Prólogo

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Sinto um leve frio na barriga ao ouvir a voz da aeromoça nos altos falantes do avião, desencosto a cabeça da janela e olho para baixo.
Uma imensidão de plumas brancas a dominavam a vista da maravilhosa Londres, a cidade maravilhosa qual estive longe tanto tempo.

A maravilhosa Londres. Quanta falta sinto desse lugar. E eu estou aqui novamente, espero que tenha sido o certo a se fazer.

Chacoalho a cabeça afastando os pensamentos nada favoráveis a minha volta para esse lugar, ainda encarando o punhado de nuvens ao lado de fora. Perfeitamente brancas e delicadas, facilmente confundidas com enormes algodões.

-----FlashBack-----

-Papai?

Me lembro de ver um sorriso crescer em seu rosto, levantei meu algodão doce colocando mais um punhado do açúcar em minha boca, fazendo alguns grudarem em meus fios ruivos quais caiam em meu rosto.

-Sim Ruby?

-As nuvens são de algodão?

Risos extremamente gostosos, era essa gargalhada qual ouvia naquele momento. Talvez não exista palavras para definir aquela risada.

- Não Ruby, elas não são de algodão. São de água.

-Como assim? Igual a aguá que tem na torneira?

- Um dia ira entender Ruby!

Não me lembro do resto. Talvez não seja tão importante.

-----FlashBack Off-----



Levantei da poltrona "confortável" da classe econômica e bocejei, pegando minha pequena mala de mão e saindo para fora daquele cilindro voador qual permaneci por umas oito ou dez horas, seguindo até as esteiras a procura da minha mala, que era impossível não ser reconhecida devido a sua chamativa cor verde limão.
A manhã londrina se encontrava fria porem ensolarada, uma perfeita confusão de climas, uma perfeita combinação para definir o que era Londres.
Arrastando minhas malas ate a área de desembarque logo me encontro com os belos fios cinzentos do homem que me criou a vida toda. Sorrindo, corro ate ele com as malas sem me importar com os olhares que me julgavam.

"Minha pequena Ruby!" O ouvi dizer quando o abracei, foi um abraço misto de saudade, angustia e felicidade. Eu estava junto do meu pai novamente, e eu prometo que por qualquer razão, eu nunca mais irei sair de Londres. Nunca.

Londres definitivamente havia sido a melhor escolha que eu fiz por todo esse tempo.




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