Justamente hoje a Júlia tava uma peste. Corria de um lado pro outro sem parar! Vinícius já tava na cozinha tomando o café da manhã, porque eu o acordei com um jeito carinhoso que só eu tenho. Vocês sabem né? Panelas, batendo uma na outra e blá blá blá... Eu contei pra vocês. Fellipe ainda tava dormindo, então fui acordá-lo, mas com educação.
- Fellipe, hora de acordar! - sussurrei ao entrar em seu quarto e ele não respondeu.
- Fellipe, acorda! - falei um pouco mais alto pra ele ouvir e o mesmo nem se mexeu.
- Fellipe, por favor, já tô ficando sem paciência. - falei pacientemente.
- Por que você acorda ele gentilmente e me acorda com um barulho enorme no meu ouvido? - levei um susto. Recocheci aquela voz. Era Vinícius.
- Tá louco garoto? Que susto!
-Você não respondeu minha pergunta.
- Porque eu não fui com a sua cara.
- E foi com a cara de Fellipe? - perguntou surpreso.
- Aham, ele é gente boa, o oposto de você. E ele é meu primo, tenho que me dar bem com ele. E você é só um garoto que se não fosse amigo do Feh, eu nunca teria te conhecido.
- Que sorte a sua que o Fellipe tenha um amigo tão gato e legal!-falou convencido.
- Sério? Cadê ele?-perguntei debochando.
- Na sua frente. - fiz cara de desentendida. - Sou eu!
- Poupe-me das suas ilusões - falei revirando os olhos.
- O que vocês estão fazendo aqui? - Fellipe perguntou ainda deitado em sua cama, com cara de sono.
- Eu vim te acordar, mas você não acordou de jeito nenhum. - tenho que confessar que não tava sendo nenhum sacrifício ser legal com Fellipe, pelo contrário, ele não fazia com que eu ficasse irritada com ele, diferente de Vinícius.
- E você Vini? O que tá fazendo aqui? - perguntou confuso.
- A Sa tava demorando demais, então eu vim ver o porquê da demora.- respondeu com o olhar malicioso.
- Você me chamou de quê? - perguntei.
- De Sa! - Vinícius respondeu como se fosse óbvio.
- Quem te deu a ousadia? - perguntei furiosa. Odeio que me chamem de Sa sem que eu permita.
- Ninguém, eu chamo você do que eu quiser, aliás, eu acho que a boca ainda é minha. - falou com tom de ironia.
- Sim, a boca ainda é sua. Mas se você me chamar assim de novo, eu faço com que você engula ela! - falei apontando o dedo indicador pra o seu rosto e ele me olhou assustado.
- Calma gente, sem brigas né?! - Fellipe falou se intrometendo. - Cadê a tia Ana, Safira? - perguntou.
- Pode me chamar de Sa! - falei pra irritar Vinícius. - Ela foi pra casa da vovó com o Roger e talvez não volte hoje porque a vovó tá doente.
- Ah, ok! E a Ju? - perguntou. Parecia até que ele era o responsável pela família.
- Aquela peste? Deve tá correndo pela casa! - falei calmamente. Às vezes eu e Ju nos damos bem, mas tem dia que ela vira um pirralha mimada irritante, daí eu brigo com ela e a xingo.
- Ok! Vou tomar banho e me arrumar. Daqui a pouco eu desço. - falou indo pra o banheiro de seu quarto.
- Aham..Sai do quarto junto com Vinícius. Ao chegarmos na sala, Júlia tava com as mãos sujas de tinta e as paredes e o chão tinham marcas de mãos de tinta.
- Sua peste! Te deixamos sozinha um minuto e olha só o que você apronta. - gritei nervosa.
- Foram meia hora, na verdade. - Vinícius ironizou.
- Temos coisas mais importantes pra fazer, além de ficar um zoando o outro, não acha? - falei lhe entregando um balde com água e um paninho.
- O que você quer que eu faça com isso? - perguntou.
- O que você acha? Limpar a sujeira que a Ju fez, né?
- E você vai fazer o que?
- Fazer com que a Ju tome um banho e colocar ela de castigo.
- Que castigo?
- Qualquer um que faça ela ficar longe de mim hoje, agora comece logo o seu trabalho e pare de se preocupar com o meu.Peguei a Ju no colo e a levei pro seu quarto. Separei uma roupa e mandei ela ir tomar banho, enquanto eu pensava no castigo. Quando ela saiu do banheiro, eu a vesti e ordenei que ela ficassr no quarto o resto do dia. Isso mesmo! ORDENEI, porque sou eu que mando nessa bagaça. Mas é claro que se ela quisesse comer, ela chamaria o Fellipe ou o seu amigo babaca, Vinícius.
Desci e o idiota já tinha limpado toda a sujeira de tinta. Feh tava devorando uma ruffles na cozinha. Gordo! Hoje não tinha nada de interessante pra fazer e se quisesse sair, teria que levar a chata da Júlia, ou seja, o dia ia ser pior do que tá sendo agora. Resolvi que ia dar um mergulho na piscina. Subi pro meu quarto, tomei um banho e coloquei o meu biquini azul simples e depois vesti apenas um short jeans claro, coloquei as minhas havaianas e desci. Quando tava descendo os degraus, Feh e Vinícius estavam assistindo TV e quando me viram ficaram boquiabertos, principalmente Vinícius.- Vou pra piscina, por favor não me encomodem. A não ser que a casa esteja pegando fogo. - falei passando pela sala.
- A Sophi vem? - Feh perguntou. Pera, Sophi? Que intimidade é essa? Eu perdi algo?
- Não, eu não chamei ela. Por quê?
- Nada!Resolvi mandar uma mensagem pra ela.
Wpp- Marida ♡
Eu: Tô tomando banho de piscina aqui em casa, que vim?
Sophi: O Feh acabou de me chamar. Vou sim!
Eu: Perdi alguma coisa? Você e o Feh??
Sophi: Não. Somos amigos, apenas..
Eu: Seei... Tô de olho em?
Sophi: kkkkk.. Tchau amora. Já já eu chego aí. Beijos!!
Eu: Ok. Tchau! Bjs..Bloqueei o celular, sentei em uma cadeira daquelas de piscina e fechei meus olhos. De repente, ouço um barulho forte, como se alguém tivesse pulado na piscina, e sinto pingos de água tocarem na minha pele. Ao abrir meus olhos, vejo um deus grego na piscina... Pera, o quê? Essa não sou eu! Vinícius estava dentro da piscina, sem camisa...
Não Safira! Ele vai tá de terno dentro de uma piscina.
Tu de novo aqui? Affs.. Tchau!
Eu sou seu subconsciente, ou seja, nem que você queira, eu não vou parar de lhe pertubar querida..
Dane-se...Continuando...
Quando olhei pra piscina, Vinícius tava dentro da mesma, olhando pra mim, com um sorriso lindo.. Não, pera. Nada de lindo! Tô ficando doida, só pode..- O que eu disse? Nada de me encomodar. Você é surdo por acaso? - falei me enxugando.
Continua...
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Safira
Teen FictionMeu nome é Safira, tenho 16 anos e sou uma garota um pouco rebelde.Meus pais são divorciados. Minha mãe é psicóloga e vive tentando me ajudar, mas não consegue. Eu amo o mundo, mas odeio as pessoas que o habitam. Com as "criaturas", como eu chamo as...