Prólogo

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"Finalmente retornei, finalmente estou em casa, após 7 anos preso naquela terra infernal"

É meu 26º aniversário hoje, o primeiro em muitos que não passo escondido, o que eu tenho novamente uma festa, pessoas que não querem me matar, não depois daquele dia, o que eu fui dado como morto, o que eu acordei naquele navio pirata... o que eu tive que sobreviver...

Era um dia comum, estávamos em Edon, a antiga capital do reino de Terion, naquele dia também era meu aniversário, eu acabara de fazer 19 anos, estavam quase todos os nobres do reino naquele grande castelo, o imponente Kamilluvir, o mais seguro e reforçado castelo de todo o reino. Após algumas horas de festa vi meu pai, o rei Minos, fazendo um sinal para que eu me aproximasse dele, e sussurrou em meu ouvido:

-- Em alguns minutos me encontre na sacada, tenho algo para lhe entregar – disse e logo sorriu disfarçando o que havia me dito.

Eu apenas assenti com a cabeça e virei, em tempo de ver meu irmão mais velho, o grande Aldebaran, saindo do salão, fui correndo até ele, era de se esperar que fosse embora, sua aparência sempre estragou suas "convenções sociais".

-- Al.. Al... – gritei, mas ele não pareceu me ouvir, apenas quando me aproximei o suficiente para tocá-lo e vê-lo virar assustado.

-- Han? Ah... É você Tristan – disse com sua voz estrondante.

-- Para onde vai irmão? – Perguntei sorrindo – A festa acaba de começar e qual seria a graça dela pra mim sem você? Meu irmão e melhor amigo...

-- Não é nada Tristan, apenas acho que ouvi algo ali fora, não deve ser nada, mas vou averiguar... – Disse enquanto seguia em direção aos muros com uma cara séria e preocupada.

-- Se você diz então tá – Falei voltando para dentro do salão a tempo de ver meu pai se dirigindo em direção à sacada e logo o acompanhei discretamente – Pai?

-- Venha cá filho – Disse o velho homem sem se virar, ao me aproximar vi que seu olhar estava distante, tinha algumas rugas em sua testa causada pela testa frisada como se estivesse com raiva de algo, seus cabelos em mesclar de negro com grisalho, assim como sua barba que tomava quase todo o rosto com uma falha bem acima da boca, por onde passava uma cicatriz em diagonal. Fui até ele, sua voz estava calma, mas firme e seria o que me apavorava um pouco e ao me aproximar dele ele me abraçou e tirou uma corrente do seu pescoço, nela estava fixada uma pedra negra e brilhante diferente de qualquer outra que eu já tenha visto em qualquer lugar.

-- O que é isso pai? – perguntei confuso

- Esta é a pedra existente mais poderosa do mundo, ela foi retirada do coração de uma estrela no dia do seu nascimento e como ela existem mais 6 pedras dessa, uma branca, uma azul, uma vermelha, uma roxa, uma amarela, uma verde. Elas serão necessárias para salvar o mundo... o grande apocalipse está próximo...

-- Apocalipse? O que está falando pai? 6 pedras do coração de uma estrela?

-- Sim meu filho, existe uma profecia: "Nascerá do humano um anjo negro de asas brancas e junto com ele o céu mandará suas bênçãos, os deuses lhe darão o poder, mas só ele será capaz de decidir o que fazer com os outros 6, salvar ou destruir o mundo..."

Mal terminara a frase Aldebaran chegou correndo e gritando algo que não dava para ouvir por causa dos sinos, os sinos de invasão.

-- Estão tentando Invadir Edon! – gritava um guarda ao longe

-- É tarde Tristan, pegue seus irmãos: Priston, Aegon e Onick e parta para Asshai lá ficarão seguros.

-- Mas pai.. – Enquanto terminava a frase fui interrompido por uma explosão.

-- Mas nada, parta agora Tristan Kosmou Minos Wolf II, como seu pai e seu rei, ordeno que leve sua família e a deixe em segurança. Eu e seu irmão Aldebaran cuidaremos daqui!

Enquanto ele virava eu o golpeei pelas costas fazendo-o desmaiar

-- Desculpe pai, não posso fazer isso – Disse enquanto o pegava nos ombros e o levava para perto da minha mãe, a pedi que entrasse em uma carruagem com meus irmãos e a mandei para Asshai, ela relutou mas no fim aceitou. Enquanto a carruagem com eles partia eu fui pegar minha armadura e armas. Do alto, da janela do meu quarto eu vi algo inacreditável, eram zumbis, eram diabretes, todas as terríveis criaturas das sombras e até mesmo um grande e frio Lich, uma criatura tida como rei dos mortos, sua aparência era grotesca, uma grande caveira sobre um manto emanando uma aura azul e pálida, seguida por um rastro de morte. Logo desci pela janela e voei até o portão, lá meu irmão Aldebaran estava literalmente partindo os zumbis em dois, três ou até mais pedaços, ele gritava algo como "Haa, vocês são muito fracos para mim" enquanto sorria com seus dentes tortos. Eu estava acabando com alguns dos zumbis também, com menos eficácia mas estava, até que fui atingido por uma luz, um feixe de energia que me fez voar longe e atravessar o portão, caindo desmaiado e quase sem vida dentro de Edon, daí em diante foi que tudo ficou estranho...

Acordei no meio de um deserto de mortos, não havia nada além de mortos, percebi que estava longe de Edon, provavelmente moveram os mortos de lá, para lhes dar um funeral digno, mas ao certo foram emboscados no caminho, estava num deserto de mortos com fome, exausto, tonto e ferido, não demoraria muito para eu acabar morto também.

Mas o importante é que estou em casa, amanhã serei coroado, porém em circunstâncias tristes, meu pai está sumido, nem cheguei a reencontrá-lo e minha mãe está morta. Estou em casa a uma semana, ainda tenho meus irmãos e nada poderia me fazer mais feliz, isso é o que importa.



Terion - As crônicas de um rei (Editanto)Onde histórias criam vida. Descubra agora