Cap 1

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Minha rotina nunca foi tão especial, acordar, ir para a escola, dormir, ir pra aula de violão, fazer exércitos, mexer no computador...
Mas desses tempos pra cá, minha vida se tornou chata, resumida em : Casa, escola, hospital.
Pensando bem, o câncer é uma doença injusta, eu não fumo, não bebo, não sou promiscua, não faço NADA que é "errado".
Mas mesmo assim, pelo meu sangue, genética, eu tenho lutado contra a doença que agora, neste minuto, destrói meu pulmão de dentro para fora, me matando devagar.

- Terra para Mary Jane ? Você está se sentindo mal? Estamos quase chegando. - Diz Audrey, quer dizer mãe ( Tenho mania de chamar meus pais pelo nome, a falta de presença na vida dos filhos da nisso)

Solto um sorriso leve.

- Estou bem - Minto - Só pensando um pouco. - Digo esticando o sinto de segurança que aperta meu pescoço.

Fecho os olhos tentando respirar com dificuldade.
Sinto meu corpo se inclinar levemente para frente, abro os olhos e vejo as paredes brancas do hospital Illumination, venho tratando aqui após a Shine, a clínica que eu tratava antes ser fechada pela fiscalização sanitária.
Abro a porta do carro, meu corpo dói, uma pontada no peito me faz soltar um suspiro alto, minha mãe desliza minha a mão sobre minha cintura e me acompanha a uma sala Listrada de cinza e branco, onde um homem de cabelos grisalhos me recebe com um sorriso acolhedor.
Sento em uma espécie de "Cama", ele faz alguns exames e logo me libera, Sento ao lado de Audrey em uma cadeira na frente da mesa do Dr. Shively.

Ele fecha o rosto subitamente ao olhar uma das chapas da radiografia, meu coração acelera.

- Eu sinto muito Sr. Scarlett, mas o câncer no pulmão evoluiu, e sem os tratamentos adequados, eu não creio nas suas chances de cura.

A vontade de chorar assume os meus sentimentos, mas eu não choro, aperto a mão de Audrey que parece não acreditar.

- Olha, aqui em Hagerstown você não vai conseguir o tratamento adequado para esse tipo de câncer, eu recomendo que vocês se mudem para alguma cidade maior, com mais possibilidades.

Neste momento, posso parecer idiota ou masoquista, mas eu só pensava no meus amigos, na minha escola, na Senhorita Amélia minha professora de música, Grace minha professora de moda e postura, minha vizinha Senhorita Natalie, que sempre me recebia com os biscoitos mais deliciosos que já comi, do meu sonho de ser modelo, E de Nathan Steven minha paixão platônica desde um pequeno incidente com as garotas populares da 7° série, resumindo, minha vida simples do interior.

Invencíble GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora