Prólogo

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   Apreciava, pela última vez antes de me mudar, a linda vista da praia de Malibu, que tinha da sacada de meu quarto, quando de repente a porta se abriu bruscamente e levei um susto, era minha mãe. Ela havia chorado tanto, que sua maquiagem estava escorrida pelo rosto.

   – Filha não vai. Não me deixe aqui sozinha. – Ela havia dito isso durante todos os cafés da manhã, desde que fui aprovada na Columbia University, quando decidi que faria faculdade em Nova Iorque.

   Sempre que ela queria alguma coisa do meu pai era só chorar, e no minuto seguinte seu desejo se tornaria uma ordem. Mas comigo sua chantagem emocional nunca funcionou, ou foi o que sempre achei.

   – Mãe, eu virei te visitar. – A abracei, tentando confortá-la, quando na verdade estava tentando me confortar. Era primeira vez que "desbravava o mundo" sozinha. Todas as vezes que viajei fui acompanhada, mesmo que fosse com um dos funcionários de meu pai, mas nunca morei sozinha. – Você também pode me visitar, meu apartamento não é tão grande, mas você sempre será bem vinda lá. – Não queria deixa-la sozinha aqui, desde que se separou de meu pai, ela tinha se tornado uma pessoa extremamente antissocial, seus únicos amigos eram Tom, nosso motorista; Rosário, e minha avó Telma, com quem só conversava por telefone, pois morava no Brasil, meu país natal.

   Ela foi em direção a TV e a ligou, colocou nosso filme preferido, se deitou em minha cama e me chamou para acompanha-la, assim o fiz, e passei minha última noite na badalada "City Of Angels", abraçada com minha mãe, assistindo O Diabo Veste Prada.

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CONHECENDO NYC COM UM NERDOnde histórias criam vida. Descubra agora