Prólogo

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Olhe, nunca imaginei que aconteceria coisas estranhas em minha vida tão, tão monótona. Minha história de vida pode até ser interessante e afins, mas não é. Não foi nada legal se apaixonar pelo meu anjo da guarda, meu próprio anjo da guarda! Foi de repente, não tive como impedir.

Tudo bem, digamos que é sim uma história interessante. Daria até pra fazer um livro, e sei que ele viraria best-seller na hora. Não leve para o lado pessoal, mas acho que você nunca tomou — nem nunca vai tomar —, uma decisão tão importante quanto a decisão que meu anjo da guarda — vulgo Niall Horan — tomou por mim, por minha causa.

Chamo-me Melanie Petterz, mas sou conhecida como "Mel", sem muitas formalidades. Tenho 21 anos e para conseguir sustentar-me, trabalho na livraria Corse, que está localizada em um famoso shopping em Nova York, onde atualmente habito (uau, isso foi tão formal!).

Como disse antes, minha vida é extremamente monótona. De segunda à sábado, tenho minha medíocre rotina de sempre: acordar cedo, ir para o trabalho, arrumar a casa, jantar, ver televisão e dormir. No outro dia, toooooda essa rotina irá se repetir. Puxa vida, hein?

Ah, sim, tem outro detalhe em minha vida, mas pelo contrário, é esse detalhe que faz com que minha vida saia do monótono. Tenho um namorado chamado Eduardo. Nossa história de amor tem um lado cômico: lá estava eu, toda serelepe, trazendo em mãos a encomenda de uma cliente. Eu estava pulando pela livraria de olhos fechados — nem me pergunte porquê, mas quando eu fico feliz, começo a agir assim.

Até que o inevitável — ou talvez nem tão inevitável assim —, acontece: acabo esbarrando em alguém, derrubando o café que o ser no qual esbarrei estava tomando e acaba caindo na própria blusa dele. O garoto tinha cabelos e olhos negros, também era branco e magrelo. Eu nem se quer imaginava que ele seria meu futuro namorado.

— Desculpe! — Eu disse enquanto minhas bochechas queimavam, anunciando minha vergonha.

— Ah, eu é que peço desculpas. Por que eu fui arranjar de tomar café rodeado de gente doida, não é?

O fitei incrédula. Ele me chamou de doida ou eu que estou tendo alucinações?

— Eu estava na sua frente, mas ainda assim você não me viu por que estava de olhos fechados, não é?

— É... — respondi sem-graça alguma.

— Tudo bem — ele disse passando a mão nervosamente no cabelo. — Você parece legal. Será que eu posso ter seu número?

— Não! — exclamei e ri. Depois que vi a feição assustada dele, disse: — brincadeira, pode ter sim. Anota aí, porque não vou repetir não.

Trocamos telefones e a partir daquele dia, começamos a sair, ir à cinemas, sorveterias... em uma dessas saídas, ele pediu-me em namoro. Pestanejei, mas acabei aceitando no final. Não disse que ele era a salvação para que eu não tivesse minha rotina monótona? Uh.

— Terra chamando Melanie, responda. — Evelyn disse tirando-me de meu devaneio.

Evelyn trabalhava comigo na Corse. Ela era dois anos mais nova do que eu, e morava praticamente do lado da minha casa. Nisso, acabamos nos tornando melhores amigas; eu ia à casa dela apenas para pegar pipoca de microondas emprestado. Bons tempos.

— Hum? — eu disse começando a fitá-la.

— Ouviu o que eu disse? — ela respondeu e eu neguei com a cabeça. — Teremos que fazer trabalhos extras. O senhor Corse demitiu muitas pessoas, para evitar gastos, parece — ela revirou os olhos. — Tudo indica que ficarei cuidando da seção dos dvd's e literatura estrangeira.

Maybe Yeah, Maybe NoWhere stories live. Discover now