Baby, look what you've done to me

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Cheguei em casa. Definitivamente eu adorava o Niall. Ele seria muito bem vindo em meu coração, como o amigo que estaria ao meu lado.

Olhei no relógio. 20:00. Peguei o celular. Alí estava o nome dele salvo como "Idiota". Cliquei. Coração acelerado. Mandei um simples "oi". Tensão no ar. Tensão no coração. Deixei o celular na cama e fui tomar um banho. Quando voltei, tinha uma nova mensagem. Abri. Ele havia respondido com um "oiiii". Tensão no ar. Tensão no coração. Perguntei se ele estava bem e a resposta veio na hora, dizendo que sim e me perguntando se eu também estava. A partir daí, o assunto fluiu de uma maneira que nenhuma outra pessoa poderia imaginar. Era como se nos conhecêssemos a tanto tempo. Amigos de infância, amantes antigos.

Harry não era o cara que se irritou comigo por ter me atropelado, mas um cara totalmente diferente. Eu estava adorando. 1:00 da manhã. Precisava dormir. Teria que trabalhar no dia seguinte. Liguei pra ele.

- Hey, Harry. Vou ir dormir.

- Aah, mas a noite é uma criança anjo.

- Anjo?

- Sim, meu anjo. Vou cuidar bem, porque é difícil achar anjos hoje em dia.

- Cuida bem, Harry. Preciso mesmo ir dormir.

- Tudo bem... me chama amanhã de novo?

Tensão no ar. Tensão no coração.

- Chamo, boa noite.

Desliguei o telefone e me joguei na cama. Harry Styles... digo, Harry Idiota Styles, tinha acabado de falar comigo e não parecia o mesmo cara imbecil da primeira vez que nos encontramos.

Peguei no sono. Foi a primeira noite que sonhei com ele. Peguei em seu cabelo. Macio como seda. Passei a mão pela sua pele quente (bem diferente da minha, pois eu era gelada como a neve). Desabotuei sua camisa azul. Um botão de cada vez. Encostei meus lábios nos dele. Foi quando o relógio despertou. Levantei de mau humor. Como assim? O que eu estava pensando? Sonhar com Harry? Não, não poderia. Poderia?

Fui trabalhar. Passei o dia pensando na conversa que tive na noite anterior com ele. Pensei no jeito como ele disse "meu anjo". Pensar nele, me deixava com saudade. Saudade de algo que eu nunca tive e nunca experimentei, mas a saudade estava alí fazendo seu papel. 

Nota: A saudade possui dois papéis: o de te destruir por ter deixado partir algo que você nunca deu valor e o de lembrar que mesmo que você ame algo, nunca poderá tê-lo, pois algumas coisas, simplesmente, não te pertencem.

Voltei para casa. Fiz um lanche e fui comer no meu quarto. Liguei a televisão. Me joguei, como sempre, na minha cama. Meu celular começou a tocar.

- Alô?

- Hey, boa tarde, meu anjo.

- Harry... nossa... bom... eu...

- Aconteceu alguma coisa?

- Eu não sei se é uma boa ideia nós nos falarmos.

- Porque?

- Tenho medo.

- Medo do que?

- Medo de não ser o suficiente pra você.

- Eu deveria ter esse medo. Sou apenas o moço com o rosto bonito que atropela as pessoas.

Eu sei. Era pra eu ter falado a coisa mais linda do mundo. Algo como "sei que você é muito mais do que um rosto bonito" ou "Seu coração é o que importa. O que você realmente é, isso que importa". Mas, eu sou uma pedra. Consigo sentir tudo e não expressar nada. Sou literalmente uma pedra. Fria,vazia e dura. Respondi apenas com:

- Hm.

- Hm.

- Desculpa. Não estou acostumada com isso.

- Tudo bem. Também não estou acostumado. Digamos que... meio estranho eu dizer isso, mas eu sou uma pedra.

- O que você falou, Harry?

- Estranho? Desculpa.

- Você disse que é uma pedra?

Nunca pensei que alguém pudesse utilizar os mesmos termos que eu usava. Termos estranhos. Termos idiotas. Era o Harry Idiota Styles. Coisas idiotas vinham dele. E eu me sentia tão bem por isso.

Conversamos a noite inteira, afinal, era sexta-feira. Falamos sobre tudo. Tudo que você puder imaginar. Eu estava gostando dele. Gostando? Como assim gostando? Garota, acorde. Não se pode gostar de Harry Styles.




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