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"Nada é como imaginamos, o mundo é um iceberg e eu nadei até o fundo".

- Pretende crescer nesse ramo? – perguntava Samuel James King enquanto colocava seu copo de Conhaque na mesa, sobre um porta-copos.

- Porque não James? É a única coisa que eu sei fazer. – Respondia Shayne Connor.

- Shay, depois que entrar não há volta. Verá e ouvirá coisas que nem mesmo sua vida pagaria o preço.

- Há preço maior do que eu já paguei? – certa ironia era notada em suas palavras.

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Chapéus de togas negras voavam alto em uma noite de formatura, abraços quentes e apertos de mãos eram distribuídos aos montes, fotos eram tiradas e não havia segundo sequer que não de via um flash, eram tantos que chegavam a dar uma cegueira temporária. Uma multidão movendo-se aleatoriamente como moscas tontas, atrapalhando a movimentação de Shay, que corria pelo salão da formatura pulando na frente de câmeras, cumprimentando colegas de classe, professores e pais de amigos.

Shay procurava pelo diretor da escola, Sr. Joseph Nicholay Alvares, o homem que mais o apoiara dentro do ensino médio com incentivos de todas as formas imagináveis dentro de seu poder administrativo e nas horas de farra principalmente. Shay o procurava para convidar a ir comemorar esta formatura com ele e sua família; e com Becca também, já que o Sr. Nicholay os havia apresentado em uma ocasião em que ambos necessitavam urgentemente de um grupo de estudos para recuperação de algumas quarenta aulas do ano letivo.

Shay perguntava a todos os professores presentes se haviam visto o Sr. Nicholay em algum lugar após a entrega dos diplomas. Mas sua procura foi vã. Correu novamente para encontrar Becca. Uma garota ruiva de olhos verdes extremamente claros e cabelo ondulado, esta estava com sua família e a família de Shay, aproveitando o momento festivo para comemorar seus dois anos de namoro. Ao vê-la, Shay chega furtivamente por trás e a abraça deitando-a em seu braço e a segurando pela cintura e a beija.

- Feliz aniversário – disse enquanto sorria e a beijava.

- Feliz aniversário meu lindinho – respondia com beijos e sorrisos enquanto segurava os cabelos negros de Shay pela nuca. – vai deixar crescer ou vai cortar em comemoração? – dizia enquanto acariciava o rosto liso de Shay.

- Não, gosto desse jeito, só não vou deixar passar do queixo, quando chegar no ombro eu "zap"!! Eu corto. – retribuiu o carinho com um beijo no pescoço – então? James veio?

- Eu liguei, o convidei para comemorar conosco no restaurante mexicano aqui perto , ele estara nos esperando lá e você e seus pais estão convidados Becca. O que me dizem? – dizia Carlos estendendo a mão para Becca e seus pais enquanto abraçava, com zelo, sua esposa, Mónica.

- Vamos! – disse Becca com um lindo sorriso que só ela sabia dar para convencer seus pais a alguma coisa.

- Certo – combinou Lucas, pai de Becca – querida, vai indo na frente – dizia enquanto entregava a chave do carro à sua esposa, Lucia.

Os cinco começaram a andar e pouco a pouco iam encontrado mais amigos e colegas, conforme os encontros, mais fotos eram tiradas para manterem viva a lembrança daquele dia em especial.

"Os ventos gélidos que começam a formação de uma fina camada de gelo de um iceberg começam a soprar, tão fraca é sua frieza e tão baixo é seu uivo que mal pode ser ouvido ou sequer se percebe que algo grande está se construindo".

01.01

Mãos suadas e geladas, o rosto encharcado de suor e um pano para seca-lo. O nervosismo de Joseph Nicholay Alvares, diretor da escola, era espantoso. A cada dois ou três minutos checava o relógio, esfregava as mãos suadas e geladas na tentativa falha de aquecê-las e fazer com que o parte do nervosismo passasse. Como se o relógio de pulso já não bastasse, vigiava atentamente o relógio que estava no fim do salão perto da entrada para os banheiros, bem no fundo perto das escadas. Então a cerimônia inicia. E a maçante boas vindas foram iniciadas.
O blábláblá intenso sobre como os três anos de ensino médio havia sido maravilhoso entre os formandos, tudo sobre seus esforços e recompensas, agradecendo aos professores por sua colaboração - falsidade - foi o pensamento que entrou correndo e veloz como um raio na mente
Joseph:
- lembro-me de meu ensino médio. Odiava os professores e eles a mim, assim como á todos os alunos, tudo isso é uma encheção de saco pra agra... - BiBip!!
Toca o relógio marcando exatamente vinte e uma horas Em ponto. O discurso do aluno exemplar que concluíra os três anos de ensino médio a recém estava começando, Joseph estava mais tenso. A decisão de levantar-se e retirar-se do local era difícil pois, todos os alunos, pais e professores o observavam, mas não havia tempo para pensar ou discutir consigo mesmo. Sua responsabilidade não era onde ele está, e sim onde deveria estar.
Secou o suor da testa e passou a mão por entre os cabelos grisalhos, penteando-os para trás.
Felizmente o vice-diretor chegou, e Joseph pode se levantar aliviado, sem encargo de consciência para dizer a ele que deveria permanecer pois tinha uma imagem a manter.
Suas pernas mal podiam conter-se de felicidade, tanta era sua vontade de sair daquele local que não houve tempo para cumprimentar o vice-diretor. Levantou-se com o máximo de calma que poderia manter naquele momento e saiu, descendo pela escadaria a direita e se dirigindo para a porta mais próxima do salão esportivo. Cada segundo marcado no relógio eram imensas e rápidas batidas no coração para seu verdadeiro compromisso. Dirigiu-se ao centro da escola para subir as escadas que o levariam a diretoria. Checou o relógio de pulso mais uma vez, marcavam 21:55; cinco minutos atrasado para estar na diretoria - suspirou - abriu sua sala e adentrou reparando que ja havia um homem ali o esperando, sentado no assento de couro do diretor:

