-Que chuva boa...- Eu dizia abrindo meu guarda chuva. - Meu pai está demorando para chegar...
-Ayano! - Disse Erika que corria em minha direção em meio aquela chuva.
-Se você se resfriar a culpa não é minha! - Eu gritei a ela.
-Ayano! - Ela gritou e me abraçou forte.
-Calma moça! Quem nos vê de longe acha que temos altas intimidades. - Eu olhei para ela que me abraçava quase me sofucando.
-Ah, nós temos algo de especial, não negue. - Ela me olhou com um ar malicioso.
-Nah! Desenfeta garota! - Eu disse rindo e tentando afastar ela de mim.
-Cadê o seu papaizinho?! Estou precisando de carona. - Ela tentava me abraçar de volta.
-Ah, então é pra isso que você veio pra cima de mim toda melosa?! Sua cretina! - Eu chutei uma poça d'água para que jorrasse nela.
-Nããão! Você sabe que eu te amo né Ayano chan. - Ela disse num tom sarcástico - E amo o carro do seu pai também!
-Mas é muito abuso de sua parte, usufruir assim da boa vontade de meu querido pai. -Disse tentando ser o mais séria possível, mas não me segurei e comecei a rir.
"Bi Bi!" (isso foi um som de busina ;-; ok?)
-Acho que meu pai chegou.
Eu olhei para a rua e vi aquele homem sério, sentado no banco da frente, com um cigarro na boca e uma das mãos a segurar o volante enquanto o outro braço estava apoiado na janela.
-Você vem Erika?! - Olhei para ela.
-Achei que não fosse perguntar. - ela sorriu e entramos no carro.
-Ora Ora Ora, olha só quem resolveu dar uma de carga extra.- Disse meu pai nos olhando pelo espelho no retrovisor, sorrindo.
-Boa tarde Sr. Haruto! - Erika sorriu de volta.
-Tarde?! Já são quase 7 horas! - Eu resmunguei.
-Desculpe meu anjo, eu acabei tendo que passar no orfanato do seu Tio, parece que a reforma dele vai custar um pouco mais do que o previsto. - Ele deu a partida no carro e apagou o cigarro no canto do volante.
-Mas já estava tudo contado, os quartos, os banheiros, tudo! - Eu disse decepcionada.
-Parece que eles acabaram recebendo mais 10 novas crianças, e eu terei que passar lá mais tarde, você vem? - Ele estava bem atento ao trânsito, mas parecia se forcar mais na nossa conversa.
-Eu acho que vou... - Eu disse meio pensativa.
-Eu estou sobrando aqui! - Erika disse erguendo os braços.
Eu apenas ri e voltei a olhar pela janela, eu suspirava e pensava "Por quê ultimamente estou me sentindo tão vazia?" . Esse sentimento estranho me consumia, e me fazia pensar por horas e horas, entrar num mundo paralelo e não sair por um instante.
Até alguém me interromper...
-Até amanhã Ayano! - Erika disse se despedindo de mim e saindo do carro.
-Amanhã é sábado, Erika! - Eu gritei da janela e ri.
Erika era tipo minha melhor amiga, ou irmã postiça, ou "namorada", ela sempre prefere mais esse termo.
-Então Ayano? Já se decidiu? Vai ou não comigo ao orfanato? - Meu pai olhou para mim pelo espelho novamente.
-Sim, eu acho que vou... Não tenho nada de importante para fazer mesmo.
Eu me recostei na janela do carro e fiquei olhando os pingos de chuva esconrrendo pelo vidro. "Ai ai..." Suspirei em meu pensamento, "Esse dia chuvoso, está tão bonito, eu nunca vi uma chuva mais bonita..." Era um suspiro atrás do outros, e os pingos de chuva se espalhando, e aquele som da chuva batendo na janela em que eu estava, era tão bom, tão confortável.
-Chegamos! - Meu pai gritou.
" E o sonho acaba." Pensei.
"Orfanato Watari"
Era o que se encontrava na placa de entrada do orfanato.
-Esse lugar me trás boas e más lembranças... - Murmurei pra mim mesma.
-Vamos entrar? - Meu pai se dirigiu até a porta.
Eu o segui, e logo em seguida ele abriu a porta e saiu na frente a procura de meu Tio.
-Vá conhecer as outras crianças, eu vou atrás de seu tio. - Ele pôs a mão sobre meu ombro.
-Não, eu vou com o Senhor, as crianças não gostam muito de mim aqui. - Olhei para o teto, tentando desviar minha atenção.
-Tudo bem então. - Ele sorriu e saiu andando.
Passamos por um pátio enorme que mais parecia um salão de baile, com duas escadas nas laterais, uma para o quarto dos meninos e outra no quarto das meninas.
