A Legião

Stacy

- Stacy, Acorda !!! - Escutei meu Pai gritar do andar de baixo da casa - Vai se arrumar, tomar um banho e tomar café, se não você vai se atrasar.

Levanto relutante querendo voltar para cama, vou direto ao banheiro. Olho atentamente o meu reflexo no espelho, meu cabelo ruivo encaracolado esta pior que uma juba de leão, meu olhos... Odeio essa parte do meu corpo, meus olhos, eles são de cores diferentes, o olho da esquerda é castanho e o da direita é verde, nunca entendi isso, pois ninguém da minha família tem olhos verdes.

Tomo um banho rápido, me visto e desço correndo para tomar o café e não me atrasar, logo na porta da cozinha vejo meu pai com seus cabelos castanhos e seus lindo sorriso com suas covinhas, que infelizmente eu não herdei isso dele, ele estende o braço e logo percebo minha mochila na mão dele, pego a mochila e ele avisa:

- Filha, coloquei seu almoço ai dentro, ande, se não ira se atrasar, Jace já está la na frente te esperando.

Jace... Um amigo de infância, no momento estou toda confusa, não sei mais o que sinto por ele, antes era só amizade, mas agora ele esta mais alto, mais definido, com uma barba demais até pra idade dele, com seus cabelos castanhos e seus olhos verdes, estavam me deixando confusa ultimamente, ele sempre brincava comigo e com minha mãe em uma floresta que lá tudo era possível, a imaginação era o limite... Minha mãe... Depois entro nesse assunto.

Logo q chego perto dele ele me olha sorrindo, com aquele olhar e me deixando com um sorriso bobo que só ele consegue arrancar de mim, me abraçou logo que cheguei e perguntou como eu estava:

- Viva - Disse eu forçando um sorriso

Andamos em direção a escola e as lembranças da minha Mãe vinha em minha cabeça.

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Logo após chegar em casa fui a procura de minha mãe, (isso a algumas semanas atrás), encontrei ela deitada na cozinha de bruços, liguei para ambulância o mais rápido possível, logo depois para meu pai, o que aconteceu no meio não me lembro muito bem, mas o que eu sei que quando percebi meu pai estava falando com o medico e resolvi escutar

"Senhor Bragança tenho que infelizmente lhe informar que sua esposa não passará dessa noite, deve avisar sua filha..."

Logo após isso meu pai saiu da sala com lágrimas nos olhos, ele sentou ao meu lado e abriu a boca para falar, antes dele falar eu disse

"Eu sei Papai, eu sei..."

Abracei ele o mais forte que pude, chorando.

Alguns dias depois aconteceu o enterro, o pior dia da minha vida, vendo todas aquelas pessoas que participaram da vida da minha mãe e muitas da minha também, Jace estava ao meu lado e começou a chover ele pôs o casaco dele sobre mim e me levou para o carro se despedindo com um forte abraço...

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- Stacy - Percebi que Jace estava me chamando, já havíamos chegado em frente a escola.

Percebi ali mesmo em frente a todas aquelas pessoas andando com as cabeças baixas preocupas com provas, namoros, deveres e até mesmo problema familiares, que seria um dia horrível. Todos sabiam que minha mãe havia falecido nas ferias, então o quanto mais eu andava pelos corredores da escola mais pessoas cochichavam e me olhavam, meus olhos começaram a encher de água, comecei a me encolher, só queria sair dali, então Jace percebeu os meu olhos fez uma cara de bravo se virou para todos no corredor, abaixou as calças e saiu gritando:

- OLHEM PARA MIM SOU UM MALUCO DE CUECA CORRENDO - Jace não durou muito, diretor foi atrás dele logo após o vir caindo em frente a sua sala.

- Obrigado - Falei bem baixinho para ninguém escutar dando um sorriso bobo.

Ele se humilhou para desviar a atenção de todos de mim, eu realmente devo muito a ele. Enquanto estou indo em direção a sala o Sr. Barba, o chamamos assim por motivos óbvios, sua barba é enorme, as vezes ele faz trancinhas nela e coloca flores, ele pergunta como estou se preciso de um abraço ou de uma conversa, dou um sorriso forçado a ele e digo que esta tudo bem, mesmo assim ele me da um abraço bem forte, dou uma leve risada pois não conseguia respirar.

Vou em direção a minha sala lá encontro Jace esparramado na cadeira sorrindo pra mim:

- Gostou da minha bundinha a mostra ? - Falou se ajeitando dando gargalhada.

- Sai pra lá, quase fiquei cega de tão branca que era - Falei bem seria

Jace começou a ficar com cara de triste, não me aguentei e comecei a rir, ele riu junto até que a professora entrou em sala e nos mandou ficar em silencio. Antes da aula começar Jace olhou bem nos meus olhos e falou:

- Vou chamar o pessoal e nós vamos acampar na floresta esse final de semana - sorriu e virou para frente.

Sem ao menos me dar explicação, sem motivo, percebi que a unica coisa q tinha para fazer era aceitar, era difícil Jace mudar de ideia quando já havia decidido. Seria a primeira vez q eu voltaria naquela floresta sem a presença da minha mãe... Comecei a olhar pela janela e a imaginar o que levaria para o fim de semana.