Fala Sério, Pai!

Na barriga

Lembro, como se fosse hoje, o dia em que Ângela Cristina se aproximou de mim e com um sorrisão e disse, feliz da vida:
→ E aí, Armando? Não nota nada de diferente?
Sempre tive pânico dessa perguntas. Olhei para a minha dileta espisa tentando analisar cada detalhe com muita atenção, para ver se ela tinha pintado o cabelo, cortado o cabelo, aumentado o cabelo, depilado o bruço ou comprado uma roupa nova.

→Brinco novo?
→ Não, amor. Olha bem!
→ Já sei! Fez limpeza de pele!
→Não e possível, olha direito, olha na minha alma!
Ih, agora melou tudo!,pensei. Desde quando macho que é macho consegue olhar a alma de alguém? Ainda mais alma de mulher?
Diante da minha cara de mil interrogações, ela resolvel me ajudar.
→ Vou te dar uma pista. Do que é que os homens mais têm invejas das mulheres?
→ De vcs poderem ver outras mulheres peladas se fazer esforço?- debochei
→ Armandooo!
→ De que é a gente? Ai, ai, ai...Vcs fazem depilação com cera quente, aquilo e um inferno não da inveja a ninguém;vcs ficam menstruadas, tem TPM, nada invejável; vcs arracam a sombracelha com pinça, uma dor que não mete inveja a ninguém;vcs fazem xixi sentada, xixi em pé é mais prático e muito melhor;vcs também não podem tirar a camisa quando tá calor...
→Armando, oq é q só a mulher consegue?
Meu Deus, aquilo parecia um interrogatório!
→ Chorar com um filme idiota?
→ Claro que não. Pensa!
→Já sei! Passar horas numa loja, experimentar tudo e não comprar nada?
→ Engravidar, Armando! Engravidar!
→ E você acha que os homens invejam as mulheres por causa da gravidez?
→Claro.
→Faça- me o favor, Ângela Cristina! Gravidez é um porre, as mulheres viram uns bujões de gás, engordam, fica mal- humoradas, choram, tem desejos estapafúrdios, ficam nove meses sem tomar uma cervejinha...
→ Cala essa boca e me abraça, Armando! Eu tô grávida, Armando!
→ Disse muito irritada.
E naquele mnt descobri como eu era burro e insensível.
→ Ô, meu amor! Era isso que vc queria me contar com esse interrogatório todo? Você tá grávida?
→ Eu não. Nós estamos.
→ Ah, não, Ângela. Me poupe. Grávida está você, homem não fic...
E só caiu a ficha: Armando era sinônimo de burro, insensível e lento.
→ Você tá g-grávida? Grávida mesmo? Tipo...vai ter um filho? Você...Você...vai ter um filho meu?
→ Arrã- respondeu ela com o sorrisso mais doce que eu já tinha visto naquele rosto.
→ E eu vou...eu vou...eu vou ser p-p-pai? E isso?
→ Eu tenho quase certeza de que é seu. A não ser que aquela única vez com o padeiro...-ironizou.
→ Que padeiro que nada! O filho é meu!-gritava

→ Sua filha. Vai ser menina.
→ Como vc sabe??
→ Sabendo. Coisa de mãe.
→ Vc não é mãe de ainda.
→Vc q pensa. Sou mãe desde q descobri q tô carregando o nosso amor na barriga.
Caramba! Tài uma frase de efeito q me deixo bobo. Ela ara mãe, mas eu ainda não me sentia pai. Nasa no meu corpo mudaria nos próximos noves meses, nenhuma ser se desenvolveria dentro de mim, se alimentaria do q eu me alimentasse e me daria chutes q me omicionariam. Acho q os homens só entendem o q é partenidade depois q veem a carinha dos filhos. Já as mulheres... Ângela estava certa.
Fiquei com uma baita inveja dela.