Entrega!

1.4K 73 29
                                    

Sexta feira, uma pessoa corria pelas ruas da cidade de Berlim, para chegar ao seu destino, já eram seis horas da noite o que significava que ela estava uma hora atrasada para seu serviço, sua aparência um tanto quando peculiar chamava atenção dos transeuntes que cruzavam com ela, seus longos cabelos em dreadlocks pretos com mechas brancas chacoalhavam no ar a cada passada, os olhos lindamente maquiados encantavam quem quer que conseguisse olhar para eles e pequenas baforadas de frio saiam por sua boca naturalmente desenhada por causa da baixa temperatura da noite. Ela vira uma esquina e depois outra para chegar ao trabalho.

Sempre andava com roupas escuras, era seu gosto pessoal, mas que contrastavam de forma gritante com sua pele naturalmente branca que estava levemente vermelha pelo esforço físico. Ela vira a ultima esquina necessária e de longe vê o lindo restaurante japonês bem na esquina de uma rua movimentada. Ela para um instante afim de tomar um pouco de ar e um singelo e encantador sorriso molda seus lábios, de longe ela vê os colegas de trabalho já no corre-corre, volta a correr, se desse sorte, o chefe ainda não tinha sentido seu atraso.

A pessoa finalmente chega ao trabalho, exausta e puxando ar com força, sorrisos dos seus companheiros a recepcionam e a pessoa retribui com um sorriso largo mostrando os dentes naturalmente tortinhos na frente, não era feio, dava um ar de inocência nela. Era um sorriso lindo numa pessoa naturalmente linda, só tinha mais um pequeno detalhe na pessoa...

- BIIIIIIIIIILL! - Infelizmente para o rapaz, Bill Ziegler, de 16 anos, o dono do restaurante, um senhor de olhos puxados nos seus quase 50 anos de idade, percebeu seu (OBVIO) atraso - ATRASADO! - O senhor Sorata, dono do restaurante e delivery de comidas japonesas Sorata food estava de braços cruzados observando o rapaz que chegara atrasado, MAIS UMA VEZ.

- Desculpa senhor Sorata, não me liberaram cedo da aula - Bill pede desculpas com as mãos juntas e com aquela carinha de cachorrinho abandonado que derretia corações, o senhor olhou para ele por longos segundos antes de suspirar conformado, não havia nada que Bill não pedisse rindo que não fizessem chorando.

- Ah, deixa pra lá - O senhor abana mandando ele ir se trocar. Bill corre para o vestiário e coloca o uniforme (ridículo) do restaurante, uma camisa branca, calças balão e boné vermelhos com o nome do restaurante bordados. Ele organiza os dreads para caberem dentro do buraco do boné e volta para o salão. Quando o Senhor Sorata o vê já arrumado, bufa mais uma vez.

- Bill - Ele fala como se fosse a milésima vez que tivessem essa conversa (e era) - Eu já disse que pra você se maquiar menos, você parece uma menina. Ainda mais com esse cabelo longo

- Poxa... - Ele faz bico como uma criança birrenta, sua voz sai um pouco aguda, o que a tornava quase feminina já que já era naturalmente fina - Mas é que que... eu gosto taaaanto - Ele tenta se explicar (mais uma vez) fazendo carinha de magoado.

- TÁ! - O homem diz sem paciência - Olha, já tem uma entrega pra você fazer. E vê se não demora! - O senhor entrega a comida e um papel com o endereço.

- Sim senhor! - Bill pega o material e o papel para ver o endereço, era longe, muito longe. Ele vai para o lado de fora para pegar uma das lambretas para levar a comida, mas descobre que não tinha nenhuma. Procura nos fundos do restaurante e não acha nenhuma, como ele iria lá?

- Senhor Sorata... cadê a minha lambreta? - Ele pergunta voltando para o restaurante.

- Ah, me desculpe Bill, mas meu filho precisava de um meio de transporte então dei uma das lambretas para ele, né? - O senhor deixa um pouco do sotaque da terra natal escapar, com algumas vogais mais altas.

- E como eu vou entregar isso?

- Tem uma bicicleta lá no deposito, pode usar!

- QUE? Mas é longe... - Bill se nega a pedalar aquela distancia toda

GigolôOnde histórias criam vida. Descubra agora