Capítulo 01- Prólogo

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Dois mundos, completamente diferentes, eles sabiam que não dariam certo. E mesmo assim persistiram na ideia. Até que chegou o momento, Emma não se aguentou, estava no seu sangue, ela não aguentaria tamanha traição.Emma tinha sede, mas não uma sede comum. Era sede de sangue, sede de vingança. Queria ver Raul sofrer, queria que ele pagasse a vergonha que a fez sentir. Já não ligava mais à opinião dos outros, ou se seria julgada por ser quem ela realmente é, ela não tinha vergonha de si, pelo contrário tinha imenso orgulho.

'" São dos melhores anjos que surgem os piores demônios.''

01 de março de 1666

Emma sorria enquanto observava o fogo tomar conta de cada casa, os gritos das famílias em apuros eram como melodias para seus ouvidos.

-Nos às achamos- Um dos demônios que Emma obrigava a trabalhar para ela, disse jogando duas garotas no chão.

Emma olhava para as garotas de forma fria, retirando suas luvas de couro preta, deixando de fora suas unhas grandes o suficiente para serem confundidas com garras.

Se abaixando ela ficou de joelhos, ficando na altura das pequenas garotas que pareciam assustadas, e de fato, elas realmente estavam assustadas, elas sabiam que o fim de sua existência estava próximo, assim como havia acontecido com seus pais que foram queimados pelas chamas que evadiram sua casa. Elas não sabiam exatamente o significado da morte, mas realmente, ninguém sabe o que acontece depois da morte, então diria que duas garotas não saberiam.

Emma passou levemente suas unhas afiadas pelas bochechas de uma das garotas que tremiam, um hematoma vermelho ficou visível no belo rosto da garota. Um sorriso diabólico surgiu nos lábios de Emma, orgulhosa da marca que havia feito e da dor que estava fazendo as garotas sentirem.

-Está com medo anjinho?- Ela sussurrou no ouvido da garota fazendo-a estremecer.

Só por tocar a garota, Emma já sabia que não era essa a criança que tanto procurava. E isso a deixava irritada, sem pensar duas vezes Emma pressionou suas unhas contra o pescoço da garota que se enrolou no chão como uma bola.

-Não- Gritava a pobre pequena em prantos, fazendo Emma virar oda sua atenção para ela.

-Havia me esquecido de você.- Sorriso maldoso no rosto de Emma cresceu ainda mais.

A garota sabia o que estava prestes a acontecer, seu destino seria igual a de seus pais e sua irmã que estava deitada em sua poça de sangue. A pequena soluçava perdidamente, ela só queria que aquele pesadelo acabasse.

-Vou deixar você ir embora meu anjo.- Falou Emma ficando de pé.

A garota não entendeu muito bem, Emma se afastou dela ficando de costas, a garota se levantou e sem pensar duas vezes saiu correndo. Os demônios que trabalhavam para Emma, em troca de vida, olhavam a pobre menina ir embora sem entender o que estava acontecendo.

Quando a garota se afastou alguns centímetros, Emma, virou-se e observou a garota partir. Antes dela sumir uma pequena bola de fogo surgiu nas mãos de Emma, a mesma jogou a bola de fogo nas costas da garota, o fogo foi aumentando enquanto descia para suas pequenas pernas e subiam para sua cabeça, o corpo da garota estava todo em chamas, seu corpo começou a virar cinzas.

Feliz com a cena, Emma colocou novamente suas luvas. Um par de azas enormes surgiram em suas costas, seus pés se afastaram do chão, Ela estava flutuando pelo ar, suas azas balançavam cada vez mais a fazendo voar mais alto.

Emma voou mais alto, chegando a um lugar onde ela somente sabia onde se encontrava. Abriu as grades observou seu belo e gigante ogro. Ele soltou um grunhido ao ver Emma, ela se aproximou de seu ''bichinho'' e o acariciou.

-Sleep baby- Cantarolou enquanto alisava a cabeça do enorme ogro que caiu em um profundo sono.