- cinco minutos não?

- Eu tô aqui, não tô? - dizia ao abrir os braços.

- pois é, que chato né? - o senhor na cadeira do diretor em tom sarcástico. - você irá... reconsiderar meu pedido? - terminou cruzando os dedos em cima da mesa.

- Bem, eu saí, não saí? não to afim de voltar. Tenho vivido uma vida tranquila, longe de tudo aquilo. Não me interesso mais. - Joseph sentava-se a mesa. - realmente não ha nada mais que eu possa oferecer? - O som de guitarra pesada ecoando na sala, uma ligação - Alô?

- Oi? diretor Alveres? - dizia a voz no aparelho.

- Eu mesmo, quem gostaria?

- É o Carlos, Pai do Shay.

- Ah sim, claro, lembro-me do senhor.

- Queria saber se gostaria de ir conosco a um restaurante mexicano aqui perto? sabe, pra comemorar. O Shay tem o senhor em alta conta, então... o que o senhor me diz?

- Ah, sim. Aceito o convite, será onde? - olhou em volta e fixou o olhar no homem que ocupava sua cadeira.

- No Las Tierras.

- certo, encontro vocês lá as onze? pode ser? 

- onze? - o homem da cadeira cortou a conversa. - por que tão tarde?

- ok, onze horas, até lá.- bip - então, não ha nada diferente que eu possa fazer por ti?

- bem, há, claro que há - Levantou-se da cadeira e andou até a porta, deu um abraço amigável por trás do pescoço de Joseph e caminhou forçando o pescoço de Joseph até sua cadeira. Puxou uma faca e a enfiou no coração de Joseph, empurrando-a enquanto o sentava lentamente em sua cadeira enquanto quanto cobria sua sua boca e retirava sua faca do peito e a limpava um jato curto de sangue manchou a camisa do estranho sujeito - OLHA SÓ O QUE VOCÊ FEZ!!! SEU--- - e voltou a enfiar a faca em seu coração, repetidas vezes até que o folego o deixou. - eu comprei essa camisa... - disse ofegante - ...hoje!! - enquanto limpava a faca em um pano de lã branca que retirava de dentro de seu terno grafite com riscos pretos.

- ah droga... exagerei. - deixou a sala ao som dos aplausos calorosos do fim da cerimonia de formatura.

O som de musica eletrônica ecoava os corredores da escola enquanto o homem da cadeira dirigia-se para a entrada principal da escola e retirar-se daquele loca pois, afinal, seus assuntos daquela noite, naquele local estavam acabados.

01.02

Las Tierras. Restaurante mexicano no Brasil caracterizado com a cultura, não apenas a comida em si, mas os garçons usavam sombreiros e forçavam um sotaque arranhado de espanhol.

- Puedo ayudarle señor. - perguntou a recepcionista.

- mesa para cinco - respondeu Carlos que logo ia adentrando o restaurante seguido de sua esposa Mónica, logo após Lucas e Lucia, Shay e Becca.

Sentaram-se e fizeram seus pedidos. Os clássicos papos de sogra tomaram o assunto da mesa como pretensões para um futuro juntos, data de casamento e netos. Aquele velho assunto que sempre causa vergonha a aquele que se é direcionado mas, por incrível que pareça, Shay e Becca estavam planejando muito a pesar de seu 17 anos. Porém o assunto teve seu encerramento precoce - onde é que tá o diretor? - O som veio de Becca que havia escutado que o diretor se uniria a eles.

- Não sei - responde Carlos - ele disse que estaria aqui as onze mas ja são onze e meia. Talvez ele chegue um pouco mais tarde, quem sabe? 

A noite correu perfeitamente, piadas, conversas aleatórias, comeram, beberam, riram e se divertiram e foram para casa. Naquela noite Becca dormiu na casa de Shay. A excitação do casal era obvia tanto para os pais de Becca quanto para os de Shay quer decidiram deixa-los a sós e não os incomodaram durante toda a noite que se passou. Nenhum barulho de empurrões na cama se foi ouvido graças ao travesseiro na cabeceira da cama para abafar os sons. O calor intenso da noite dispensou as cobertas já que os corpos suados do casal ferviam.

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⏰ Última atualização: Dec 11, 2017 ⏰

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