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Onde a história começa pelo fim.

28/07/1991

— Eu estou te dizendo Eloá, ele está apaixonado por você! – Minha amiga deu pulinhos animada enquanto entrávamos na sala.

— Heitor? – Olhei para Heitor, ele nunca havia falado comigo. — Isso é coisa da sua cabeça.

— Não é não! Eu ando reparando... – Ela suspirou – Desconfio até que é ele quem escreve as cartas de amor anônimas!

— Tá bom cupido, agora senta que a aula irá começar.

Oi, sou Eloá. Irei te contar minha história, tudo começa com minha amiga Rafaela me apresentando à Heitor:

— Bom, essa é minha amiga que havia lhe falado. – Ela dá uma piscadela para ele e eu reviro os olhos de vergonha.

— Eu sei quem é Eloá Machado. – Ual! Meu sobrenome! Estamos em uma festa e por causa da música alta me sinto á vontade para gritar:

— Andou pesquisando meu nome nas listas telefônicas?! – Pisco pra ele e ele sorri. Heitor é moreno claro, cabelos pretos e curtos e corpo forte. Tipo o garanhão da nossa turma de Direito.

— E se eu dissesse que sim? – Ele sorri.

— Bom... Acho que irei deixar os pombinhos a sós. – Rafaela dá dois passos para trás e pisca pra mim. – Ele é todo seu! – Ela sussurra e envergonhada, abaixo a cabeça.

— Desculpa por isso. Minha amiga é um tanto... – Olho para Rafaela dançando que nem louca na pista de dança — Meio... Feliz de mais.

— Eu gosto dela – Olhei supresa para Heitor — Porém, gosto mais de você.

— Obrigada – Dei um gole na minha bebida. – Mas então, fala de você.

— Não tenho muito o que falar de mim. – O som alto estava atrapalhando um pouco nossa comunicação — Vamos lá pra fora?

— Claro – Respondi pegando outra bebida que o garçom o ofereceu.

(...)

— Bom, vamos lá. Como você sabe faço direito, junto com você aliás – Nos rimos — moro com meus pais. Ah e namorei uma vez sério. E você?

— Nunca namorei sério. – Respondi.

— Não? Você é tão linda.

— Não acredito no amor. – Ele me encarou perplexo.

— Por que não?

— Você namorou quantos anos? – Perguntei

— Um ano e meio.

— Você a amava?

— Sim.

— Dizia isso a ela?

— Sim.

— Ainda diz?

— Não. Não a amo mais. – Ele franziu o cenho como se não soubesse onde eu queria chegar.

— Heitor, o amor não acabada. Ou você a ama ou nunca a amou. Amor não acaba.

— Então você crê no amor eterno?

— Eu creio em pessoas. – Dei um gole em minha bebida.

— Você é melhor do que eu pensava – Heitor, sussurrou.

— Eu não sinto o amor, eu o vivo. As pessoas estão presas à festas, bebidas e sexo. Ah, com certeza, sexo. Eu estou pressa a isso aqui – Levei minhas mais até seus olhos. Ele os fechou e eu acariciei de leve sua pálpebra.

Por ti, EloáOnde histórias criam vida. Descubra agora