Apenas um amor...

35° Capitulo

Fico olhando pra ele, escuto Daniel respirando fundo ao meu lado mas ele não faz nada.

Até que escuto as primeiras notas do violão. Caio está concentrado e de vez em quando olha pra mim.
Até que finalmente ele começa a cantar. No mesmo instante reconheço a música e sorrio pra ele. A música é "Quase sem querer" (Legião Urbana).
Todos que estão em volta da fogueira ficam calados ouvindo Caio cantar.

Caio:

- "Tenho andado distraído
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
Só que agora é diferente
Estou tão tranquilo e tão contente

Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mas queria
Era provar pra todo mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém

Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira
Mas não sou mas
Tão criança a ponto de saber tudo

Vejo aquela morena que estava do lado dele me encarando, então também fico encarando ela durante um tempo, ela fica olhando de mim para Caio durante um tempo.
Volto a minha atenção a Caio que já está na metade da música e me permito me desligar do mundo a minha volta por um momento, apenas escutando aquela voz masculina que sempre me tira do sério cantar perfeitamente uma das minhas músicas preferidas.

Caio:

- já não me preocupo, se eu não sei porque
As vezes o que eu vejo quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você

Tão correto e tão bonito
Infinito é realmente
Um dos Deuses mas lindos
Sei que as vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas ?

Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto

Já não me preocupo se eu não sei porque
As vezes o que eu vejo quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você..."

Ele termina de cantar ,sorri, e pergunta quem quer ser o próximo.
Outro garoto pega o violão e começa a cantar .
Caio fica me encarando na maior cara de pau. Na mesma hora Daniel aperta minha mão.

Daniel: -Ele está pedindo pra apanhar. E eu não me portaria de dar um murro naquele nariz. -olho surpresa pra Daniel e vejo ele fuzilando Caio pelo olhar, e posso afirmar que se olhar matasse, Caio já estaria mortinho da Silva.

Eu: -Não faz nada Daniel, por favor... -ele olha pra mim e levanta uma sobrancelha.

Daniel: -Você está querendo protege-lo ? -ele me encara.

Eu: -Não, não é isso... É só que... Ele não fez nada... -ele franze as sobrancelhas.

Daniel: -Ele não fez nada? E toda aquela palhaçada que ele fazia sempre que a gente ficava um momento sequer juntos? Sei lá... Perece que ele não quer nos ver juntos. Ele sempre tem que arranjar alguma coisa pra nos interromper , e agora ele fez esse show zinho justo na hora em que íamos nos beijar... É muita coincidência, não? -ele fala em tom de ironia. Respiro fundo e digo:

Eu: -Vou ao banheiro... -me levanto e saio dali, aquela cenazinha já estava me sufocando.

Entro na e vou até o banheiro.
Saio do banheiro e decido ir até a cantina buscar um suco ou água, sei lá.
Chegando lá vejo que há bem pouca pessoas, talvez umas cinco ou seis, comendo e conversando. Entre estas pessoas está o Bruno, ele está sentado numa mesa sozinho tomando um refrigerante , reparo que ele está com um olhar distante.
Pego antes um suco pra mim e mim sento ao lado dele na mesa.
Ele se surpreende com a minha chegada, me olha mas não fala nada, então volta na sua forma pensativa.
Vendo que ele não vai puxar assunto, decido eu mesma puxar.