1 Novembro. Segunda. 9h54m da manhã. Escola de Praia Perdida. Classe 16, aula de historia
- QUANTAS VEZES VOU TER QUE REPETIR SR. GAITHER? NÃO COLE, NÃO COLE, NÃO COLEEE!!!
- Foi mau Professor Tentacul...
- TENTACLE! – Bufou o professor arfando. – MEU NOME É SENHOR TENTACLE EU JÁ FALEI 100 VEZES! E VOCÊ É UM ALUNO EM RECUPERAÇÃO! – Disse tomando a prova do garoto.
- Mas professor eu não posso – tentou explicar Quinn. – Essa é a única matéria que eu estou com a nota baixa, pra não dizer que pode me reprovar.
- Não me venha com essa Sr. Gaither. Você e o Sr. Temple sempre caguetam minhas aulas pra ir surfar, ou seja, lá o que vocês dois fazem naquela praia.
Houve uma onda de riso .
- Não me bote no meio disso – disse Sam se encolhendo na cadeira olhando atentamente para a prova de Historia.
- Não vou colocar Sr. Temple... – Disse o Professor Tentacle retomando a calma. – Apesar de ambos não frequentarem muito minhas aulas, o estado de Gaither é bem pior que o seu. Isso mostra que você estuda, ao contrario dele – na ultima frase Tentacle lançou um olhar vagaroso e medonho para Quinn. - Recuperação senhor Quinn, me encontre nessa sala dia primeiro de dezembro!
A segunda onda de riso foi interrompida por um forte "SILENCIO!" do Professor Tentacle.
- Se deu mal, brou – riu Sam para Quinn.
- Tomara que ele suma – Quinn sussurrou para Sam.1 Novembro. Segunda. 10h15m da manhã. Las Vegzas. Flet do Tony.
- Tony, não. – Disse Lana enquanto Tony tentava tirar a roupa dela. – Eu não posso, eu... eu tenho que ir pra aula.
- Lana você vai pra aula todo dia – disse Tony com a cara de cachorro que Lana adorava. – Hoje temos uma manhã inteira pra fazermos o que quisermos.
Eles voltaram a se beijar e rolar na cama. Tony e Lana já haviam tirado as blusas e ele tentava loucamente abrir o zíper dela, porém ela ainda mostrava resistência.
- Sabe Tony – disse Lana saindo debaixo dele. – Eu nunca fiz isso antes, eu amo você, voce sabe, eu.. eu até estou preparada.
- E...? - Ele perguntou.
- E que é minha primeira vez – ela olhou pra baixo mordendo o lábio e seu cabelo caiu no rosto. Aquilo deixou Tony excitado.
- Sabe Lana, eu gosto de voce por um motivo em especial. Você é vermelha e azul, sol e lua, som e fúria. Você tem um olhar doce de coelho, mas um jeito de tigresa.
- Voce está tentando ser romântico? – Lana perguntou rindo.
- Estou tentando falar o que tem o que eu sinto, minha índia.
- Fora meu Patrick voce é o ser vivo que eu mais amo nesse mundo, sabia? – Ela passou as mãos em volta do pescoço dele e o beijou.
Ele a puxou para mais perto e ela recuou. Ele voltou para a cama, indignado, e acendeu um cigarro.
- Sabe do que você precisa? – disse Tony. – Uma bebida.
- Você tem bebidas por aqui ou um cigarro mais forte? – Lana perguntou.
- Nenhum dos dois – ele respondeu triste.
- Eu sei onde conseguir. Meus pais pagam de bonzões, mas são uns malas – ela falou vestindo o moletom lilás claro. – Vem comigo Tony.
Ela o puxou pela a mão enquanto ele tentava vestir a camisa, saíram do flet, juntos entraram no carro do Tony e saíram.1 Novembro. Segunda. 11h30m da manhã. Academia Coates. Quadra de esportes.
- Não quero voltar pra casa – disse Caine.
- E nem vai – disse Diana. – Pelo o jeito que as coisas estão por aqui na escola acho difícil alguém passar direto.
- Nem mesmo o Jack? – Perguntou Martelo.
- Jack é bastante inteligente Martelo, e por incrível que pareça forte – disse Diana jogando o cabelo pro Lado. – Mas ele se desconcentra fácil e logo se dar mal.
- Mas não estamos falando nesse Mané – Caine lançou um olhar brutal para os dois. – Estou falando que esse ano eu não passo minhas férias em casa, irei passar minhas férias só.
