I promise

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- Katherine, acorde! - falou uma voz rouca, mas não ousei abrir os olhos. Senti uma mão dando leves tapas em meu braço. 

- O que foi? - murmurei impaciente ao abrir os olhos e ver um outro par de olhos verdes me olhando. Olhei minha janela e depois para o relógio. Duas da madrugada. - Tenho que parar de deixar minha janela destrancada. 

- Eu não quero dormir agora. - ele falou sentando na minha cama. 

- Vai se ferrar, Harry! Eu quero dormir. - eu disse puxando meu cobertor azul fofinho para cobrir meu rosto. 

- Fique acordada. Por favoooor. - Harry pedia. 

- Fala logo o que você quer e se manda. - me sentei na cama ao lado de Harry. 

- Eu quero que nós façamos um juramento. 

Juramento? Ele bebeu ou se drogou pra ficar doido de vir me pedir uma coisa dessas enquanto eu deveria estar dormindo? 

- Juramento de que? - perguntei esfregando os olhos com as costas da mão. 

- De que nossa amizade será muito importante pra você e que você nunca se esqueça de mim e nem eu de você. - ele falou com sua voz ficando mais rouca e seus olhos ficando marejados. 

- Por que isso, Harry? O que aconteceu? - perguntei colocando minha mão sobre a dele. 

- Meus pais brigaram de novo, Kath. - uma lágrima escapou de seus olhos. - Minha mãe disse que não consegue aguentar mais meu pai e que nós vamos embora amanhã. - ele deu um soluço. 

Não que eu seja pessimista, mas eu imaginava que isso aconteceria um dia. Os pais de Harry nunca se deram muito bem... 

Sem dizer nada, eu o abracei e comecei chorar junto com ele. 

- Eu prometo, Harry. - foi tudo o que consegui dizer.

~3 anos depois~

Hoje eu faço 18 anos! Me levantei da cama e abri a porta do quarto. Mamãe estava segurando um bolo de aniversário na mão com velinhas em cima. Papai jogou confete em mim e Riley, minha irmã mais nova, estava batendo palmas. 

- Parabéns pra você... - os três começaram cantar. 

Depois que comemos todo o bolo, estavamos sentados no sofá assistindo Os Simpsons. 

- Não vejo a hora de fazer dezoito anos para poder morar sozinha. - Riley falou. 

- Calma, Rylie. Você tem mais seis anos pra pensar nisso. Mas caso você queira continuar morando comigo e com seu pai, nós podemos simplesmente esquecer que você é adulta. - mamãe falou e Riley fez uma careta. Incrível como ela e meu pai não querem que eu e Riley crescemos. 

- Eu acho que eu vou querer ter privacidade, né, mãe? - Riley falou com sarcasmo na voz. 

- Eu posso colocar uma tranca na porta do seu quarto. - mamãe deu de ombros. 

- Por que você não pede pra Kath ficar também? - Pietra fez biquinho pra mim. 

- Sua irmã já decidiu que quer morar sozinha. - mamãe deu um suspiro. 

Me levantei do sofá assim que o desenho acabou e minhas costas estalaram. 

- Sinais da velhice. - Riley falou. Peguei uma almofada do sofá e joguei na cara dela. 

- Vou terminar de arrumar minhas coisas. - falei. 

- Eu ajudo. - Riley se levantou do sofá e me seguiu. 

- Você sabe que não precisa se mudar. - Riley falou, abraçando minha cintura por trás. 

- Riley, eu sei que se eu quisesse ficar eu poderia, mas eu quero me mudar. Meu apartamento é só a vinte minutos daqui. 

- Parece longe pra mim. - ela falou abaixando a cabeça.

Estávamos arrumando minhas coisas até que Riley corta o silêncio: 

- Vou te dar um pôster de um dos meus maridos pra você se lembrar de mim quando chegar no seu novo lar. - ela tirou a mão de trás das costas e me deu um pôster com a foto de um rapaz moreno e... lindo! 

- O nome dele é Zayn Malik. Ele é da minha banda favorita, embora eu não seja tão pirada neles. 

- Como é o nome da banda? - perguntei. 

- One direction. - ela sorriu. 

- Esse pôster vai ter um lugarzinho especial na parede do meu quarto. 

- falei.

No outro dia, pulei da cama bem cedo e saí do quarto. 

- Filha, o caminhão de mudanças saiu faz uns vinte minutos. Só falta levar as malas. - minha mãe falou. 

Fui para o banheiro, tomei banho e me arrumei. 

- O papai pode me dar uma carona? - perguntei para minha mãe assim que encontrei ela no corredor. Ela apontou para a janela. Meu pai já estava colocando minhas malas no carro. 

- Ele já disse que vai te dar uma carona. 

- Tchau, mãe. - abracei ela. - Te amo. - ela beijou minha cabeça e sussurrou um "também" no meu ouvido. 

- Obrigada por nem lembrar de mim. - ouvi a voz de Riley atrás da minha mãe. 

- Claro que eu não ia me esquecer de você. - abracei ela.

- Tchau, mãe! Tchau, Riley! - gritei da janela do carro que estava saindo da garagem. Elas gritaram um "tchau" e então meu pai saiu com o carro e eu não vi mais a duas.

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