Nas duas semanas a seguir ao baile, a minha vida regressou praticamente à normalidade.
O meu pai estava de novo em Washington D.C., o que tornava as coisas muito mais divertidas
em casa, sobretudo porque podia sair novamente às escondidas pela janela e ir para o
cemitério nas minhas incursões noturnas. Não sei o que nos atraía tanto ao cemitério. Talvez
tivesse alguma coisa que ver com os próprios túmulos porque, no que tocava a túmulos, até
eram bastante confortáveis.
Normalmente, sentávamo-nos num pequeno lote onde a família Preston tinha sido
enterrada havia cerca de cem anos. Havia oito pedras tumulares naquele sítio, todas dispostas
em círculo, o que tornava fácil passar os amendoins entre nós. Uma vez, eu e os meus amigos
decidimos investigar aquilo que fosse possível sobre os Preston e fomos à biblioteca ver se
havia alguma coisa escrita a respeito desta família. Quer dizer, se nos vamos sentar no túmulo
de alguém, já agora por que não saber alguma coisa sobre essa pessoa, certo!?
Não havia muita coisa sobre a família nos registros históricos, mas encontramos uma
informação interessante. Henry Preston, o pai, tinha sido lenhador, maneta, acreditem ou não.
Parece que era capaz de derrubar uma árvore tão depressa como qualquer outro com ambos os
braços. Ora bem, a visão de um lenhador maneta é bastante forte, por isso falávamos muito
sobre ele. Costumávamos imaginar que mais poderia ele fazer com apenas um braço e
passávamos horas a discutir a que velocidade conseguiria lançar uma
bola de basebol ou se seria capaz ou não de atravessar a nado a Intracoastal Waterway. As
nossas conversas não eram propriamente eruditas, admito, mas, de qualquer maneira, eu
gostava delas.
Bem, Eric e eu estávamos no cemitério numa noite de domingo com dois outros amigos,
a comer amendoins e a falar de Henry Preston, quando o Eric me perguntou como tinha corrido
a minha "saída" com a Jamie Sullivan. Desde o baile que não tínhamos estado muito tempo
juntos, porque a época de futebol já entrara na fase das finais e Eric ausentara-se durante os
últimos fins-de-semana com a equipa.
- Correu bem - respondi, encolhendo os ombros, esforçando-me o melhor que podia por
parecer desinteressado.
Eric bateu-me amigavelmente com os cotovelos nas costelas, e eu gritei. Ele era, pelo
menos, dez quilos mais pesado que eu.
- Deste-lhe um beijo de despedida?
- Não.
Bebeu um longo trago da sua lata de Budweiser enquanto eu respondia. Não sei como é
que ele conseguia, mas Eric nunca tinha problemas em comprar cerveja, o que era estranho,
uma vez que toda a gente na cidade sabia a idade dele.
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Um Amor Para Recordar
Romance- "Cada mês de abril, quando o vento sopra do mar e se mistura com o perfume de violetas, Landon Carter recorda seu último ano na High Beaufort. Isso era 1958, e Landon já tinha namorado uma ou duas meninas. Ele sempre jurou que já tinha se apaixona...