A espada de fogo de Vulcano

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A terra era vermelha, a água verde, as árvores rosas, isso era normal pra mim, desde pequeno cresci nesse planeta, Vulcano, o planeta das quatro raças, Elfos, Dracônios, Gigantes e Sirênios.

Eu sou um humano, o único que mora aqui, na verdade ninguém sabe disso, porque? Simples, eu sou albino, e por isso acham que eu sou um elfo sem as orelhas pontudas.

Cheguei aqui com cinco anos de idade, me lembro apenas de estar correndo pelo bosque por trás da minha casa e do nada apareci na floresta vermelha, nesse planeta.

Para a minha sorte a floresta era de elfos e todos eram tão brancos quanto eu, o que me serviu para passar despercebido.

Vinte anos depois ainda estou aqui, branco e oculto. Trabalho de ferreiro já que foi o melhor trabalho que arrumei, sou bem forte, o trabalho pesado me definiu os músculos, deixei meu cabelo branco crescer para cobrir a falta de pontas na orelha, e meus olhos são vermelhos, por incrível que pareça não tenho nenhum problema de saúde por causa do albinismo, era como se ele tivesse afetado apenas a minha aparência. Então não tenho nada a reclamar já que por aqui ser branco e ter olhos vermelhos, digamos, é padrão de beleza.

O Conselho de Anciãos das quatro raças está alvoroçado, segundo o oráculo nós sofreremos uma invasão a qualquer momento, uma das várias que já vem acontecendo, a única solução é destruir o portal e isso só será possível quando alguém conseguir tirar a espada de fogo de Vulcano da pedra vermelha e com essa espada fechar para sempre o portal.

Todos já tentaram exceto eu, por ser um maldito elfo impuro - segundo eles eu sou um elfo, e como eu não quero morrer, deixo eles acreditarem na própria mentira - sou impuro por culpa das minhas orelhas que não tem pontas, por causa delas eu não posso chegar nem perto da espada.

Seria um ultraje para Vulcano ter sua espada sagrada tocada por alguém impuro e defeituoso.

Mas como eu sou um cara rebelde e odeio regras - meu lema é: Regras existem para serem quebradas. - eu estou nesse momento indo escondido tocar na espada, tocar não é exatamente o que vou fazer, acho que urinar nela é mais preciso.

Como ninguém consegue roubar a espada ela não precisa ser vigiada. Ela fica no centro da praça das estátuas, onde tem uma estátua de cada rei fundador, um ao norte, um ao sul um ao leste e um a oeste. Cada rei pertence a uma raça dominante.

A espada marca o centro do planeta Vulcano. Segundo a lenda dizem que apenas o escolhido de Vulcano será capaz de tirar ela de lá e despertar seu poder, e assim selar pra sempre a paz em Vulcano.

Eu me aproximo da pedra vermelha, abaixo minhas calças e começo a me esvaziar ali. Quem empunhasse a espada estaria empunhando com ela meu xixi. E isso será hilário.

Subo minhas calças e viro as costas para a espada, ao longe percebo um vulto vindo em minha direção, não se parece em nada com os vulcanianos com o qual estou acostumado a ver a silhueta. 

Ouço o tilintar de metal como se movimentasse uma armadura. Sei disso por causa dos anos de trabalho na ferraria. Pois é sou um rebelde responsável e inteligente.

Finalmente o ser entra na parca luz que ilumina a praça, uma armadura preta cobre todo seu corpo e rosto, ele parece ameaçador, e quando desembainha a espada ele fica ainda mais aterrorizante. E como ele vem em minha direção para me matar sei que é humano.

Ele tenta me atacar e eu me desvio com dificuldade, procuro me esquivar de seus golpes mas está ficando cada vez mas difícil, eu tento puxar algo pra me defender e para a minha sorte tem uma espada no chão, eu sem pensar duas vezes puxo ela da terra e ataco com tudo, ela brilha com força e quando o clarão diminui o homem está carbonizado no chão e logo vira pó.

A Espada De Fogo - Guardiões De VulcanoOnde histórias criam vida. Descubra agora