O dia começou quando um feixe de luz solar atravessou as grades estreitas da pequena janela que se encontrava na cela.
A garota, que a poucos segundos encarava apenas o chão, levantou a cabeça e olhou para a janela com uma expressão que era um misto de tristeza e curiosidade.
Suspirou.
O gosto metálico do sangue ainda estava em sua boca, mas ela não se importou, assim como não se importou com a dor latejante que sentia nas costas e nas pernas, assim como não se importou com mais nada. Olhou para a parede cheia de rabiscos e ideias abstratas, deu de ombros e deitou-se. Fechou os olhos e tentou ficar quieta, mas alguns fragmentos do que havia acontecido no dia anterior deixaram-na inquieta e espantada, fazendo-a abrir seus olhos e aguardar.
Aguardar incessantemente para que algo acontecesse.
Passos foram ouvidos no corredor, a garota respirou fundo e tentou simplesmente não se importar com o que poderia lhe acontecer, mais uma vez.
Alguém parou em frente á porta enferrujada onde se encontrava, abriu-a e foi até a garota, encarando-a por um instante.
Claro, Herobrine não ia buscar as cobaias diretamente, ele tinha ajudantes: Eles não eram exatamente 'escravos', mas sucumbiram ao seu domínio por falta de opções ou expectativas e viraram seus capangas, com direito á uma liberdade limitada (coisa que não era permitida aos escravos e ás cobaias). Era um destino piedoso comparado ao que os outros tipos de habitantes viviam.Dessa vez era um homem, ele virou os olhos rapidamente e agarrou seu braço com força. Ela soltou um grunhido irritado e tentou se afastar, o homem a acorrentou e tapou a sua boca com um tipo de focinheira, para evitar mordidas, agarrou novamente o braço da garota e a guiou para fora da cela sórdida e velha.
Aquele era o único lugar que conhecera além da cela onde era mantida aprisionada, e por mais que tentasse não se incomodar com o que iria acontecer; no fundo ela sempre ficaria entorpecida pelo medo que sentia ao ser forçada á ir até aquele lugar.
Foi levada até uma espécie de porão feito de mármore e pedra, ela reconhecia aquele lugar, a porta era de madeira e rangeu um pouco quando foi empurrada. Havia vários tipos estranhos de aparelhos e máquinas na sala, dentre eles alguns antigos, usados em manicômios e hospitais, outros bem modernos desenvolvidos com uma nova tecnologia, como os tubos de conservação e que se encontravam no lugar, cada um com uma criança dentro.
Herobrine estava na sala também, checando as máquinas, certificando-se que tudo estava saindo como planejado. O homem que a segurava aguardava um sinal, fazendo que sim quando ele apontou para uma das máquinas: Uma câmara de intoxicação.
Guiou-a até onde ela se encontrava, hesitando por um instante em colocar a menina do lado de dentro. Retirou as correntes e a focinheira, sussurrou um desculpe, mas aquilo não possuía significado algum para a pequena cobaia, era incompreensível. Fechou o vidro reforçado da câmara rapidamente enquanto observava-a tentando entender o que iria acontecer.Apertou uma série de pequenos botões e esperou por outro comando:
-Ligue. –Herobrine respondeu, sem nenhum tipo de comoção.
Uma alavanca foi acionada, em questão de segundos, um gás esverdeado invadiu e tomou conta daquele espaço. Não era mais possível vê-la ou ouvi-la.
-Isso não vai... Matá-la? -O homem indagou a Herobrine.
Ele sorriu.
-Bem, se as injeções e os experimentos tiverem funcionado, ela não sofrerá com os efeitos do arsênio. Caso contrário... Teremos mais um corpo para descartar. Acredito que isso não será feito, Violet é forte....
Violet acordara confusa, não sabia exatamente onde estava e o que havia acontecido. Estava escuro, apenas o fogo crepitante da fogueira fornecia iluminação. Percebeu que estava deitada no colo de alguém, mas não sabia exatamente de quem. Afastou-se um pouco, sentou-se e o encarou.
-Ah, oi garota.
Não obteve resposta.
-Parece que há uma falha na nossa comunicação, hein? –Comentou. –Meu nome é Rhys.
Ele estendeu a mão vagarosamente, ela tentou fazer o mesmo, mas recuou e levantou-se em seguida. Estava fora da fortaleza pela primeira vez em 15 anos, mas foi a primeira vez que experimentara a sensação da liberdade.-É bonito, não? -Rhys se aproximou.
Violet se assustou e afastou-se.
Rhys suspirou. Aproximou-se novamente, mais devagar.-Olha, eu acho que já passamos por muita coisa nesse tempo curto que fiquei junto de você. Não me desculpe, me perdoe... Peço isso, sei que você não vai compreender. Creio que ajudar você foi uma chance de me redimir por toda a crueldade que eu já cometi em nome da minha sobrevivência. Eu não sou uma pessoa ruim, eu não vou te machucar, eu vou tentar te proteger, porque eu sei que você sempre precisou disso e sempre vai precisar. Eu não gosto de ser temido, mas por causa do que eu fazia minha própria família não me reconhecia... Então eu peço, por favor... Não tenha medo de mim.
Você realmente acha que eu sou o cara mau?
[...]
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Diários de Minecraft
Ngẫu nhiênDurante vários anos o passado esteve oculto. Uma época sombria dominava aquele mundo... Quando Herobrine sequestrava crianças, os sequestros eram seguidos pelas mortes sem explicação das mães,todos tentavam descobrir o que se passava, mas a única p...