Capítulo 7

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De repente Melissa lembrou-se que seu "fusca rosa", era o motel ambulante da universidade e Jaison já havia transado nele. Nesse instante quase se engasgando com o drink na lembrança do vídeo quando gritinhos uníssonos e assobios partiam de todos os cantos da boate. Ela enxergava José sério e petrificado na pista de dança, e a contagem regressiva começava... Dez... nove... Oito. Na curiosidade Jaison levantou-se puxando Melissa pelas mãos, que tropeçou quase escorregando ao chão úmido. Era Carol cumprindo sua conseqüência, dançando no palco de costa com o vestido levantado e o bumbum a mostra enquanto suas amigas terminavam de contar até um. José correu a resgatá-la daquela cena bizarra e constrangedora para sua família de status social da cidade. Ele a puxava quase arrastando-a enquanto todos aplaudiam o final da cena e assobiavam no verdadeiro entusiasmo.

-não tem não do limite, tomou quantos drinks hoje... Quanto vou ter que pagar para não sair no blog...

A ira invadia a expressão de José, que percebia que sua irmã estava muito embriagada.

-"conseqüência"

Ela ria-se sozinha enquanto José suspirava:

-Vou mandar levá-la para casa, agoraaa!

Carol com passos trôpegos tentava manter o ritmo da música enquanto era puxada por Jose. Melissa franzia o cenho, não sabendo se achava graça ou ridícula à cena. De repente o alemão que estava com Kelly começou a roçar-se no embalo da música em Melissa a deixando confusa. Jaison percebeu seu amigo fazendo sinal com um copo de bebida na mão e foi ao seu encontro. Melissa sentia-se flutuar naquela pista de dança, seu corpo leve ao embalo da música, embora a acusação a interrogava no momento, mas de repente ela queria se soltar, ser diferente, ser igual as suas amigas. Entrou no embalo do ambiente fazendo movimentos rítmicos com o corpo sem nenhuma sintonia com a música, enquando Kelly puxava o alemão para si, roçando seu corpo ao dele para seduzi-lo.

Durante todo o tempo que Caio esteve no camarote nenhuma das mulheres estava no páreo. Quando voltou do banheiro todo o tumulto de Carol havia terminado e de repente, parecia que havia levado um soco surreal na cara, o despertando: "Nossa... ela era jovem, tão linda que quase ofuscava seus olhos, aquele vestido preto de couro abriu a sua imaginação, era ela, a mulher que ele estava procurando nesta noite".

Ele percebeu o quanto era cobiçada pelos olhares predadores, era um lado magnético impossível de não olhar e até engraçado de ver seu jeito de dançar em desacordo com o ritmo da música. Em um movimento com a cabeça para cima, os olhos de Melissa encontraram os dele, apenas por um feixe de luz, ela cambaleou um pouco para o lado, tonta da bebida, mas tentou manter seu olhar fixo no "Deus grego" que avistava, "ou seria pura alucinação'. Caio tentava manter a mente firme, " hoje, a noite é sexo, e mais sexo, mil gozos, sem sentimento, sem compromisso, apenas atração avassaladora a primeira vista". Seu instrumento reagia ao olhá-la como um fósforo que tivesse sido acesso, aquela mulher era quase surreal mesmo, "ela não era só sexy, gostosa, coxuda, com curvas deliciosas, ela também parecia um anjo perdida em suas emoções". Mas Caio firmou seu pensamento, desceria e lhe faria uma proposta quase indecente, tomaria posse daquela mulher e fariam loucuras sem limites. Melissa o observava de soslaio nunca imaginando que encontraria um homem tão lindo, tão bem vestido dentro daquela boate. Seu olhar era inquisitivo e a intimidava, era impossível não conseguir olhá-lo. Caio ainda perturbado, não queria sentir-se conquistado, e além do mais ela devia ser uns dez anos mais jovem que ele, uma estudante universitária em mais uma de suas noites de badaladas. Se ele não estivesse tão atraído para possuí-la e se não fosse aquela maldita noite da traição, daria meia volta e talvez nem estivesse ali. Melissa murmurava para si: Meu Zeus como ele é lindo e como é grande!

Lembrou do bate papo das garotas sobre o homem ser grande e o tamanho do "instrumento", e de repente enrubesceu. Ela não queria que aquela noite desse certo, nenhum estranho romperia seu hímen como um prêmio, mas ao olhar aquele "Deus grego", um calor súbito percorria sua pele, sentia-se úmida nas partes baixas numa alucinação e fantasia pelo tamanho daquele "estranho" homem atraente. Com as mãos tentava limpar o suor de seu rosto e sentia que estava sendo observada por ele. De repente Jose apareceu puxando-a para dançar, roçando-a e tentando encaixar-se em seus quadris.

-para onde foi a Carol¿ - sua voz era quase trôpega da bebida

-levaram a maluquinha para casa antes que o blog entrasse em ação!

-"conseqüência"- resmungava Melissa

-todas enlouqueceram hoje, mas vou curtir meu "repolho fechado"

-eu não sou "repolho"... babaca!

-mentirosa! é louca pelo seu gostosão aqui!

Ele tentava puxá-la para encontrar seus lábios, quase a esmagando contra si ao ponto de Melissa sentir seu volume por cima das suas calças, mas estava em desvantagem, ele apertava-a pela cintura quase a machucando deixando -a enfraquecida ao tentar desvencilhar-se.

-Isso aí amiga- gritava Kelly- Aproveite o gostosão!

-sem essa amiga- gritava mais Melissa- estou indo embora, vou pegar um táxi

-e vai perder essa noite maravilhosa comigo! - jose insinuava

-me solta! Vou embora!

A essa altura Kelly havia seduzido o alemão que estava caidinho pelos seus lindos peitos. A voz de Melissa saía baixa ao som da música e seu braço movia-se tentando se desvencilhar:

-por favor! solte-me! vou pegar um táxi...agoraa! -sua última palavra saiu ríspida

-eu te levo meu "repolhinho" e passamos primeiro no "fusca rosa" e... Gatinha você é tão previsível!

Uma lembrança somada a uma ira de raiva subiram na mente de Melissa e naquele instante largou subitamente um tapa no rosto de Jose. Seu semblante petrificou-se com a atitude dela

-não sou seu "repolhinho"...

E no mesmo segundo uma voz ecoava atrás dela.

-Algum problema com esse cara¿

Quando Melissa virou-se, câimbras nas pernas se somaram ao susto emocional, pois o "Deus grego", o homem mais lindo que ela tinha visto na vida, estava bem ali. "Era verdade, conseqüência ou alucinação da bebida", murmurava mentalmente.

Obviamente sua sorte duraria pouco, ela refletia em pensamento, porque aproximaria com certeza a sua garota da noite o afastando dali, mas todos o olhos voltaram-se para a cena no meio da pista e nenhuma garota aproximou-se. Sua voz baixa exalou-se leve.

-eu... estou... indo... embora, vou pegar um táxi!

E Melissa saiu em passos quase trôpegos, corada e sentindo-se a isca do blog universitário.

-quem é você afinal¿- Jose esfregava seu rosto dolorido

-nem queira saber, mas adoraria lhe ensinar como tratar uma mulher!

-cai fora gravatinha!... Aqui não é seu território!

-se um dia estiver no meu território importunando uma garota, vais se ver comigo, não esqueça isso!






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