Não destruas

Capítulo 4 - O Acampamento.

Eu estava pronta para sair, só estava esperando Sendy e Victor que demoram muito se arrumando, quando ouço alguém batendo na porta.

Estranho, mas vou abrir a porta.

Quando vi aqueles cabelos lisos e castanhos, aqueles olhos tão claros que poderiam ser violetas eu sorri.

– Estou de volta! – Diz Talitha pulando em cima de mim e jogando a mala para o outro lado da sala. – Fui para a escola ontem mais tarde e descobri que vocês tinham saído mais cedo. – Ela diz, fazendo bico – Disseram que eu deveria escolher um número para o grupo do acampamento.

– Qual número você escolheu? – Questiono.

– Três, mas estou com medo de saber quem está nesse grupo.

– No grupo três está a Oliver, Sendy, Victor – Talitha faz uma expressão dolorida – Matheus e eu.

– Então acho que escolhi o grupo certo. Ainda bem que eu sempre gostei do número três.

Rimos juntas.

Sendy aparece.

– Ah, Talitha, você está aqui! – Ela diz, com os sapatos na mão. Ela se senta no último degrau da escada e coloca o sapato. – Como tem passado?

– Prefiro o futuro. – Talitha sempre responde isso. E posso dizer que só ela acha graça nisso.

Logo em seguida desce Victor e Oliver. Só falta Carlie, que desce alguns minutos depois.

Minha mãe aparece alguns segundos antes de sairmos. Pela primeira vez em anos vejo meu pai segurando a mão dela, mas é estranho, é como se ela não desse conta de ficar em pé sem o apoio dele.

Victor e Sendy correm para abraça-la, eles se despedem dela e saem de casa, junto a Oliver e Carlie. Aproximo-me dela.

– Tchau, pai. – Eu o abraço, ele não solta a mão de mamãe – Tchau, mãe. – Ela me abraça, ela se inclina um pouco e diz:

– Não se esqueça da promessa que me fez e seja feliz. – Ela sorrir. – Divirta-se. e decida logo entre o Matheus e o Math – começa a corar quando ela diz isso. –, porque quero conhecer o meu genro.

Saio apressada, ainda ouço as risadas dela, viro-me para vê-la sorrindo, ela me dá tchau com a mão com aquele lindo sorriso estampado em seu rosto. Saio de casa.

O automóvel nos leva até a escola. A primeira coisa que vejo é todos os grupos reunidos, então tivemos que nos reunir. Estranhamente Matheus e Talitha chegaram juntos.

Quando aquele automóvel chegou lembrei de o meu pai falando; "aquilo é um automóvel, só que maior". Seria a primeira vez que eu andaria em um daqueles, lembro de ver uma criança com uma daquelas pulseiras que Math usava, será que teremos que usar um daqueles? Talvez seja uma espécie de passe para entrar em um automóvel tão grande. Mas apenas entramos, sem usar aquilo, até hoje me pergunto o que era aquilo, nunca tive coragem de perguntar para Victor ou Sendy o que era aquilo, porque há um tempo atrás eles usavam um desse também.

Ficamos no automóvel por quase duas horas, duas horas de puro tedio, o pior é que não poderíamos levar nenhum TL. Finalmente chegamos, não é tão diferente do lugar que conhecemos, é apenas um lugar com muros ao redor, muros pratas que cobrem desde o solo até o infinito céu. Pergunto-me se há ar lá dentro. Entramos por grupo, como o nosso é o três fomos o terceiro a entrar. Eles pegaram nossa bagagem e nos deram uma mochila, dentro há duas mudas de roupas, água, corda, saco de dormir e algo que parece barra de cereal. Antes que eu pudesse perguntar o que faria com isso eles nos mandaram trocar de roupas. Confesso que as roupas são bem confortáveis, mas parecem um tanto quentes. Duas mulheres prenderam meus cabelos em um rabo de cavalo, os cabelos de Talitha em trança e o de Sendy usaram um lanço para prendê-lo, mas por que prendemos os nossos cabelos? Cortaram um pouco o cabelo de Victor, repicaram o cabelo de Matheus e não mexeram no cabelo de Oliver. Depois disso ficamos esperando em uma sala até todos os outros grupos terminarem, no fim percebi que estávamos todos vestidos do mesmo jeito.

Do nada um monte de setas começaram a piscar no chão, indicando o caminho, seguimos as setas que nos levaram até uma porta, a porta se abriu e todos abriram a boca.

Aquilo não se parecia em nada com mato artificial.

Era ali que passaríamos quatro dias e três noites.