso, e então percebi que era uma coisa da minha cabeça, já que não gostava de ficar sozinha.
"Eu disse: Não abra."
Era uma voz calma e doce, e eu tinha certeza que eu não havia criado aquilo, não era uma voz da minha cabeça. Alguém estava ali.
Eu não disse nada e apenas deixei para lá. Não abri a porta.
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"

Elizabeth!"

Eu conhecia aquela voz.

ElizabethOnde histórias criam vida. Descubra agora