Capítulo 1

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A Cada passo que dou, sinto o ritmo da música a entrar dentro de mim, e começo a imaginar-me a começar a dançar e a cantar, mas depois caio em mim, lembrando-me: *Estou na rua. Há pessoas à minha volta.*, provavelmente iam-me todos achar uma maluquinha...e isso só ia quebrar o meu estado de tranquilidade. É assim que me sinto ao ouvir as batidas das músicas da minha playlist. É como que se me esquecesse de tudo à volta. Sou só eu, a música e memórias... Sempre que estou triste ou feliz ou desesperada ou preocupada ou...simplesmente indiferente, a música compreende-me e diz-me exatamente o que preciso de ouvir. Mas às vezes é tão difícil! Só de me lembrar de...

- Rosy! – infelizmente a tranquilidade não reina para sempre... Ao virar a cabeça para trás, constato aquilo que já esperava: Carrie. Carrie é a minha melhor amiga! É elegante, de cabelos lisos castanhos claros e uns olhos cor de avelã brilhantes.

- Então? Tudo bem? – pergunto, ao mesmo tempo que desço à realidade e a abraço.

Ela olha para mim quando nos separamos, e faz uma expressão desorientada – Eu estou...tu é que não pareces nada bem! – afirma preocupada. Só agora me apercebo que os meus olhos estão brilhantes.

Não gosto quando me vêm nestes 'meus momentos'. Uma grande parte da minha playlist só tem músicas deprimentes, por assim dizer, que me fazem pensar na vida e lembram-me de coisas não tão boas...

-Eu? Não! Estou ótima. – asseguro-lhe, olhando-a nos olhos. Carrie franze a sobrancelha, mas rapidamente esquece-se do assunto.

Dou por mim a rir-me às gargalhadas com a Carrie. Como sempre, mesmo sem nos apercebermos, pomos um sorriso na cara uma da outra. Somos como uma equipa: ajudamo-nos uma a outra e não deixamos que a outra caia.

- Olha lá! Quando é que vais pôr aquela foto que eu te tirei? – pergunta-me, com um sorriso malandro.

- Já te disse três mil vezes que...NUNCA.

- Mas porquê?

-Porquê? Porque se calhar, só se calhar...estou horrível! – quase que gritei.

- Ei! Fui eu que tirei ok? E mesmo que quisesses, não conseguias, Rosy! – disse ela, revirando os olhos. – O que é mesmo irritante sabias? És tão perfeita em tudo o que fazes que dá uns nervos!

- Oh! Não sejas parva! – ri-me, ligando o ecrã do telemóvel. Tinha 6 chamadas não atendidas da minha mãe – Já é tão tarde! Tenho de ir para casa.

Despedi-me à pressa, e comecei a andar a passo rápido para casa.

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- Rosa, acorda! Não te atrases! – 'good morning sunshine!' é sempre bom acordar com os berros da minha mãe! Já lhe disse vezes sem conta que odeio que me chamem Rosa! Rosy R-O-S-Y, não é difícil!

Tive um sonho mesmo estranho... E o que é ainda mais estranho é que eu nunca me costumo lembrar dos meus sonhos. Não foi bem um sonho, foi uma espécie de 'visão do passado'. Eu tinha uns 3 anos e estava a brincar com uma menina, da mesma idade penso, e... ok não me lembro de mais nada. Mas parecia tão real... Bem não deve ser nada.

Eu juro que tentei levantar-me da cama, ok...não foi bem assim..., mas a vontade de continuar a dormir foi mais forte do que eu!

Passados uns 20 minutos....

- Rosy!!!!!! – muito melhor agora!

-Estou-me a vestir! - grito, enquanto me levanto num salto e corro para o armário.

O meu maior problema de manhã é sempre esse: o armário. Nunca sei o que vestir! Como não tenho tempo (nem paciência) para escolher com cuidado, simplesmente tiro a primeira coisa que me aparece à frente. Despachei-me relativamente rápido, até fui a primeira a entrar no carro!

No caminho, como de costume, fui a ouvir música com os meus fones. Não sei se era do facto de a minha mãe estar com uma expressão estranha, ou um sexto sentido... Mas algo estava diferente hoje.

- Mãe, nunca viemos por este caminho! – afirmei preocupada.

-Ah...é um atalho, não te preocupes.- diz nervosa. Agora tinha a certeza. Mas preferi não dizer mais nada. Sem dar conta, fechei os olhos durante uns momentos, estava mesmo cansada...

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Abro os olhos devagar, ainda ensonada, mas reparo logo numa coisa:

- Onde é que estamos??


Born to be realOnde histórias criam vida. Descubra agora