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— Você só pode estar de brincadeira comigo.

— Infelizmente não minha filha — Ele tenta pegar minha mão que estava por cima da mesa, puxei ela bruscamente.

— Filha? Que filha? Isso não é atitude de um pai, mas, na verdade, o que poderia esperar de uma pessoa que culpa a própria filha pela morte da esposa?

—  Do que você está falando? Nunca poderia te culpar pela morte da sua mãe, o que aconteceu foi uma fatalidade.

— Para de ser sínico Sérgio. Só quero te falar que não aceito me casar com uma pessoa que eu nem conheço, para te tirar da lama que VOCÊ se colocou.

— Não tem essa opção, a senhorita vai se casar sim, isso não esta para discussão.

— Vai me arrastar até ao altar?

— Se for preciso — Me levanto rapidamente fazendo com que a cadeira caísse para trás, fazendo um estrondo no escritório.

—  Eu nunca vou me casar para ajudar uma pessoa que eu mal conheço. Quero ver o advogado Sérgio Mayer me arrastando até o altar para me casar — Dou as costas para ele e vou andando até a porta.

— Se você não se casar, as nossas vidas virarão um inferno, está preparada para andar a pé? Esta preparada para trocar a sua faculdade por um trabalho de barista em um restaurante qualquer? Esta preparada para parar de ser servida e começar a servir? Está preparada para trocar seu futuro brilhante  que você terá se casar com o filho desse meu amigo? Se tiver preparada para perder tudo, pode ir, sem olhar para trás, mas se você está parada segurando a maçaneta deixando os seus dedos brancos de tanto apertar ela, é porque não esta. Dou-te até amanha para pensar. Bata a porta quando sair — Fiz o que ele pediu, bati a porta tão forte que escutei ele reclamando lá de dentro.

Sai um pouco desnorteada da sala do meu pai, meus olhos começaram a encher de água, forcei as lagrimas voltarem para dentro, não podia derramar uma lágrima pelo meu pai. Desci correndo até a garagem e peguei a chave que ficava pendurado ao lado do motorista do meu pai.

— Onde a senhorita vai? — Escutei o Bruno me chamar, mas não dei importância, apenas entrei e bati a porta do carro e dei a partida.

Não sabia o que estava sentindo, se era raiva, se era ódio, impotência, era um misto de sentimentos, só queria que isso tudo fosse apenas um mal entendido. Apesar de nunca ter tido uma boa convivência com meu pai, nunca iria imaginar que ele iria fazer uma coisa dessas comigo.

Dirigi até uma praça afastada que tinha ali perto onde eu morava, as ruas já estavam tomadas por um tom dourado, pois o sol já estava quase se pondo. Estacionei o meu carro próximo à praça bati a porta e tranquei o carro. Segui até um mercado que tinha ali perto, precisava de algumas bebidas fortes para poder esquecer tudo o que eu estava passando. Andei, ate seção de bebida e pequei duas garrafas de tequila e uma de rum. Fui até a fila do caixa para pagar as garrafas.

— Bom dia senhorita, deu 322, cartão ou dinheiro.

— Cartão

— Debito ou crédito?

— Debito

— A senha senhorita — Digitei a minha senha e transação foi aceita, dei um aceno de cabeça, e peguei as sacolas com as garrafas que estavam em cima do balcão e sai do mercado. Sentei em um dos bancos afastados e escondidos que tinham ali. A uma hora dessa já não havia luz alguma natural, apenas alguns postes que tinham espalhados por toda a praça. Abri uma garrafa de tequila e tomei uma longa golada.

Por mais que eu pensava não chegava a uma conclusão de pôr que meu pai havia feito isso, porque ele iria me vender, como ele perdeu todo nosso dinheiro. As pessoas sempre falavam que ele era um homem centrado, que ficou desolado quando a minha mãe morreu, ele nunca se recuperou depois que ela morrera. Ele nunca me falou isso, mas sei que ele me culpa pela morte da minha mãe.

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⏰ Última atualização: May 17, 2022 ⏰

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