-Saito!? Saito!? Onde você está?! - Meu pai gritava a procura do meu tio.
-Aqui em cima com as meninas! - Uma voz ecoou da parte de cima da casa.
-Vamos Ayano. - Meu pai andou em direção a escada.
-Tudo be... - Eu parei de falar.
Alguma coisa estava a me observar, eu estava tendo essa sensação, olhei para baixo da escada, mas não via nada ou ninguém.
-Hm... - eu subi as escadas, pensativa.-Aqui nós vamos colocar um lustre enorme! Aumentar essas janelas e... - Meu tio dizia.
-Mas isso está realmente dentro do orçamento? - Meu pai o questionava.
-Claro que está! Eu preciso fazer esse orfanato ficar mais convidativo, tanto para as crianças, quanto para os vizitantes. - Ele bufou.
Meu tio era muito teimoso, e não sabia guardar dinheiro, mas ainda bem que meu pai estava sempre lá para ajuda-lo.
-Ayano! Minha querida! Que tal um abraço?! - Meu tio disse quase gritando e erguendo os braços.
-Claro! - Eu disse o abraçando bem forte.
Eu sinceramente adoro os abraços do meu tio, são tão... Confortáveis.
-As crianças novas estão louquinhas pra te conhecer! Eu contei a elas que você adorava vir aqui quando era pequena e...- eu tapei a boca do meu tio.
-E-Er... - Corei - E-Eu acho que vou descer e ir ver o que tem de bom lá na cozinha. - Disse um pouco sem graça.
-Divirta-se Ayano chan! - Meu tio sorrio e acenou.
Eu desci as escadas correndo, com medo de que meu pai se tocasse que eu matava as aulas de violino para ir ao orfanato brincar com as outras crianças.
"É ela mesmo...? Será...?"
"Não! É muito séria pra ser ela."
Novamente tive a sensação de estar sendo observada, e dessa vez eu ouvia vozes de crianças.
-Hm..? - Olhei para trás e vi duas garotinhas escondidas atrás de um móvel que parecia estar coberto por uma lona.
-Mary, acho que ela nos viu! - Uma delas disse se abaixando atrás do móvel.
-Ei...? - Eu as chamei me inclinando um pouco para conseguir vê-las melhor.
-Acho que ela falou com a gente.- A outra disse.
-Levanta!
-Eu?!
-Sim! Você!
-Por quê eu?!
-Você é mais velha.
-Eu sou?
-Sim! Agora vai! - A outra empurrou-a para fora do esconderijo.
-P-Prazer... M-Mary - Ela estava corada.
Era uma garotinha adorável, de cabelos longos e ruivos, com um ar tímido e olhos verdes que brilhavam.
-Prazer. - Eu sorri - Sou Ayano Haruto.
-Momo! Eu disse que era ela! Eu disse! - Ela logo perdeu a timidez.
-É ela?! - Momo se levantou rapidamente de trás do móvel e sorriu.
Momo tinha um ar mais atlético, era pequena, tinha os cabelos curtos e ruivos também, e os olhos castanhos claros.
-Olá! Prazer em conhecer vocês! - Eu sorri.
-P-Prazer! - Momo foi até mim e segurou a minha mão - Sr. Haruto nos contou muito sobre você.
-Er... Eu fiquei sabendo.-Respondi sem graça.
-Vamos levar ela para conhecer o resto do pessoal! - Sugeriu Mary.
-Eu já estava pensando nisso. - Se gabou Momo.
-Não estava!
-Sim, estava!
-Mentirosa!
-Não sou!
-É sim!
-Não sou!
-É s...
-Meninas! - Eu as interrompi - Vamos logo?
"SIM!" As duas disseram juntas.
Elas me puxaram até uma sala que ficava entre as escadas, mais conhecida como "Sala de jogos", entramos as três na sala, de mãos dadas e eu fui recebida com vários abraços e sorrisos.
"Ayano chan!!" Diziam as crianças, feliz.
Enquanto eu meio que era agarrada por várias crianças eu me deparei com um garoto de cabelos louros, na altura dos ombros, e olhos negros e opacos, encostado ao lado da janela da sala, eu não conseguia parar de olhar para ele.
Será que eu finalmente o encontrei...?Continua??? (Depende de VOCÊS, pessoas lindias da tia Isy :3 <3 ).
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My First Kiss
FanfictionRomance clichê sobre Ayano, uma garota cuja sua primeira paixão é um garoto órfão que vivia na Inglaterra, e havia sido transferido para o orfanato de seu Tio. Claro que ele não veio sozinho, e sim, com seu "irmão" postiço que se mostra ser uma cria...