Coração Partido

A dor da perda

Quando estamos apaixonados, e a pessoa não nos da bola, sofremos.
Quando estamos namorando, e o relacionamento acaba, sofremos.
Quando perdemos o celular, a chave do carro ou dinheiro, quando perdemos uma oportunidade de dizer algo, sofremos também.
Estamos sujeitos a sofrer inúmeras perdas ao decorrer da vida e temos que nos acostumar com isso, nada é do jeito que queremos. A maior perda da vida, é a morte, essa sim. Em um dos capítulos anteriores eu disse que havia sofrido muito quando meu namorado havia terminado comigo. Mas nada se comparou a dor de quando eu uma das minhas melhores amigas morreu. Quando perdemos alguém que nos amamos muito, alguém que não nos imaginamos sem, percebemos que não existe dor maior no mundo.

Ela tinha 13 anos, brilho no olhar, alegria de viver e o sorriso mais lindo do mundo. Não existe palavras para descrever como ela era. Queria que todos tivessem a oportunidade de conhece-la um dia. Gostaria de descrever como foi bom ser sua amiga, como eu gostava dela. Não dava pra ficar triste perto dela, simplesmente não dava. Todo lugar que ela passava, ela fazia amizades, e as pessoas gostavam dela, era impossível não gostar. Vivemos longos anos de muitas aventuras juntas.
Até que um dia eu recebi a pior notícia do mundo, o coração acelerou, a cabeça rodou, e aquele frio na barriga, eu não sentia minhas pernas, não conseguia ficar de pé. Lembro que me abaixei no canto da parede e chorei. Chorei como se quisesse que toda aquela dor saísse através das lágrimas. Mas não saia.
Eu repetia pra mim mesma que aquilo era mentira que eu ia acordar, que era um sonho, ou uma brincadeira de mal gosto. Eu puxava meus cabelos. Queria contar o que tinha acontecido pra minha mãe, mas dava, eu queria gritar, mas não conseguia. Eu não queria falar com ninguém, a única pessoa que eu queria falar era com ela. Mas ela não tava mais aqui.
Foi horrivel ver a sua mãe chorando, e não poder fazer nada. Eu estava no mesmo barco. Eu queria ter abraçado mais ela, queria ter beijado mais. Queria ter falado mais vezes pra ela como eu me importava, e como ela era a minha melhor amiga, queria ter passado mais tempo ao lado dela... Eu deveria ter feito isso. Mas sempre que achamos que teremos mais tempo para fazer determinada coisa, o tempo acaba.
A morte da Luizy me fez enxergar, me fez aprender. Muitas coisas.
Hoje estamos aqui amanhã podemos não está mais.
Hoje temos oportunidade de abraçar quem amamos e dizer como nos importamos. Como seria nossa vida sem essa pessoa.
Quantas vezes você disse que ama a sua mãe ? Que não saberia viver sem ela ?
Quantas vezes você disse para a sua irmã que se importava com ela. E que estava com ela pra sempre ?

As vezes perdemos tantas oportunidades de dizer coisas tão simples. Por medo, ou vergonha. E depois, perdemos essa oportunidade. O tempo não volta. O que volta é a vontade de voltar no tempo. O tempo passa... O tempo... Voa.

Sei que a luizy jamais vai ler esse livro, sei que ela nao está mais aqui, mas os momentos que vivi com ela estarão pra sempre na minha memória, penso nela sempre como a melhor pessoa que conheci em toda a minha vida, como um anjo que Deus me enviou que era tão perfeito. Mas altao perfeito, que Deus levou ela de volta pro céu. Agora ela está do meu lado, cuidando de mim, me ajudando em cada decisão que eu tomo, ela está comigo desde a hora que acordo até a hora que me deito, porque os anjos, eles não dormem nunca.
Sabe o que há de mais lindo nos anjos ? É que eles nascem sem asas, e com o tempo elas se desenvolvem.
Quando eu tiver uma filha, ela vai se chamar Luizy, e eu vou contar pra ela que ela tem esse nome em homenagem a menina mais incrivel que conheci.
Luizy Vitória, dedico esse capítulo pra você. Eu te amo.

"Eu queria ser um super herói, ter poderes para me transformar, nos heróis a ferida não dói, e na tristeza eles podem voar...."
(Na foto eu loira e ela morena)