O estrondo de um trovão corta o silêncio e o céu negro.
É dia mas parece noite. E o som do trovão se propaga por todos os lados, com um tom tão grave que mais aparenta o rugido de um leão intimidando sua presa.
Mas não era a tempestade que fazia a doce menina encolher - se. Era a dor. Do tipo que corroia por dentro, devastava e torturava pouco a pouco.
Ela permanecia imóvel com inúmeras lágrimas em seu rosto e em sua garganta havia um caroço sufocante. Seu coração nunca esteve tão pesado.
Mais um clarão e logo depois um rugido tão forte que parecia ter sido dado de cima da casa. Isso a amedrontou por um segundo , como reflexo, se virou na cama e ficou de barriga para cima. Só então reparou que chovia em sua cama. As gotas eram delicadas e mais parecidas com gélidos pequeninos beijos em seu rosto. Isso a acalmou.
A doce menina fechou os olhos.
Memórias vieram no compasso dos relâmpagos lá fora.
A doce menina lembrou -se da rejeição, da apatia, do descaso...A doce menina sentiu - se amarga.