Aproveitando o momento em que o ogro dormia, Emma levantou levemente a pata do ogro, deixando visível uma passagem secreta, ela abriu com cuidado para não acordar Smith seu ogro. Entrando dentro do túnel secreto , fechou a entrada sem fazer um mínimo barulho. Andando pelo túnel, a escuridão atrapalhava sua visão. Nada que um demônio não possa resolver, Emma retirou suas livas e fez uma bola de fogo aparecer em sua mão, clareando a escuridão guiando-a até seu destino.

Uma grade como as de uma prisão entraram em seu campo de vista, um sorriso surgiu em seus lábios ao ter a visão de Raul e sua amante na própria poça de sangue.

-Sentiram minha falta ?-Ela retirou o capuz de sua cabeça, deixando a vista seus belos e perfeitos cabelos.

-Não- Raul cuspiu sangue ao responder-lá

-Querido não seja egoísta- Emma o repreendeu- Agora vamos direto ao ponto- Ela abriu as grades, e logo as fechou.

Emma estava no mesmo local que seus prisioneiros, Raul era bem poderoso, assim como Jennah sua amante, e qualquer um deles poderiam ataca-lá, mas ela havia sugado os poderes dos dois, os deixando fracos e ficando mais forte.

Emma andou até Raul e o afastou contra sua vontade de perto de Jennah, ela o prendeu em umas correntes que haviam ali naquelas paredes que poderiam cair a qualquer momento.

-Essa é sua última chance, onde estão as meninas? - Cravou suas unhas no pescoço de Jennah, sua pele ficava cada vez mais vermelha e frágil ,Jennah sentia que sua vida estava indo embora. Anjos criaturas horrendas sensíveis. Pensou Emma.

-N-não diga- Dizia Jennah em um sussurro estava sufocada, sua voz não saia.

-Cale a boca sua vadia oferecida- Emma lhe deu um belo tapa de direita no rosto de Jennah.

Raul parecia bem pensativo enquanto se derramava em lágrimas e tentava sair do aperto das correntes que cada vez que tentava ficava cada vez mais apertadas.

-Acabou seu tempo.-Ela tirou a mão esquerda do pescoço de Jennah, e tirou de sua cintura uma única arma que era capaz de matar um anjo, Emma pressionou contra o peito de Jennah levemente para sua morte ser lenta e dolorosa.

-Na terra. -Raul dizia em prantos

-O que disse? -Emma virou sua atenção para Raul

-As meninas estão na terra. -Raul dizia arrependido, ele amava suas filhas, mas também amava Jennah, para Raul, o amor de Jennah era maior do que o de suas filhas, que nunca veria . Sua escolha o colocaria em grande perigo junto com suas lindas e pequenas princesas.

-Ótima escolha, isso mostra o quão patético você é por escolher uma mísera anja, do que suas filhas . -Emma cuspia palavras em cima de Raul

-Eu escolhi o amor, que o amor vence tudo, ainda mais o amor verdadeiro. Isso você nunca saberá o que é Emma. Você nunca saberá o que é um sentimento de amor verdadeiro.- Raul dizia chorando olhando novamente para Jennah.

-Você não devia ter falado- Jennah dizia acariciando o rosto de Raul

-Sh, elas estão protegidas.- Emma não se importou com o que Raul disse, ela era fria. Sabia todos os seus passos. Ela queria ir apenas atrás das garotas e matar-las . Por mais poderosa que Emma fosse ela sabia que não era forte o suficiente para enfrentar o mundo humano. Ela teria que se preparar para um massacre.

Quando Emma, estava saindo da jaula, ela olhou para trás e viu Raul e Jennah se beijando, ela sentiu inveja. Inveja por Raul amar Jennah ao invés dela, por mais cruel, fria e calculista que Emma fosse, ela tinha um coração, que pertencia a Raul seu marido que a traiu descaradamente. O único problema é que Raul não soube cuidar de seu coração, ao invés disso ele o jogou no chão e pisou nele. O destruindo por completo. Era assim que Emma se sentia, destruída, não fisicamente mas psicologicamente. Talvez por isso ela fosse um demônio que causava medo com apenas um olhar, mas por dentro, era apenas uma mulher que foi terrivelmente enganada pelo homem que amava. Ela só queria que ele sentisse o que ela sentiu, dor e ódio.

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