Primeiro Capítulo

976 64 22
                                    

Amorécas e amorécos aqui está o primeiro capitulo tão esperado de Labirinto de Ilusões.
Espero que gostem!!!! Boa leitura!

(EVA)

Finalmente o verão havia chegado, e com ele o calor e minhas férias – tanto do colégio quanto do trabalho.

Enquanto os adolescentes normais iam a lagos, parques de diversões, sorveterias e piscinas, eu treinava fechar minha mente contra meu namorado vampiro e todos os outros que pudessem chegar à cidade atraídos por meu sangue.

Não é uma ótima forma de começar as férias?

A impressão que eu tinha era de que tudo o que eu passara nos últimos meses havia acontecido em outra vida, ao mesmo tempo que ter tantos vampiros ao meu redor me trazia de volta à realidade e não me deixava esquecer o ocorrido por completo. No entanto, eu não estava mais sentindo medo, e sim querendo arrumar um modo de conviver com o que fora descoberto sobre mim.

Certo tempo havia se passado desde que tive o "encontro" de final catastrófico com Leo. Tentava não pensar muito nisso, ou no fato de ele estar morto.

Nas primeiras semanas, não conseguia esquecer o que tinha acontecido, e era inevitável ter pesadelos com Leo, nos quais ele me perseguia sem parar por aquele labirinto. Sua imagem aparecia por todos os cantos, e não importava o quanto eu corresse, ele sempre estava lá.

Depois comecei a pensar dia sim, dia não. Agora, porém, somente em momentos como este, quando certos detalhes me vêm à memória – como por exemplo, meu antigo aparelho de celular sendo destruído naquele dia.

Hoje estava em minha casa com Willian e assistíamos a um filme. E agora tinha em minhas mãos um celular novinho em folha que ele acabara de me dar. E nem era meu aniversário!

Eu tinha plena consciência de que Willian estava ao meu lado esperando por uma reação minha, afinal ele havia acabado de me dar um presente. Olhava‐me com aquela sobrancelha levantada naquele rosto maravilhoso, com aquele sorriso nos lábios que eu tanto amava, sem mostrar os dentes.

Eu tinha duas opções: poderia ser do tipo namorada pé no saco e falar "não, isso é muito, não posso aceitar", ou simplesmente evitar todo o drama dele tentando me persuadir a aceitar o presente. No final das contas, sei que iria me convencer.

Desde o "ocorrido", tenho usado um aparelho velhinho da minha mãe, mas ele é tão ultrapassado, que a tecnologia da internet passou longe dele. Só aceita chamadas e mensagens de texto.

– Obrigada – agradeci, olhando para aqueles olhos verdes.

– Gostou?

– Ele é lindo.

– Vai aceitar sem discutir? – dissimulou surpresa.

– Ah, sim – disse, revirando os olhos. – Quem ouvir isso vai pensar que sou uma namorada muito difícil de lidar.

– Não. É perfeita. Só achei que seria mais difícil de convencê‐la a aceitar.

– Para que lutar contra o inevitável? – falei, dando‐lhe um abraço. – É mais fácil ceder.

– Que bom que estamos nos entendendo nesse quesito. Fico feliz que concorde comigo sempre.

– Sempre não. Só quando está certo – bufei. – E, de qualquer forma, você sabe que não precisava me dar um celular novo, não é?

– Precisava sim. Não gosto de não poder me comunicar com você sempre que quiser.

Revirei os olhos para isso também. Para que pudéssemos nos falar sempre que quiséssemos, era necessário apenas virar a cabeça para o lado e começar a falar, pois estávamos passando todos os dias de férias juntos. Não que isso fosse uma coisa ruim. Por mim eu passaria todos os segundos do dia com ele. Nunca era o bastante. E, graças aos céus, Willian parecia sentir o mesmo.

Labirinto de Ilusões ( Livro 2 )Onde histórias criam vida. Descubra agora