Em Mc Pherson

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  Assim que, enfim, chega a hora do desembarque, Amanda, anciosa e desajeitada,
pega sua velha mochila do bagageiro e joga sobre as costas, para que saia daquele lugar caustrofóbico um tanto mais rápido.
Mas sua pouca paciência quase se esgota com aquela lenta caminhada de uma idosa que está em sua frente. Mas, sim, isso daria tempo para ela pensar no que dizer quando encontrasse o pai. Ela não pensava em nada original alem de: "Oi. Passei a viajem toda  dormindo e não almocei, acho que gostaria de passar no Mc Donnold's, se não for pedir muito, já que faz tanto tempo que você não faz nada por mim desde quando veio para cá. Bom, eu acho que isso não é pedir muito".
Mas achava que não conseguiria dizer mais que um simples "Oi" bem seco.
Então, quando se vê livre daquela fila indiana que levava ao portão de desembarque, Amanda pára e prende sua mochila nas pernas para retirar o fino casaco de malha preto que vestia sobre uma linda camiseta azul sem estampa (qual comprara há um ano numa lojinha clichê de um shopping e nunca usara) e, o amarra na cintura, quando avista um rapaz muito bonito, perto do portão, segurando uma plaquinha de papel com seu nome impresso, com letras de forma, nele: AMANDA HARRISON.
Bom, ele não era o único com uma plaquinha, mas era o único que estava com o nome dela.
Pensou estar equivocada, pois nunca o viu antes. Então ficou alguns segundos parada lendo e relendo, enquanto colocava nas costas, novamente, a mochila.
Olhava para todos os lados, nenhum sinal de seu pai.
Realmente ali estava escrito seu nome.
Quem será este?
Amanda estava nervosa demais para tomar qualquer decisão, mas queria uma satisfação daquele garoto incrívelmente lindo que vestia uma blusa do Metallica (sua banda favorita).
Então tomou ar e seguiu até ele.
Tentava, de toda forma, vencer aquela tensão que aumentava ao aproximar-se dele.
Os olhos dele a estonteava demais.
Ele não é nem um pouco parecido como os garotos que ela imaginava que são em Mc Pherson. Bom, tambem ela nem sabe se ele é realmente de lá.
O garoto logo sorrir ao vê-la indo em sua direção.

- Oi - diz ela, ao chegar bem perto dele.

- Olá. - responde com sorriso e um sotaque canadense muito genuíno - Amanda Harrison?

Ela assente sorrindo meio estranho, deixando mais evidente sua tensão.

- Prazer, Austin Schneider - e levanta as mãos para um breve cumprimento.

E âmbos se cumprimentam.
De perto, Amanda pôde ver seus olhos verdes cinzento, varrendo-na de baixo à cima.

- O sr. Harrison, Amanda, não pôde vim buscá-la, mas prometeu te compensar mais tarde. Então veio eu. O motorista nos espera.

Ela não podia desconfiar daquilo, pois sabia que seu pai era um tanto ocupado, e, mandar alguém em seu lugar (mesmo em um momento, local, dia único), se tornou algo comum pra ele.
Amanda sentiu com aquilo, pois logo desfez o sorriso do rosto. Então deixou sua frustração evidente, antes de assentir novamente e seguir Austin.
Então caminharam em direção a esteira onde estava a mala dela (qual ele fez questão em carregar até o carro).
   Assim que entraram no carro, Austin começa a puxar assunto com Amanda de forma sutil.

- Eu não acreditava que você viria.

Amanda estava intimidada pelo peso do olhar dele, então evitou olhá-lo enquanto eles conversassem.

- Como sabia que eu viria? - indaga, com o olhar na paisagem.

- Como evitaria de saber, se o sr. Harrison não parava de proferir teu nome e tua vinda?

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⏰ Última atualização: Dec 18, 2015 ⏰

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