- O que vai fazer então? – Perguntou Martelo rindo de Caine. – Se trancar em uma bolha?
Caine tentou se controlar, mas não conseguiu. Se levantou de repente encarando Martelo e na velocidade de um raio o menino se encontrava jogado na parede gemendo de dor.
- SAI DAQUI!!! – Gritava Caine para o menino enquanto bancos, jarros de plantas e cartazes da Academia Coates saiam do chão.
- Opa opa, cara – disse Drake vindo do corredor, ele pegou um vazo no ar e pôs no chão. – Vamos com calma.
- Não peça ao Caine pra ele ter calma – disse Diana amarrando seu all-star – ele sempre perde. 2 anos de convivência e você ainda não aprendeu, né Drake.
- Cale a boca sua vadia! – Cuspiu Drake para Diana.
Ela se levantou e ficou de cara a cara com Drake. Sua boca estava a uns 10cm perto da dela. Ele ficou um pouco tremulo, mas logo abriu um sorriso de tubarão. Diana também riu, mas foi um riso sarcástico.
Caine observava tranquilamente enquanto Diana virou-se de supetão e o cabelo dela bateu no rosto dele, em seguida ela saiu correndo dele. Drake tentou correr atrás, mas uma força estranha o impediu.
- Relaxa, Drake – disse Caine rindo, enquanto Drake bufava. – Eu sei, ela deixa todos nervosos.
- Não vou falar da Diana, Caine – disse Drake sentando-se ao lado de Caine. – Mas diz aí, porque jogou Martelo na parede.
- Ele me encheu a paciência. Eu falei que não queria passar as férias em casa e ele perguntou se ia me trancar dentro de uma bolha. Voce sabe que odeio quando gozam de mim.
- E porque não quer?
- Eles são chatos, cara – Caine se deitou na bancada da quadra de esportes e ficou a olhar a sol. – Eles nunca gostaram de mim, ninguém nunca gostou. Foi por esse motivo que eu fui adotado e posteriormente mandado pra cá.
- Você é o rei dessa academia, Caine. E eu gosto de você – disse Drake antes de se engasgar. – Q-Quer dizer, c-como a-amigo, p-porque voce é o ú-único nessa escola maldita que não é um Mané besta. Se quiser pode passar as férias comigo na fazenda do meu avô, Merwin.
- Prefiro ficar em um lugar mais perto de Diana – brincou Caine.
- Nossa, sempre Diana – disse Drake se levantando, com raiva, da arquibancada. – Essa menina nunca fez questão de você, fora que ela é insuportável. Se manca, Caine!
Caine riu quando Drake se foi.
1 Novembro. Segunda. 8h20m da manhã. Praia Perdida. Autoestrada.
Astrid estava bastante preocupada e mais do que atrasada para fazer sua prova de álgebra na escola de Praia Perdida.
- Pai dá pra acelerar? – Ela perguntava olhando para o relógio. – Eu estou 10 minutos e 15 segundos atrasada, agora 17 segundos... 19...
- Calma, Astrid. Se eu for rápido demais seu irmão pode se assustar e abrir o berreiro.
Astrid virou o rosto para o irmão que vinha no banco de trás e sorriu. Ele parou e olhar para o game boy e olhou pra Astrid, um olhar penetrante. Ele baixou a cabeça e sorriu de lado, não pra ela, não pra ninguém em especial, ele só sorriu.
- Ele está muito intertido com o joguinho dele, pai. E o que vai acontecer é nós atrasarmos mais ainda.
- Mas eu não sabia que ia custar tanto Astrid, sua mãe fez questão de mostrar cada parte daquele hotel pra gente. Até eu estou atrasado.
- Espero que ela não invente de jogar tênis todo dia.
- Nem eu – disse o pai de Astrid. – A usina é um local perigoso para crianças como o Pete.
Astrid olhou para o pai, ele conhecia aquele, o olhar de pergunta.
- Não há mais radiação, claro – ele disse. – Mas algo pode dar errado... Bem nunca se sabe né, afinal lá é uma usina. De qualquer modo ela não quer mais deixar Pete com a vizinha.
Minutos depois Astrid chega na escola, mas já é tarde demais. Ela estudava na classe dos "alunos gênios", apenas um nome idiota que Tom Howard inventou para a turma de estudos avançados, ela era a mais nova da classe.
- Professor por favor, eu nunca fiquei de recuperação – ela implorava.
