Um Desastre no Natal

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*** Andy ***

A mulher mais disgracenta da história da humanidade, quem é? Ariel. Ela até pode fazer isso com o Zack, mas tem que levar todo mundo junto? Que porra é essa? Cada um cuida da sua casa, cara. Como assim? Eu não sei fazer comida, cara! Nota mental: matar a Ariel.

Tipo, tinha um doce que a Melissa disse que tinha que fazer logo depois do almoço, pro negócio conseguir gelar. Lá fora está ne-van-do, eu tenho certeza que a hora em que for transportar o doce pro carro e depois pra dentro da casa da Ariel, o negócio vai gelar rapidinho! Mas tudo bem, deixa...

Eu estava preparando o almoço - hambúrguer - com a Johanna me ajudando. Ela estava atrapalhando mais que ajudando, mas ok, não vou contrariar a menina, porque eu tenho medo dela. Sim, eu tenho medo da minha própria filha.

- Não, filha, não pode montar os lanches, porque eu ainda estou fritando o hambúrguer.

- Mas e se eu quiser montar agora? - Ela me encarou.

- Monta agora. Tem problema não. Pode montar.

- Isso é muito chato. Não quero mais fazer comida. Quero ir brincar lá embaixo, junto com as outras crianças.

- Tudo bem, depois de almoçar você vai.

Ela comeu uma folha de alface e colocou seu casaco.

- Pronto. Almocei.

- Volta logo! - Se ela quer morrer de fome, o problema é dela.

Enquanto eu e Melissa almoçávamos, percebi que ela estava com o cabelo um pouco estranho...

- O que foi? - ela perguntou.

- Por que seu cabelo tá assim?

- Eu estou pintando ele. Tem que esperar a tinta agir no cabelo.

- Vai pintar de que cor?

- Loiro.

- Você já é loira, amor.

- Não, eu tenho o cabelo castanho claro. Quero passar pro loiro escuro.

Não entendi nada, mas... Deixa ela, deixa ela. Meu celular começou a tocar e era do hospital em que eu trabalho.

- Alô?

- Doutor White, precisamos do senhor aqui. Agora.

- Mas hoje é meu dia de folga. E é véspera de natal!

- Eu sei, mas por favor. Só até as 17:00. Acabou de chegar um menino pequeno com dores fortes na barriga, e não tem nenhum médico pra atender!

- Tá. Estou aí em 20 minutos. - Desliguei. - Desculpa, amor, mas tenho que ir no hospital.

- Tudo bem. Já acostumei. Me casei com um pediatra, né? Acho que já está na hora de tirar a tinta.

Fomos até nosso quarto e ela entrou no banheiro. Enquanto ela lavava o cabelo, eu trocava de roupa. Ela saiu e começou a secar com o secador, até que percebeu que tinha deixado tempo demais.

- Como assim você está envelhecendo antes de mim? Eu sou dois anos mais velho que você, Melissa! Me casei com uma mulher mais jovem pra não ter o problema de eu envelhecer depois! - zoei. O cabelo dela estava praticamente branco.

- Merda. Caguei no meu cabelo.

- Sim. Verdade. Tchau, logo eu volto.

Liguei o carro e fui. Só que, em um sinal vermelho, uma anta de carro cinza bate na traseira do meu! Eu fiquei puto da vida, cara, porque eu tava certinho! Esse viado que não olha as coisas! Desci do carro com muita raiva e fui ver o estrago. Quebrou as duas luzes e amassou um pouco. Ah, cara, meu carro novinho. Tá, ele não é tão novo, ele já tem uns meses, mas não interessa.

A Menina dos Olhos Bicolores *Especial de Natal*Onde histórias criam vida. Descubra agora