Capítulo 6 - Encontro

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Melissa

    Não sei quanto tempo se passou, mas à noite já estava alta, a lua iluminava o quarto, as janelas estavam abertas e uma leve brisa entrava balançando as cortinas, tive a impressão que estava sendo observada da janela, fui olhar, mas não havia nada, era alto demais para alguém subir e não tinha ligação com nenhuma outra sacada. Fiquei um tempo observando o céu, a lua estava cheia e iluminava à noite, o céu estava muito estrelado, à noite estava linda. Suspirei, como cheguei até aqui, porque Bruno me odeia e meu tio onde está que não vi desde que cheguei?. Estava com fome e decidi me aventurar até a cozinha.

    Abri a porta que dava para um longo corredor, com várias portas todas brancas, e agora vou pra direita ou esquerda, arrisquei a direita e no fim do corredor havia uma outra escada subindo mais um andar. -- Não é para esse lado, tenho que encontrar as escadas descendo! -- Voltei pelo mesmo caminho, o corredor estava escuro, iluminado por pequenas lâmpadas muito fraquinhas, parecia um castelo desses filmes de terror. Finalmente as escadas! 

    Desci e agora pra onde ir. -- Não sei porque tem que ter tantos comados em uma casa, aff ! -- Decidi entrar na sala a direita, abri uma das portas e vi uma biblioteca enorme. -- Nossa! -- Fiquei empolgada, aquele seria seu lugar favorito, amava ler, ou achava que amava. Fechei a porta e me arrisquei na porta seguinte. Tinha um belo escritório, uma mesa negra tomava conta do espaço imponente, as janelas tinham vista para o jardim. Esse seria o próximo lugar onde iria logo pela manhã. Fechei a porta, continuo até uma grande porta no fim do corredor. Ouvia-se vozes, acho que agora estou no caminho certo, logo a frente uma nova porta e finalmente a cozinha. Clara estava sentada, conversando com outra senhora, enquanto descascava alguns legumes.

-- Mel, sente-se aqui, está com fome? -- disse clara -- Não quis acorda-la na hora do jantar, então sente-se que vou te servir alguma coisa! -- falou apontando uma cadeira a seu lado e se levantando, indo em direção a geladeira. Retirou alguns ingredientes e colocou sobre à mesa, começando a fazer um sanduíche.

--Clara, quando eu vou ver meu tio?-- perguntei desanimada.

--Bem senhorita seu tio está um pouco ocupado com o trabalho, mas o Natal está chegando e ele tem o habito de vir pra casa nessa época -- falou colocando o sanduíche  em minha frente e um copo com suco, comi em silêncio. A noite estava linda, decidi ir conhecer o jardim agora mesmo, não estava tão tarde assim e estava sem sono.

-- Clara, posso ir ao jardim?

-- Claro senhorita, a casa é sua, se precisar de algo é só me chamar! -- Me acompanhou até as portas de vidro que davam pra varanda e logo depois um lindo jardim florido, iluminado por pequenas lâmpadas colocadas entre os canteiros, parecia um conto de fadas de tão lindo, caminhei até os balaustres, de onde se via o mar, a lua enorme refletida nele, o céu estrelado, só faltava uma música de fundo bem romântica e um belo príncipe pra estar perfeito, mas meu príncipe está mais pra ogro. Acho que cai no conto de fadas errado.

    Mas ia curtir tudo isso sem príncipe mesmo, fui caminhar na orla, o caminho até lá era curto, desci uma pequena escadinha de pedras com cuidado e logo estava molhando os pés, a água estava deliciosa , caminhei mais um pouco sem rumo, não se via mais as luzes do jardim.

    Agora sozinha, decidi me aventurar um pouco, fiquei nua, coloquei minhas roupas em umas pedras e mergulhei, era maravilhoso, a sensação de liberdade, me sentia em paz e relaxava pela primeira vez desde que cheguei.

    Mas nada é perfeito, e quando olhei para as pedras onde deixei minhas roupas, o meu pesadelo começava. Bruno estava lá me observando, mesmo que ele não pudesse vê-lá, sentia como se ele enxergasse sua nudez e seu corpo aquecia com o pensamento. Como alguém podia despertar essa sensação com um só pensamento, podia jurar que ele sorria, como se pudesse saber o que estava pensando. Mas vê-lo tirar a camisa e a bermuda e mergulhar. Fez com que seu coração parasse. Com uma velocidade impressionante ele ficou à minha frente.

--Ora, ora, o que temos aqui uma bela sereia!-- disse sarcástico. 

-- O que quer Bruno?

-- Nadar um pouco, só não sabia que teria companhia essa noite!

-- Eu não sabia que nadava aqui!

--Não mesmo? Que coincidência você no lugar onde nos encontrávamos, não é ! Acho que está mentindo sobre não se lembrar de nada Mel e vou descobrir! -- disse se aproximando e colocando a mão em minha cabeça impedindo que me afastasse, meu coração batia descompassado, não sei se de ansiedade ou medo do que ele poderia fazer comigo, ou ainda querer que ele fizesse. Seus lábios tocaram os meus, primeiro suavemente, mas logo com fúria, puxou meu corpo fazendo com que colasse ao seu. Podia sentir seu calor em minha pele. O latejar em minha intimidade, responder ao beijo era inevitável. Enrosquei as mão em seus cabelos, ouvi-lo gemer só atiçava ainda mais o meu desejo. Sentir seu membro preso na sunga, implorando por liberdade, suas mão deslizando até meu seio já entumecido, gemi de prazer e logo seus lábios ocuparam o lugar onde sua mão estava, sua  mão habilmente penetrava minha intimidade, que pulsava de desejo. era maravilhoso, meu corpo reconhecia o dele e respondia a cada toque, eu gemia seu nome, louca para senti-lo dentro de mim.

Mas no mesmo instante, ele me empurrou pra longe, me assustando.

-- Você não me engana Melissa, pode enganar à todos menos à mim. -- O ódio em suas palavras me assustaram, e com a mesma velocidade saiu do mar, pegando suas roupas e sumindo na escuridão.




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