Histórias de Consultório - Os pacientes de Ricardo

Introdução

"Todos têm o seu lado obscuro que - desde que tudo dê certo - é preferível não conhecer"
(Carl Jung)

Não gosto de ir a médicos, mas gosto da figura do médico, sobretudo do psiquiatra. O preconceito e o desconhecimento que ronda o trabalho dessa categoria é tão grande que, sinceramente, torna tudo em relação a ele mais interessante.

Depois da geriatria acredito que a psiquiatria seja a especialização que requer um grau maior de paciência e uma escuta bastante apurada.

No Brasil, o número de pessoas que realmente sabe a diferença entre o trabalho do psicólogo, e do psiquiatra é infinitamente menor daquele que não sabe, o que torna a missão desses profissionais ainda mais nobre.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, por ano, mais de um milhão de pessoas se suicidam. Isso é uma pessoa a cada 40 segundos. Só no Brasil são cerca de 12 mil. Embora não seja, a responsabilidade de diminuir essa estatística sempre recai sobre o psiquiatra (mesmo que qualquer profissional de saúde possa colaborar com seus dois centavos).

Por que falei disso? Porque valorizo e respeito a Psiquiatria, sobretudo os bons profissionais. Em seis anos passei por cinco deles. Sempre que revelo esse número já preparo meus ouvidos para algum comentário preconceituoso sobre o meu suposto estado mental. As razões das trocas foram as mais variadas: uma era temporária; outro, um desastre tão grande quanto o Titanic batendo no iceberg. Outro, muito libertino, o outro atendia muito longe e tem um jovem esforçado que é o eleito da vez.

De todos, o meu favorito é o que atendia longe: Ricardo. Médico-escritor. Figura fantástica. Ele, embora muito diferente, inspirou o personagem da minha primeira novela no Wattpad - De Hoje Não Passa!. Uma inspiração que me permite criar e dar vida aos meus personagens.

Obviamente, essas são histórias de ficção, mas como disse Lacan "A verdade só pode ser dita nas malhas da ficção". Quem sou eu para duvidar?

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