- Por isso mesmo Astrid, voce é uma das garotas mais inteligente dessa escola, se não a mais. Voce terá de fazer a recuperação, eu até poderia deixar você entrar e fazer a prova agora, mas é regra da escola e eu não posso desobedecer. Mas eu sei e voce sabe que irá passar na recuperação.
Ela tinha certeza que gabaritaria a prova. Na cabeça de Astrid ficar para recuperação iria a deixar mal vista na escola toda. A primeira recuperação de Astrid.
- As vezes eu só queria desaparecer – ela disse quando viu todos os alunos da classe rindo dela.
1 Novembro. Segunda. 11h45m da manhã. Academia Coates. Refeitorio.
- Eu to falando, Chaz, aquele cara é louco – dizia Dekka. – Não viu o jeito que ele olha para as pessoas.
- Lembro que no começo do ano voce disse que o segredinho do Caine iria ser revelado até o fim do ano, Dekka. Até hoje nada, só boatos.
- Mas eu já vi! – Ela empurrou Chaz na parede, colocou o braço no peito dele e fez um sinal com dois dedos indo dos olhos dela ao dele. – Eu estava atrás do Jack porque sempre tem uma garota que está atrás dele e eu queria... Enfim, Chaz, um jarro levantou sozinho! Eu tenho certeza que foi ele.
- Tá, calma – disse Chaz empurrando Dekka. – Achei que eu fosse o valentão dessa academia.
- Há vários aqui, porém voce é o mais idiota – Dekka riu empurrando ele em um banco de ma mesa vazia no refeitório.
- Então você está dizendo que ele é um tipo um x-men?
- Quem é que tipo um x-men? – Perguntou uma voz vinda detrás de Chaz.
- Como voce chegou aqui, Taylor? – Perguntou Dekka assustada.
- Ei – disse Chaz se levantando rapidamente. – Não aparece de fininho atrás das pessoas.
- Ela deve ter vindo ouvir a conversa de vocês – disse Brianna aparecendo do nada. – Essa aí é fofoqueira.
Taylor mostrou a língua.
- Nossa voce também aparecendo do nada? – Perguntou Dekka.
- Sim, estou com uma duvida em uma questão de matemática – disse Brianna. – Preciso ver Jac... Espera cadê a Taylor? Ela tava aqui em um segundo...
- Sim – disse Chaz para ninguém em especial e voltando e sentando-se onde um segundo antes estava Taylor. – Ela escola tá cheia de x-men.
- Eu posso te ensinar Brianna – disse Dekka dando um sorriso pra ela. – Posso te ensinar tudo o que você quiser.
Brianna ficou inquieta e sem jeito. Ficou vermelha o que só piorou a situação levando em conta seu cabelo ruivo e suas sardas.
- Er... Er... Tenho que ir comer, eu tenho sentindo muita fome – disse pegando um copo de suco que Taylor havia deixado ali e saiu bebendo rapidamente.
Chaz ficou olhando para Dekka com um olhar safado, ela deu uma bofetada na cabeça dele.
- Para de pensar besteira! – Ela sentou do lado dele. – Não é só Caine, já vi coisa muita estranha acontecendo aqui.
- O mais estranho é eu te conhecer a 1 ano, conviver com voce todo dia e voce não me dizer porque foi mandada pra cá – disse Chaz. – Vamos lá, diz, eu já falei que vim pra cá porque eu espanquei um garoto na escola de Praia Perdida com um amigo meu, Charles, porque você não diz?
Dekka olhou para o garoto, um olhar que perfurava a alma dele, um olhar de raiva e revolta.
- Porque eu não quero e não é da sua conta – em seguida saiu correndo vermelha de raiva.
Chez ficou sem entender, Dekka nunca havia dito o porque dela ter vindo parar na Coates Academy.
- "As vezes eu só queria que tudo sumisse" – pensou ela.1 Novembro. Segunda. 11h55m da manhã. Praia Perdida. Rua da Marina.
- Me dei mal hoje na aula do Professor Tentáculo – riu Quinn para Sam. – Mas pelo menos não me ferrei só, voce foi mal na prova e ficou para a recuperação.
Mas Sam estava olhando atentamente para o cabelo loiro de uma menina que estava em nove bancos na frente do ônibus.
– Cara, voce tá babando, e olha que voce só está vendo o cabelo dela – disse Quinn.
Sam ainda estava em transe olhando para a menina. Um garoto veio pelo o corredor, Quinn o conhecia, era Charles. Charles arrumava confusão com todo mundo, e Quinn tava sentindo que alguma coisa iria dar errada. Não custaria muito.
