No exato momento em que sua vida está por um triz de acabar e as batidas do
relógio invocam as badaladas casualmente silenciosas, nosso primeiro pensamento
é a sobrevivência, porém, nem isso se tem o luxo de pensar quando seu abdômen
chora sangue.
A casa era antiga, uma pequena cabana nos arredores do Arizona a sudoeste de
Las Vegas, um pequeno fio de sorte disponibilizado pelo divino senhor em tempos
de guerra. Dillan limpa os embaçados vidros da porta, averigua o local e observa
atentamente qualquer movimento, quebrando a janela e destrancando a porta.
Entra, revira a mochila em suas costas e usando um kit de primeiros socorros
esteriliza a ferida fechando os olhos, respira, e costura a pele rasgada. Estava
encurralado e sem saída. O susto é ainda maior quando alguém bate fortemente a
porta.
- Sou eu Dillan, rápido, pode abrir!
Por sua vez Dillan pensa em se levantar e abrir a porta, mas um meticuloso
silêncio toma o local novamente.
- Scott? – Sussurra Dillan -- Scott, está me ouvindo?
Se aproximando do trinco consegue escutar com clareza uma estranha respiração
rente à porta. Em um rápido baque seu corpo é arremessado fortemente junto a
estilhaços de madeira que pontiagudos perjuram-lhe a pele rasgando-a. Ao tentar
levanta se percebe que o grande demônio negro está de pé a sua frente. Novamente
fecha os olhos.
Por instantes seu corpo estremece esperando outro doloroso golpe. Porém um
grunido estridente de dor emana da criatura que cambaleando cai no chão. Scott,
também ferido, porem menos indefeso, havia esfaqueado o licantropo com prata
benzida a água sagrada.
Ainda respirando, mesmo que pouco o animal continuava vivo. Era pouca a
aceitação deste fato para Scott. Levantando seu punhal violentamente continua a
esfaqueá-lo e em um estado agonizante estripa as vísceras arrancando-lhe a cabeça
fora, o sangre lava o assoalho que já não era encerado a muito.
- Amigo! - refere-se à criatura- Eu o libertei de teus pecados, de tua maldição, vá
rumo ao purgatório e arrependa-se de teus pecados.
Dillan já lúcido observa espantado toda a reação de Scott e, mediante a situação
levanta-se, olha para o amigo que petrificado escorre lágrimas de uma estranha
compaixão.
-Quando estamos perto de conseguir algo, você arruína tudo não é? – Diz Dillan
Gemendo Scott vira o olhar para ele. Como em um salto vai em direção a
esfaqueá-lo como já havia feito, e inconscientemente tenta golpeá-lo. Dillan se
esquiva, e pronunciando um rito enochiano posiciona suas mãos na testa do amigo.
YOU ARE READING
Maoddins
AdventureMaodins - the last fallen Base Histórica - Prólogo da Morte. A Dois mil anos atrás antes de Cristo, homens e demônios viviam em guerra, mas, a partir do ultimo século romano, eles, os demônios, descobriram uma forma, se não a pior, de blasfêmia e...