Dinah vs. Valenttine

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Não dá pra acreditar no que aconteceu em praticamente menos de uma semana; era impossível imaginar que uma coisa dessa aconteceria comigo, justamente comigo!

Preciso colocar minha cabeça no lugar. Vamos relembrar os fatos: era apenas mais um dia de trabalho na Corse; atendi uma garota chamada Rachel; ela disse que tinha um anjo atrás de mim, trajando apenas uma tanga; chego em casa e encontro o tal anjo; ele me diz coisas sobre Eduardo — vulgo meu namorado —, e ainda por cima usou a roupa dele; no outro dia, ele dorme enrolado nas asas, flutuando acima da minha cama; depois, temos uma briga feia e então, puff! Ele some do nada, e saiu deixando uma mensagem no ar: não acredite em Evelyn, ela não é sua amiga.

Por que eu não deveria acreditar em minha melhor amiga? Humpf.

— Vamos lá, Melanie. — Repeti a mim mesma, tamborilando meus dedos na mesa em que eu me encontrava. — Não vai ser tão difícil recuperar Niall. Anjos são uns amorzinhos, devem perdoar uns aos outros e afins.

Hoje não irei trabalhar. Irei prestar o vestibular e enfim, o senhor Corse teve piedade da minha linda alma e deu-me um dia de folga. Espero tirar uma boa nota nessa bagaça, não quero pensar que as noites que passei acordada estudando foram em vão.

Para passar confortavelmente o dia, optei por usar uma regata rosa com um colete jeans sem manga. Também coloquei uma calça jeans preta, com uma bota de cano médio cinza; tentei manter o look neutro, e não tão exagerado, com coisas vibrantes e tal. E acho que consegui.

Assim que peguei o ônibus, Evelyn mandou-me uma mensagem:

"Desejo-te toda a sorte do mundo nesse

vestibular! Beijos de pipoca! xxEve"

— Obrigada, Evelyn, você é tão amorzinho, não sei porque eu não confiaria em você.

Pode parecer estranho, mas estou sentindo falta do Niall pegando no meu pé. Foi então que lembrei-me que, como bom querubim que era, ele podia ler mentes.

Oh, Niall, olá! Você foi embora e não me disse absolutamente nada, acho que vou chorar, pensei.

— Não chore, sou extremamente sensível, isso irá partir meu coração. — Niall disse aparecendo de repente no banco ao meu lado.

— Niall! — Berrei.

Shiu, não grite, apenas você está me vendo — ele disse de uma maneira despojada.

Olhei ao redor e vi pessoas me olhando com uma cara tipo: internem essa louca no manicômio mais próximo e salve o planeta!

— Estou tão feliz em saber que você voltou. — Franzi os lábios.

— Também estou feliz em voltar. Você tem uma cara bem antipática, não nego, mas até que é bem legal. — sibilou Niall.

Revirei os olhos.

— Tudo bem, levarei isso como um elogio.

Ficamos nos olhando por míseros segundos: oh, Niall era realmente um anjo — não ao pé da letra —, e os olhos azuis dele cintilavam. Ele tinha uma boca em forma de coração. Céus, se ele fosse humano, eu com certeza absoluta, daria uns pegas.

— Ahn — ele murmurou. — Acho que você já passou da sua parada.

Voltei à realidade. Olhei em volta e percebi que sim, eu havia perdido o ponto — não no mau sentido, claro.

Paçocas! — gritei e levantei-me rapidamente de meu assento, a fim de apertar o botão e fazer com que a droga do ônibus parasse o mais rápido possível.

Maybe Yeah, Maybe NoWhere stories live. Discover now