Charles veio andando pelo o corredor e pediu uma folha de caderno a garota de cabelo loiro, Quinn tambem a conheceu, era Astrid.
- É proibido fumar aqui dentro, Charles. – Ela disse. – Outro dia eu lhe disse o que a nicotina poderia lhe causar.
- Mas eu não vou fumar, Astrid. Voce me disse o que eu tinha que parar, e eu parei, olha que coisa boa. Mas eu preciso de uma folha de papel.
Astrid abriu o caderno, arrancou uma folha e entregou para Charles. Aquilo foi mais uma forma de se livrar do grandalhão do que fazer um favor.
- Charles Merriman agradece – o garoto disse recebendo a folha.
- Olha lá, Sam – disse Quinn. – Que idiota, fala de si mesmo na primeira pessoa do... ve-verbo, não é?
Sam continuava de boca aberta no seu mundo olhando para o cabelo de Astrid. Charles vinha vagarosamente amassando a folha de papel.
- Acorda Cara que saco, voce nunca viu essa menina antes não? – Dizia Quinn balançando Sam. – Charles está vindo, Charles vindo.
Charles passou por Quinn o encarando. Quinn soltou o ar que nem ele sabia porque tava segurando. Charles voltou e enfiou o papel na boca de Sam.
Sam se engasgou com a bola de papel e se levantou rapidamente e ficou encarando Charles.
- Sam não briga com esse cara – dizia Quinn tentando puxar o braço do amigo. – Não banca o machão, a Astrid nem tá olhando.
Charles empurrou Sam e Sam revidou o empurrão. Quinn pedia pro Sam não brigar com Charles, puxando o braço dele. Umas crianças começaram gritar "briga! Briga!". Todos do ônibus olharam na hora que a mãozorra de Charles vinha na direção do rosto de Sam, porém Sam foi jogado pra trás junto com todo mundo.
O ônibus tinha dando um pulo e estava passando por uma ribanceira perto do mar. Havia algo errado. Todos começaram a gritar.
" - O motorista está tendo um ataque epilético!" – Sam ouviu essa frase de Astrid no meio dos gritos de todas as crianças ali dentro daquele ônibus.
Ele correu até a frente do ônibus, empurrou o motorista para o lado da janela e tentou apertar o freio, mas não conseguia. Rapidamente puxou o motorista Colombo da cadeira e o deixou jogado no chão. O ônibus dançava na ribanceira e iria cair a qualquer segundo.
Sam pulou na cadeira e conduziu o ônibus para a pista contraria. Vinha vindo um trailer a batida seria inevitável, ele meteu o pé no freio e todos foram jogados pra frente, por ultimo o moto do ônibus soltou um pipoco.
Astrid estava tentando reanimar o motorista Colombo, que já estava voltando ao normal. Um rapaz de aparência latina apareceu na porta do ônibus. Em seguida dois adultos e 4 crianças.
- Está tudo bem – Perguntou o rapaz. – Esse ônibus ia matando a mí e toda mí-minha família.
- Ele tava tendo um ataque epilético – disse Sam dando uns tapinhas na cara do Motorista Colombo. – Daí eu tentei conduzir o ônibus pra ele não cair na ribanceira e não matar todo mundo. Desculpa aí, eu tinha que fazer algo.
- Voce foi um herói, Sam – disse Astrid abanando o Motorista que já voltava a tomar cor.
Sam engasgou por dois motivos: Astrid falou com ele. Astrid sabia o nome dele.
- É sim, voce foi – disse o garoto latino com um sorriso bondoso. – Yo-Eu e minha família entendemos.
O suor descia da testa até a ponta do nariz de Sam enquanto ele tentava se recuperar psicologicamente de tudo que tinha acontecido em 30 segundos.
O motorista tornou a normalidade e perguntou o que aconteceu e Astrid contou a historia com várias interrupções de Quinn para dar os detalhes.
- Voce – disse o Senhor Colombo segurando Sam pelos os braços. – Você salvou a todo mundo desse ônibus. Voce é sim um herói!
- Sam do ônibus – disse um garoto chamado Howard rindo em cima de uma cadeira.
Todos começaram a gritar "Sam! Sam".
- Eu não sou herói – gritou Sam. – Eu só fiz o que tinha de fazer!
Em seguida desceu do ônibus passou pelo o rapaz latino e a família dele e saiu correndo na pista.
"- Eu não quero ser um herói" – ele pensou. – "Eu só quero que tudo suma!"