1. Presente
"Me olho no espelho e por alguns instantes, não sou eu mesmo. Consigo sentir algo queimar em minha pele e percebo que há fogo nela. Quando foi que isto começou? Quando tudo estava em chamas? Como foi que isso aconteceu?"
Acordo de supetão. O suor cobre o meu corpo por inteiro, não entendo o porque mais meu membro está ereto. Isso é estranho, pelo menos essa situação. Provavelmente devem ser meus hormônios que estão à flor da pele e preciso de algo em que descarregar todo aquele tesão acumulado. Afasto esse pensamento, eu acabei de acordar, como assim, cara? Me acalmo e levanto da cama.
Durmo apenas de calção, primeiro: deixo tudo solto. Voa passarinho, voa. Segundo: economizo cuecas. Entenda, eu moro sozinho a um ano e tenho preguiça de lavar minhas roupas, já basta os sonhos malucos que venho tendo com o fogo. Preciso me ocupar com alguma coisa, a mais indicada para pessoas da minha idade seria o sexo.
Entro no chuveiro e tomo um banho demorado, gosto de sentir a sensação da água batendo em minha pele e tirando a sujeira que se acumula ao descamar da minha pele durante a noite. Ah, quase me esqueci, o suor também não é agradável.
Alguns longos minutos se passam e eu já estou pronto para ir ao trabalho. Meu emprego não é dos melhores, mas é o que um "jovem", sem faculdade e com o ensino médio completo (sem as melhores notas), pode encontrar para viver relativamente estável. Sou um Dançarino. Não daqueles que fazem apresentações em teatros e que ficam mundialmente famosos por dançarem com os culhões apertados em roupas extremamente gays, dando saltos como sapos. Sou um Dançarino para as mulheres, alguns me chama de gogoboy, mas esse termo já não tem nada haver. Somos Dançarinos, com o "D" maiúsculo.
Trabalho na Hotfever House, o nome soa ridículo, mas acredite quando as mulheres entram ali não querem mais sair. É algo inacreditável como elas ficam loucas e querendo pegar nos nossos membros e botar eles em qualquer orifício que seja possível a penetração. Mas somos proibidos de fazer sexo no palco, existem quartinhos nos fundo, depois do camarim, onde podemos extravasar todo o nosso tesão com mulheres desconhecidas e nem sempre bonitas.
Chego ao Hotfever 20 minutos após sair de casa. Tiro minhas coisas do carro e entro no estabelecimento. Tudo está normal, nada de todas aquelas luzes nem mesas arrumadas, simplesmente normal. Mesas nos lugares com cadeiras emborcadas em cima delas, panos dobrados em um canto, luzes do palco desligadas e as velhas cortinas abertas.
"Olha se não é o comedor que chegou!", Brian é o dono do clube, ele chama à todos de 'comedor' mas é o que mais come mulheres após as apresentações, esse cara não tem problemas quanto a qualquer coisa numa mulher.
"Vai se foder, Brian!", digo mostrando meu dedo do meio e vendo o corpo de Brian se avantajar para a frente me intimidando e sorrindo. Sim, Brian mete medo, ele tem 1,90, seus músculos são super definidos, não tem uma dobra no corpo, pele bronzeada, cabelos curtos como o de um soldado, olhos escuros, mas um sorriso irônico e amigável, ele não deve bater nada além de uma punheta.
"Você não quer mesmo receber o pagamento em princesa Dylan?", dou uma leve gargalhada com o comentário do Brian.
"Posso viver do dinheiro das minhas cuecas, sua bicha!", vou em direção ao camarim escutando Brian gargalhar e gritar: "As mulherzinhas ainda não chegaram para começar a festa gay de vocês ai no camarim!". Sorrindo eu dou a típica resposta dos empregados do Brian: "Foda-se comedor!".
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"D"ançarinos
Romance"Atualizado todas as quartas e sextas." Dylan é um Dançarino, do emprego ele tira todo o seu dinheiro e geralmente as mulheres, que enlouquecem em ver seu corpo no palco. Mas não é qualquer um que pode fazer o que Dylan faz. Ele é um...